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04 setembro 2008

OS PERIGOS DAS PLANTAS MEDICINAIS

Cartilha veiculará informações sobre intoxicação por plantas medicinais

Rafael Vinícius, Agência Fiocruz de Noticias

Com o intuito de desenvolver uma cartilha para informar à população sobre a toxicidade e os perigos das plantas medicinais, pesquisadores do Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (Sinitox) da Fiocruz visitou o Mercadão de Madureira, no Rio de Janeiro, onde coletou cerca de 20 amostras de plantas para avaliar o potencial tóxico desse material. A suspeita é que os mateiros (vendedores de plantas medicinais em feiras livres e mercados populares) comercializam o produto sem o profundo conhecimento dos efeitos, chegando a prescrever receitas para seus clientes.

"O problema relacionado às plantas medicinais é algo recorrente no Brasil. A sociedade prefere usar as espécies para curar enfermidades pelo fato de ser natural, mas esquecem que a parte química dos medicamentos é oriunda das plantas’, afirma Maria Aparecida, que atua no Sinitox. Para ela, além de problemas com a dosagem e o consumo, muitas vezes, os cuidados com relação ao plantio, como época certa de coleta, tipo de terra e local apropriado, não são respeitados.

O preparo das plantas também não leva em consideração as peculiaridades de cada uma, como é o caso do boldo, que deveria ter a sua substância extraída através de pressão, e não com água quente. Com relação às espécies que foram coletadas para análise, destaca-se o picão (hepatite), babosa (estômago), arnica (traumatismo ou escoriações), tansagem (infecção no útero), poejo (resfriado) e guaco (anti-gripal).

O objetivo da pesquisa é promover, com a cartilha, a difusão da informação com relação à toxicidade e as doses certas a serem ingeridas, além de levar conhecimento sobre a função de cada planta. No projeto, haverá o detalhamento de mais de 50 plantas medicinais, que foram encontradas no mercado do subúrbio e, também, no projeto Sementinha, em que algumas senhoras cultivam as plantas e prescrevem receitas para a comunidade da Maré.

A expectativa é que com a cartilha, casos de substâncias que são ingeridas, em vez de serem usadas apenas externamente, como é o caso da arnica, podem diminuir de forma gradativa. A cartilha explicará as peculiaridades de cada planta com linguagem mais acessível e será inicialmente divulgada no Rio de Janeiro. Depois chegará aos outros estados.

Foto: a partir de Minas Gerais a arnica brasileira se disseminou por Goiás e o interior de São Paulo