MAU USO DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA (SAMU)?
Em Belo Horizonte-MG, estudo indica que pessoas ocupantes de bicicletas e pedestres, vítimas que em geral apresentam lesões mais graves, utilizaram menos o atendimento do que os motoristas de automóveis. Pessoas idosas e usuários de álcool usam serviço com mais freqüência
Artigo analisa perfil de vítimas do trânsito que receberam primeiros socorros
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícias
Destinado às vítimas de traumas, violência urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos, o atendimento pré-hospitalar ou primeiros socorros visa a estabilização clínica do paciente e a remoção adequada para uma unidade hospitalar.
Em trabalho publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerias e da Secretaria de Saúde Pública de Belo Horizonte avaliaram quais as principais características dos acidentes de trânsito, ocorridos na capital mineira, e das pessoas que os sofreram e utilizaram esse tipo de resgate. Além disso, eles também investigaram se o uso deste recurso está associado a um menor tempo até o atendimento hospitalar.
Do estudo, participaram todas as 1.564 vítimas de acidentes de trânsito levadas para os três principais hospitais públicos de referência no atendimento ao trauma na cidade, entre o início de novembro e dezembro de 2003. Dessas, 49,7% haviam utilizado o serviço de atendimento pré-hospitalar. A prevalência do uso dos primeiros socorros aumentou diretamente com a idade, sendo 65% maior para indivíduos com 50 anos ou mais quando comparados com àqueles de zero a 19 anos. O socorro pelo serviço também foi maior para os que relataram uso de álcool e verificou-se uma ligação direta entre o transporte pré-hospitalar e a gravidade das lesões.
Os ocupantes de bicicletas e pedestres, vítimas que em geral apresentam lesões mais graves, foram os que menos utilizaram o atendimento em relação aos de automóveis. “Possíveis explicações para tal fato podem ser a maior probabilidade de socorro de atropelamento, no caso do pedestre, e o maior acesso a telefone móvel pelos ocupantes de veículos automotores”, explicam os pesquisadores no artigo.
Um tempo de admissão hospitalar menor do que 60 minutos também esteve associado a este tipo de atendimento prévio, uma das premissas essenciais para o serviço. “A primeira hora (golden hour) após a ocorrência de uma lesão traumática é considerada o tempo crítico para a instituição do tratamento que modificará o prognóstico, uma vez que até 40% dos óbitos ocorreram na fase pré-hospitalar do cuidado”, comentam os estudiosos. “Esse curto período de tempo é a margem de atuação do serviço de atenção pré-hospitalar, que visa a retirar a vítima de lesão traumática de forma rápida e segura do local do evento e levá-la ao local onde receberá o tratamento mais adequado”.
NOTA DO BLOG: O estudo também identificou que o atendimento de emergência foi maior para as pessoas que relataram o uso de álcool. Isso significa que a sociedade como um todo, que paga pelo serviço, está 'passando a mão' na cabeça daqueles que abusam do álcool, especialmente nos finais de semana. São essas pessoas que engordam as estatísticas de acidentes e mortes pois, sabendo que vão ser atendidas pelo SAMU, saem por aí em carros, motos e bicicletas cometendo barbaridades contra si e os outros. Não é justo. Parece que o SAMU é encarado por essas pessoas como o 'seguro acidente'. Devem se confortar quando se questionam: porque não tomar umas e outras sempre?
Definitivamente, brasileiro não é 'besta'.
Artigo analisa perfil de vítimas do trânsito que receberam primeiros socorros
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícias
Destinado às vítimas de traumas, violência urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos, o atendimento pré-hospitalar ou primeiros socorros visa a estabilização clínica do paciente e a remoção adequada para uma unidade hospitalar.
Em trabalho publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerias e da Secretaria de Saúde Pública de Belo Horizonte avaliaram quais as principais características dos acidentes de trânsito, ocorridos na capital mineira, e das pessoas que os sofreram e utilizaram esse tipo de resgate. Além disso, eles também investigaram se o uso deste recurso está associado a um menor tempo até o atendimento hospitalar.
Do estudo, participaram todas as 1.564 vítimas de acidentes de trânsito levadas para os três principais hospitais públicos de referência no atendimento ao trauma na cidade, entre o início de novembro e dezembro de 2003. Dessas, 49,7% haviam utilizado o serviço de atendimento pré-hospitalar. A prevalência do uso dos primeiros socorros aumentou diretamente com a idade, sendo 65% maior para indivíduos com 50 anos ou mais quando comparados com àqueles de zero a 19 anos. O socorro pelo serviço também foi maior para os que relataram uso de álcool e verificou-se uma ligação direta entre o transporte pré-hospitalar e a gravidade das lesões.
Os ocupantes de bicicletas e pedestres, vítimas que em geral apresentam lesões mais graves, foram os que menos utilizaram o atendimento em relação aos de automóveis. “Possíveis explicações para tal fato podem ser a maior probabilidade de socorro de atropelamento, no caso do pedestre, e o maior acesso a telefone móvel pelos ocupantes de veículos automotores”, explicam os pesquisadores no artigo.
Um tempo de admissão hospitalar menor do que 60 minutos também esteve associado a este tipo de atendimento prévio, uma das premissas essenciais para o serviço. “A primeira hora (golden hour) após a ocorrência de uma lesão traumática é considerada o tempo crítico para a instituição do tratamento que modificará o prognóstico, uma vez que até 40% dos óbitos ocorreram na fase pré-hospitalar do cuidado”, comentam os estudiosos. “Esse curto período de tempo é a margem de atuação do serviço de atenção pré-hospitalar, que visa a retirar a vítima de lesão traumática de forma rápida e segura do local do evento e levá-la ao local onde receberá o tratamento mais adequado”.
NOTA DO BLOG: O estudo também identificou que o atendimento de emergência foi maior para as pessoas que relataram o uso de álcool. Isso significa que a sociedade como um todo, que paga pelo serviço, está 'passando a mão' na cabeça daqueles que abusam do álcool, especialmente nos finais de semana. São essas pessoas que engordam as estatísticas de acidentes e mortes pois, sabendo que vão ser atendidas pelo SAMU, saem por aí em carros, motos e bicicletas cometendo barbaridades contra si e os outros. Não é justo. Parece que o SAMU é encarado por essas pessoas como o 'seguro acidente'. Devem se confortar quando se questionam: porque não tomar umas e outras sempre?
Definitivamente, brasileiro não é 'besta'.
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