CHEGOU A HORA DE ACERTAR OS PONTEIROS*
Roberto Feres**
No dia 23 de junho de 2008 o Sol nasceu às 5h46 em Rio Branco. Naquele ano, quase todos que trabalhavam nas repartições públicas começavam no batente às 7h da matina.
No dia 23 de junho de 2008 o Sol nasceu às 5h46 em Rio Branco. Naquele ano, quase todos que trabalhavam nas repartições públicas começavam no batente às 7h da matina.
Era a fase do ano
quando o dia começa mais tarde e também quando escurece mais cedo. Já por todo
o mês de novembro o dia era claro a partir das 5h.
No próximo dia 10 de novembro, quando o Acre resgatará o horário antigo,
acontecerá algo inverso: o Sol nascerá às 4h59, tendo, na véspera, nascido às
6h, com todo mundo entrando às 8h no trabalho, caso o expediente não retorne
também aos horários que vigoravam em 2008.
Um dos principais motivos da rejeição do acreano à
mudança do fuso horário foi a relutância dos empregadores, em especial os do
setor público, em adequar o expediente aos costumes local.
O que mais se ouvia na época era o argumento de que
as crianças tinham que sair de suas casas ainda de noite para irem a escola.
Porém, muito aos poucos, e lá se foram mais de cinco anos de ajustes, os
horários se acertaram, na medida do possível, ao hábito local de se por os pés
fora da cama com o calor e a claridade do Sol.
Agora é importante aprender com os erros do passado
e preparar o ajuste do expediente à nova hora. A principal regra desse ajuste
será a volta das atividades aos horários que vigiam antes da mudança.
Escolas, comércio, serviços públicos e privados
precisam urgentemente redefinir seus horários e comunicar com boa antecedência
seus parceiros e usuários para um rearranjo sem traumas na nova mudança.
Sem esses ajustes, um funcionário público que entra
no trabalho às 8h e sai às 18h, sofrerá com o excessivo calor matinal de um Sol
que brilha há três horas e retornará para casa à noite, num dia que escureceu
às 17h31.
Não fazer esses ajustes pode ser uma tática para
fomentar rejeição ao retorno do horário antigo. Oxalá, dessa vez, façam as
mudanças pelo bem-estar do povo e não para punir os discordantes.
*Artigo originalmente publicado no Blog do Altino
Machado
**Roberto Feres é engenheiro civil e perito da
Polícia Federal
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