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29 outubro 2005

MÍDIA INDEPENDENTE, COPYLEFT E O LIVRE ACESSO À INFORMAÇÃO

Por Evandro J. L. Ferreira
Blog AMBIENTE ACREANO (http://ambienteacreano.blogspot.com)

Os blogs, diários virtuais ou outros nomes que se queira dar a esta nova forma de comunicação pessoal, se constituem nos mais importantes marcos caracterizando a livre expressão nos dias atuais. Qualquer um pode ter um. Em sua maioria são de graça e por isso uma alternativa de baixo custo para o estabelecimento de uma verdadeira mídia independente. Além disso, são muito mais dinâmicos do que a mídia convencional pois são ágeis e dificilmente sofrem problemas de falta de espaço físico ou tempo para cumprir o objetivo para o qual são criados: "informar".

Entretanto, essa nova forma de mídia independente enfrenta um problema sério: o pouco controle que se tem sobre os direitos do material publicado. Algumas vezes o material é reproduzido centenas de vezes sem a permissão do autor e a citação da fonte original. Você nunca sabe onde pode encontrar um texto seu ao fazer uma busca no "google". É claro que nem tudo está perdido e já está sendo estabelecida uma tradição entre os usuários mais comprometidos com esse novo tipo de mídia. As pessoas sérias sempre pedem permissão e fazem questão de citar a fonte. Isso conta muito. Entretanto, a pirataria existe em todos os níveis e tem sido quase impossível eliminá-la. Quem embarcar no mundo da mídia virtual alternativa vai ter que conviver com esse tipo de problema pelo menos até que se possa controlar o incontrolável: a internet.

É interessante notar como existem diversas tendências de consolidação nesse campo. Na área ambiental se verifica uma quantidade crescente de portais que estão agregando paulatinamente matérias recolhidas de dezenas de pequenos blogs e sites informativos. Um bom exemplo disso é o portal “Ecodebate” (http://www.ecodebate.com.br/). Esse tipo de parceria é extremamente benéfico para todos porque, se de um lado o portal maior viabiliza conteúdo para atingir os seus objetivos, por outro os bons textos que estão sendo publicados diariamente em blogs e sites pouco conhecidos encontram espaço para divulgação sem os custos associados que seriam necessários para tornar estes espaços menores mais visíveis na internet. Aliás, parece que no futuro a mídia independente caminha para isso: parcerias, associações e outros arranjos “não convencionais”. Tudo feito de forma virtual.

Embora a mídia virtual autônoma brasileira ainda seja de pequeno porte e não tenha tido ainda a oportunidade de deixar sua marca, este momento está próximo. A agilidade dos blogs e sites similares é incomparável. Os desastres, escândalos e fatos urgentes, que são as maiores fontes de renda para a mídia convencional, acontecem diariamente. Ocorre que a forma com que ela é obrigada a cobrir estes fatos abre um grande “buraco” para a livre atuação da mídia virtual autônoma. Os conglomerados sofrem uma crise de identidade e precisam se preocupar com o complexo de Édipo ao inverso quando cobrem os grandes e lucrativos temas. É preciso trabalhar a cobertura dos fatos de forma propositalmente truncada para não “dar de graça” a informação que de outra forma eles também precisam vender via agências ou mídia impressa próprias.

Por outro lado, o sucesso da mídia autônoma vai estar diretamente relacionado com a aceitação do "copyleft" como política editorial, inclusive pelos conglomerados que monopolizam e controlam a distribuição das notícias em nível global e nacional. Vai ser uma dura batalha porque o princípio do copyleft é a renúncia do direito autoral, coisa que não se justificaria para estes conglomerados tendo em vista os custos envolvidos na coleta das informações que eles assumem. Entretanto, acredito que brevemente vai se chegar a um entendimento no qual os custos do repasse da informação dos grandes conglomerados vão cair estratosfericamente. Não serão mais apenas uns poucos clientes em cada país, serão milhares de blogs e sites similares como clientes potenciais. Se os conglomerados vão entrar nessa onde, ainda precisamos ver. Mas é inevitável. Digo isso porque acredito, que da mesma forma que hoje você pode ter o seu próprio site, flog, blog, podcast e outros, no futuro os internautas poderão, caso queiram, ter o seu próprio site de mídia divulgando livremente e dentro da legalidade o que desejar.

Vai ser a consolidação da concepção de que a informação é um direito de todos, um bem comum para ser compartilhado que não é propriedade e nem mercadoria.

Que venha o futuro! E logo.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

www.porumnovobrasil.sem-pt.org
Blog político !
Participe, reaja reclame !

30/10/2005, 09:07  

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