Artigo discute até onde acreditar na promessa da Nestlé e de outras empresas que afirmam que não comprarão matéria-prima proveniente de áreas recém-desmatadas.
Até quando vai durar o compromisso?
No Pará, a floresta amazônica é desmatada para dar lugar plantações de soja. Empresas de cereais prometem não usar matéria-prima que contribua para o desmatamento. A promessa será realmente cumprida? (foto: Leo F. Freitas – CC BY NC SA 2.0).
A discussão acerca da responsabilidade ambiental das empresas aumenta a cada dia – assim como a pressão sobre elas por parte de ONGs ambientais. A polêmica gerada por uma campanha do Greenpeace – que denunciou o uso de óleo de dendê extraído de áreas recém-desmatadas pela Nestlé, para produzir chocolates – levou a gigante suíça a anunciar, na semana passada, uma nova política: não comprará matérias-primas cuja produção tenha provocado o desmatamento de florestas tropicais.
Nos dois meses seguintes à campanha, milhares de pessoas contataram a Nestlé para avisar que não comprariam produtos ligados à destruição de florestas tropicais. Para o Greenpeace, isso é uma vitória, e prova de que a população mundial está preocupada com a proteção ambiental. Pat Venditti, diretor da Campanha de Florestas da ONG, defende que “as empresas precisam limpar a cadeia de produção e implementar uma moratória que interrompa a destruição, e promova a proteção”.
Assim como a Nestlé, algumas empresas brasileiras produtoras de cereais e óleos vegetais se comprometeram a não comprar matéria prima de áreas recém-desmatadas. Mas é difícil não ser um pouco cético em relação a esses compromissos. Se ele será cumprido ou não é a grande questão. Essa é a principal dúvida do biólogo Felipe Costa, que expõe suas ideias a respeito no artigo “Desflorestamento: pausa para o lanche?” , publicado na seção Opinião da CH 270.
Serão os compromissos anunciados pelas empresas uma jogada de marketing?
Essa discussão está longe de acabar, pelo que se observa. Como mostrou a matéria "Amazônia: a esperança ainda está de pé", pesquisadores discutem um modelo pelo qual o mercado de carbono possa ajudar a desestimular o desmatamento. Empresas e países poderiam compensar suas emissões comprando créditos de carbono, que tornariam mais sustentável manter unidades de conservação intactas nas florestas.
Serão os compromissos anunciados pelas empresas uma jogada de marketing para fugir das obrigações quanto ao futuro do meio ambiente? Venditti garante que “o Greenpeace manterá a pressão tanto sobre o governo da Indonésia quanto sobre as indústrias que causam a devastação da biodiversidade e do clima”.
A pergunta que fica é: até quando vai durar o compromisso?
Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line
Até quando vai durar o compromisso?
No Pará, a floresta amazônica é desmatada para dar lugar plantações de soja. Empresas de cereais prometem não usar matéria-prima que contribua para o desmatamento. A promessa será realmente cumprida? (foto: Leo F. Freitas – CC BY NC SA 2.0).
A discussão acerca da responsabilidade ambiental das empresas aumenta a cada dia – assim como a pressão sobre elas por parte de ONGs ambientais. A polêmica gerada por uma campanha do Greenpeace – que denunciou o uso de óleo de dendê extraído de áreas recém-desmatadas pela Nestlé, para produzir chocolates – levou a gigante suíça a anunciar, na semana passada, uma nova política: não comprará matérias-primas cuja produção tenha provocado o desmatamento de florestas tropicais.
Nos dois meses seguintes à campanha, milhares de pessoas contataram a Nestlé para avisar que não comprariam produtos ligados à destruição de florestas tropicais. Para o Greenpeace, isso é uma vitória, e prova de que a população mundial está preocupada com a proteção ambiental. Pat Venditti, diretor da Campanha de Florestas da ONG, defende que “as empresas precisam limpar a cadeia de produção e implementar uma moratória que interrompa a destruição, e promova a proteção”.
Assim como a Nestlé, algumas empresas brasileiras produtoras de cereais e óleos vegetais se comprometeram a não comprar matéria prima de áreas recém-desmatadas. Mas é difícil não ser um pouco cético em relação a esses compromissos. Se ele será cumprido ou não é a grande questão. Essa é a principal dúvida do biólogo Felipe Costa, que expõe suas ideias a respeito no artigo “Desflorestamento: pausa para o lanche?” , publicado na seção Opinião da CH 270.
Serão os compromissos anunciados pelas empresas uma jogada de marketing?
Essa discussão está longe de acabar, pelo que se observa. Como mostrou a matéria "Amazônia: a esperança ainda está de pé", pesquisadores discutem um modelo pelo qual o mercado de carbono possa ajudar a desestimular o desmatamento. Empresas e países poderiam compensar suas emissões comprando créditos de carbono, que tornariam mais sustentável manter unidades de conservação intactas nas florestas.
Serão os compromissos anunciados pelas empresas uma jogada de marketing para fugir das obrigações quanto ao futuro do meio ambiente? Venditti garante que “o Greenpeace manterá a pressão tanto sobre o governo da Indonésia quanto sobre as indústrias que causam a devastação da biodiversidade e do clima”.
A pergunta que fica é: até quando vai durar o compromisso?
Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line
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