Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

17 agosto 2006

EFEITOS DA SUCESSÃO FLORESTAL SOBRE A FLORA E A ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO

INTRODUÇÃO

Sucessão secundária é o fenômeno pelo qual, a vegetação sofre transformações na sua estrutura e composição ao longo do tempo e espaço. Ela tem sido abordada de duas formas principais: amostragens em séries temporais e cronosseqüências. Cronosseqüência é um conjunto de áreas que se encontram em diferentes estágios sucessionais dentro de um gradiente. Existe uma relação entre perturbação, sucessão e estrutura da vegetação. Dois elementos associados à estrutura da vegetação são a complexidade e heterogeneidade. Há um aumento na riqueza florística no transcurso do processo de sucessão. Estas abordagens fornecem suporte para estudos sobre a relação entre a estrutura da vegetação e outros componentes bióticos e abióticos do ecossistema. Poucos estudos foram feitos no Brasil dentro desta abordagem no Acre apenas dois estudos foram realizados. Assim, esse trabalho tem como objetivo verificar a riqueza, composição florística e estrutura geral da vegetação de áreas íntegras e experimentalmente perturbadas que se encontram em diferentes estágios sucessionais.

O trabalho foi realizado na Reserva Experimental Catuaba, localizada em Rio Branco/ Acre, no período de agosto de 2005 a maio de 2006. Os dados foram coletados em unidades amostrais constituídas por quatro tipos de ambientes (tratamentos): sucessão (área experimentalmente desmatada e queimada), capoeira, mata e matriz (entorno da reserva). Estes foram repetidos três vezes. A amostragem foi realizada nos períodos seco e chuvoso.

RESULTADOS

Foram identificadas 61 famílias de plantas e registradas 223 morfoespécies. Desde as primeiras amostragens em 2002 até maio de 2006 foram registradas, ao todo, 69 famílias e 341 morfoespécies. Nas áreas de sucesssão 1, 2 e 3 foram encontradas, 16, 31 e 26 famílias e 25, 56 e 47 morfoespécies, respectivamente. Em Capoeira 1, 2 e 3 foram encontradas 31, 38 e 30 famílias e 52, 61 e 52 morfoespécies, respectivamente. Nas matas 1, 2 e 3 foram encontradas 39, 36 e 39 famílias e 87, 78 e 105 morfoespécies, respectivamente. Nas matrizes 1, 2 e 3 foram encontradas 14, 12 e 23 famílias e 21, 16 e 23 morfoespécies, respectivamente. Dentre as espécies registradas, 35,4% são madeireiras. As famílias mais especiosas foram Caesalpiniaceae e Moraceae, ambas com 20 morfoespécies. As áreas que apresentaram maior valor de área basal foi a mata 3 (x = 74,67 m2/ha) e com menor valor a sucessão 1 (x = 2,24 m2/ha). As áreas que apresentaram maior variação de área basal foi a mata 2 (s = 38,54) e mata 3 (s = 91,26).

CONCLUSÃO

As áreas de capoeira apresentaram maior riqueza florística e maior área basal em relação as áreas que estão no início do estágio sucessional (sucessão), mas valores inferiores em relação as áreas clímax (mata). Este resultado tem sido encontrado em outros estudos. As áreas de mata que estão num estágio sucessional mais avançado apresentaram maior riqueza florística e maior área basal. Sendo assim, essas áreas devem apresentar uma maior complexidade estrutural e funcional.

Autores: Clívia Bezerra Araújo (Bolsista do PIBIC/CNPq/UFAC–2005/2006) e Elder Ferreira Morato (Orientador, Departamento de Ciências da Natureza). EFEITOS DA SUCESSÃO FLORESTAL SOBRE A FLORA E A ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO. Anais do XV Seminário de Iniciação Científica PIBIq-CNPq , Universidade Federal do Acre, Rio Branco-Acre, 2006.

Financiador: CNPq / PIBIC / UFAC.