A ORIGEM DO HOMEM AMERICANO
Quase todos os indígenas atuais que vivem nas Américas do Norte, Central e do Sul deriva em parte de apenas meia dúzia de “mães fundadoras”, cujos descendentes se deslocaram pelo continente há cerca de 19 mil anos
Mãe de todos
17/03/2008
Agência FAPESP – A afirmação vem de um estudo feito por um grupo internacional de pesquisadores e publicado no dia 12 na PloS One. De acordo com a pesquisa, as seis mulheres deixaram um legado genético que persiste até os dias de hoje em cerca de 95% dos indígenas americanos.
Os pesquisadores basearam o trabalho na análise de DNA mitocondrial, um tipo de DNA que não se localiza no núcleo da célula, mas na mitocôndria, organela que atua na respiração celular.
“Até recentemente, apenas um número limitado de seqüências genômicas mitocondriais completas que pertencem a haplogrupos de americanos nativos estava disponível, o que deixou a América como o continente com menos informação a respeito da variação nas seqüências de DNAs mitocondriais”, descreveram os autores no artigo.
Haplogrupos são grupos de haplótipos – séries de alelos (formas alternativas de um mesmo gene) em lugares específicos em um cromossomo – que compartilham um mesmo ancestral comum.
“No estudo, uma abordagem compreensiva de todas as seqüências de DNA mitocondrial completas disponíveis dos quatro haplogrupos pan-americanos – A2, B2, C1 e D1 – foi obtida por meio da revisão dos dados espalhados no GenBank e na literatura e pela adição de 14 novas seqüências”, explicaram.
“As filogenias dos haplogrupos A2, B2, C1 e D1 revelam um grande número de sub-haplogrupos, mas sugerem que as populações ancestrais da Beríngia contribuíram com apenas seis (bem-sucedidos) haplotipos fundadores para esses haplogrupos”, afirmaram.
Os cientistas traçaram as diferentes linhagens de DNA mitocondrial encontradas atualmente em indígenas americanos e calcularam a idade de cada um dos ramos maternos. A pesquisa foi feita por cientistas da Itália, dos Estados Unidos, Argentina, China, Espanha e Alemanha.
“Nossa estimativa indica a dispersão dos haplogrupos pan-americanos logo após o auge da última era glacial, que corresponde à idade dos primeiros paleoíndios na América do Sul”, disseram.
Os autores ressaltam, entretanto, que o retrato filogenético dos quatro haplogrupos representa apenas parcialmente as variações dos DNAs mitocondriais dos indígenas americanos, uma vez que inclui apenas marginalmente variações de populações central e sul-americanas.
“Serão precisos maiores esforços de obtenção de amostras e de seqüënciamento para que se possa cobrir todas as principais variações nos haplogrupos de modo a abordar tanto a população miscigenada como os grupos autóctones nas Américas Central e do Sul”, concluíram.
O artigo The phylogeny of the four pan-american MtDNA haplogroups: Implications for evolutionary and disease studies, de Alessandro Achilli e outros, pode ser lido em www. plosone.org.
Crédito da imagem: Agência Brasil
Mãe de todos
17/03/2008
Agência FAPESP – A afirmação vem de um estudo feito por um grupo internacional de pesquisadores e publicado no dia 12 na PloS One. De acordo com a pesquisa, as seis mulheres deixaram um legado genético que persiste até os dias de hoje em cerca de 95% dos indígenas americanos.
Os pesquisadores basearam o trabalho na análise de DNA mitocondrial, um tipo de DNA que não se localiza no núcleo da célula, mas na mitocôndria, organela que atua na respiração celular.
“Até recentemente, apenas um número limitado de seqüências genômicas mitocondriais completas que pertencem a haplogrupos de americanos nativos estava disponível, o que deixou a América como o continente com menos informação a respeito da variação nas seqüências de DNAs mitocondriais”, descreveram os autores no artigo.
Haplogrupos são grupos de haplótipos – séries de alelos (formas alternativas de um mesmo gene) em lugares específicos em um cromossomo – que compartilham um mesmo ancestral comum.
“No estudo, uma abordagem compreensiva de todas as seqüências de DNA mitocondrial completas disponíveis dos quatro haplogrupos pan-americanos – A2, B2, C1 e D1 – foi obtida por meio da revisão dos dados espalhados no GenBank e na literatura e pela adição de 14 novas seqüências”, explicaram.
“As filogenias dos haplogrupos A2, B2, C1 e D1 revelam um grande número de sub-haplogrupos, mas sugerem que as populações ancestrais da Beríngia contribuíram com apenas seis (bem-sucedidos) haplotipos fundadores para esses haplogrupos”, afirmaram.
Os cientistas traçaram as diferentes linhagens de DNA mitocondrial encontradas atualmente em indígenas americanos e calcularam a idade de cada um dos ramos maternos. A pesquisa foi feita por cientistas da Itália, dos Estados Unidos, Argentina, China, Espanha e Alemanha.
“Nossa estimativa indica a dispersão dos haplogrupos pan-americanos logo após o auge da última era glacial, que corresponde à idade dos primeiros paleoíndios na América do Sul”, disseram.
Os autores ressaltam, entretanto, que o retrato filogenético dos quatro haplogrupos representa apenas parcialmente as variações dos DNAs mitocondriais dos indígenas americanos, uma vez que inclui apenas marginalmente variações de populações central e sul-americanas.
“Serão precisos maiores esforços de obtenção de amostras e de seqüënciamento para que se possa cobrir todas as principais variações nos haplogrupos de modo a abordar tanto a população miscigenada como os grupos autóctones nas Américas Central e do Sul”, concluíram.
O artigo The phylogeny of the four pan-american MtDNA haplogroups: Implications for evolutionary and disease studies, de Alessandro Achilli e outros, pode ser lido em www. plosone.org.
Crédito da imagem: Agência Brasil
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