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26 abril 2008

DISTRIBUIÇÃO DOS CIRURGIÕES DE CABEÇA E PESCOÇO NO BRASIL

Pesquisa indica que Acre e Roraima são os únicos Estados sem médicos especialistas em cirugias de cabeça e pescoço no Brasil

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

Pesquisa publicada na Revista Brasileira de Cirurgia da Cabeça e Pescoço (v. 37, nº 1, março 2008), indica que o Acre e Roraima são os únicos Estados do Brasil que não possuem médicos especializados em cirurgias de cabeça e pescoço. Segundo a pesquisa, em todo o Brasil são apenas 579 médicos especialistas nesta área e a maioria deles prefere se estabelecer em Estados com maior renda per capita e IDH.

Os autores do artigo são Flávia da Silva Pinto Neves e Orlando Parise Júnior, cirgurgiões de cabeça e pescoço. O segundo autor trabalha no Hospital Sírio Libanês de São Paulo. O artigo foi recebido em 08/09/2007, aceito para publicação em 29/12/2007 e publicado online no dia 12/02/2008.

Leia abaixo o Resumo da pesquisa, ou clique aqui para ler o artigo completo no Blog Biodiversidade Acreana.

Distribuição dos cirurgiões de cabeça e pescoço no Brasil e sua relação com os indicadores sócio-econômicos e a mortalidade por carcinoma espinocelular

Flávia da Silva Pinto Neves1
Orlando Parise Júnior2

Introdução: no ano em que a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço comemora seus 40 anos de fundação, não é completamente conhecido o número de cirurgiões que atuam na especialidade, sua distribuição territorial nem sua vinculação associativa.

Métodos: consultamos as bases de dados do Conselho Federal de Medicina, da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, do Instituto Nacional do Câncer, do Sistema Único de Saúde, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano, de modo a obter o perfil de distribuição dos cirurgiões de cabeça e pescoço (CirCP) por estado da Federação, associando esse dado aos indicadores sócio-econômicos e indicadores de saúde relativos à especialidade.

Resultados: são aproximadamente 579 CirCP em atividade no país. Dois estados não apresentam nenhum CirCP atuando: Acre e Roraima. O estado com menor relação CirCP / População é São Paulo (1:167.118,99) e o de maior relação é Rondônia (1:1.534.594). Em termos de distribuição territorial, o estado com maior relação CirCP / Área é o Amazonas (1:261.790,95 Km²) e o de menor relação é o Distrito Federal (1:527,44 Km²). Quanto aos indicadores sócio-econômicos, as distribuições por renda per capita e por IDH foram maiores para o Distrito Federal (R$ 19.071,00/0,844) e menores para o Maranhão (R$ 2.748,00/0,636). A relação mortalidade por carcinoma espinocelular
de Cabeça e Pescoço anual por 100.000 habitantes/ CirCP foi maior em Rondônia, com 2,73 óbitos para cada CirCP e menor no estado de São Paulo, com 0,0264.

Conclusões: nossos dados apontam para uma distribuição desigual dos CirCPs, demonstrando uma preferência por estabelecerem-se em estados com maior renda per capita e IDH. Em localidades onde se encontram os maiores números de CirCPs por habitante, são quase 100 vezes menores os óbitos por CECCP, refletindo a importante ação desses especialistas.

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1) Cirurgiã de Cabeça e Pescoço.
2) Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital Sírio Libanês, São Paulo.
Correspondência: Rua Dona Adma Jafet, 50 conj. 124 – 01308-050 São Paulo, Brasil. E-mail: oparise@uol.com.br
Recebido em: 08/09/2007; aceito para publicação em: 29/12/2007; publicado online em: 12/02/2008.