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20 março 2007

COPAÍBA NO ACRE

Qual tipo de copaíba produz mais óleo? Copaíba preta, amarela, branca, vermelha???

Buscando responder a essa questão, a pesquisadora Cleusa Rigamonte, da SOS Amazônia, realizou um estudo em duas áreas nos municípios de Xapuri e de Tarauacá, onde avaliou 388 árvores da espécie. O trabalho da pesquisadora fez parte de sua dissertação de mestrado no curso de Ecologia e Manejo de Recursos Naturais da UFAC, concluído em 2004. A publicação da mesma foi feita na Revista Árvore (Volume 30, n° 4, julho-agosto de 2006).

Todas as coletas de óleo de copaíba foram realizadas na estação chuvosa, tanto em áreas de "Floresta Aberta" e "Floresta Densa", localizadas em ambientes popularmente classificados como de "Baixio" e "Terra Firme".

Um dado interessante observado pela pesquisadora: no Acre são reconhecidos seis "morfotipos" ou tipos de copaibeiras, cuja classificação é baseada nas características morfológicas da casca e das folhas: copaíba-preta da placa grande, copaíba-preta da placa pequena, copaíba-branca, copaíba-amarela, copaíba-vermelha e copaíba-mari-mari.

O resultado da pesquisa indicou que a produção de óleo de copaíba foi independente do ambiente (terra firme ou baixio) ou da tipologia florestal, porém dependente do morfotipo de copaíba. O tamanho da árvore, avaliado pelo diâmetro à altura do peito, não influenciou a produção de óleo-resina das copaibeiras.

A copaíba mari-mari possui maior proporção de indivíduos produtivos (80%). Com relação a todas as árvores amostradas, a produção de óleo-resina variou de 0 a 18 L árvore, com a copaíba mari-mari tendo a maior produção média (1,33 L árvore), porém sem diferir significativamente dos demais morfotipos. Após excluir da análise as árvores não produtivas, a copaíba-preta apresentou significativamente a maior produção média de óleo-resina (2,92 L árvore).

De maneira geral, a copaíba-preta e a mari-mari foram as que apresentaram maior potencial para a produção de óleo, no entanto, para que o manejo da copaíba seja viável e cumpra com seu papel para a conservação das florestas e manutenção da tradição extrativista das populações locais, é necessário um sistema de uso múltiplo da floresta. A copaíba é uma espécie com enorme diversidade (fisiológica e morfológica), e ainda há vários fatores desconhecidos que precisam ser estudados.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra ou clique aqui para ter acesso à dissertação de mestrado da pesquisadora.

Crédito da imagem: foto da árvore, Harri Lorenzi