PARQUE ESTADUAL DO CHANDLESS
PARQUE ESTÁ SENDO CRIADO PELO GOVERNO DO ESTADO COM RECURSOS DA USAID E DO ARPA
Na sexta (8/6) estivemos em Sena Madureira participando do seminário "Instrumentos de Gestão do Parque Estadual do Chandless", criado em setembro de 2004 pelo então governador Jorge Viana.
A reunião foi muito interessante e contou com uma boa participação dos interessados e afetados diretamente pela criação do parque: habitantes de Manoel Urbano, Santa Rosa e Sena Madureira. Muitos participaram do encontro porque dentro de alguns meses vai ser criado o Conselho Consultivo do Parque e, pelo que se observou, todos querem fazer parte do mesmo.
Eles acham que o conselho vai ditar o que pode e o que não pode ser feito no parque. Não é bem assim. O nome já diz tudo. Vai ser um conselho consultivo apenas. Os membros vão ser consultados sobre o que vai acontecer no parque. Não podem aprovar ou desaprovar nada. A administração do mesmo está a cargo do biólogo Jesus Rodrigues, funcionário do IMAC, que deverá seguir o que reza a legislação federal relativa a áreas de conservação.
Na medida em que a reunião avançava fiquei com a impressão de que a maioria dos presente não tinham muita idéia do real significado da criação do Parque. Nem agora nem quando a primeira consulta pública para a sua criação foi realizada em 2003 na cidade de Manoel Urbano.
O Parque ocupa mais de 728 mil hectares de floresta nativa intocada que agora deverão ser preservadas de qualquer tipo de exploração. Do ponto de vista político perdem os municípios dos quais o parque ocupa território. Cerca de 67% da área do parque fica em Manoel Urbano, 24% em Santa Rosa e 9% em Sena Madureira. A preservação da natureza ganhou de goleada.
Nenhum dos representantes dos municípios que "cederam" área para o parque levantou a voz para saber das autoridades estaduais presentes o que eles iriam ganhar em troca. O representante de Manoel Urbano pelo menos tentou saber se, agora que o parque foi criado, o Governo do Estado iria assumir o ônus financeiro do atendimento em saúde e educação das famílias que moram dentro do mesmo. São 13 famílias. No Parque Nacional da Serra do Divisor são mais de 500! Resposta evasiva: "temos que trabalhar todos juntos". Significado: os municípios terão que continuar a prover estes serviços.
No futuro, as famílias que resolverem sair do parque terão apenas suas benfeitorias indenizadas. Ninguem mais poderá se "mudar" para lá. O presidente da associação de pescadores de Sena Madureira se levantou para saber se os associados poderiam continuar a pescar dentro do parque, como têm feito há muitos anos. A resposta foi curta e grossa: não!
Um representante do exército presente à reunião não se conteve ou não se conformou em ver o nome da USAID na faixa e no material de propaganda do parque. Perguntou quem estava financiando tudo aquilo e quais as ONGs que estão por trás da idéia de criação do parque. Antes de concluir disse que queria saber isso porque "todo mundo" sabe que os gringos querem tomar a Amazônia do Brasil. Claro que foi aplaudido por boa parte da platéia (muitos estudantes). Mas os representantes da SEMA e do IMAC deram conta de responder as dúvidas do militar inquieto.
Ganhou a natureza. Perderam os garimpeiros de madeira e dos recursos naturais de nossas florestas e, principalmente, os grileiros de terra que cedo ou tarde iriam aportar por aquele canto remoto dizendo ser donos de tudo.
Precisamos ajudar o Estado a conservar a mais nova área de preservação permanente Acreana.
Na sexta (8/6) estivemos em Sena Madureira participando do seminário "Instrumentos de Gestão do Parque Estadual do Chandless", criado em setembro de 2004 pelo então governador Jorge Viana.
A reunião foi muito interessante e contou com uma boa participação dos interessados e afetados diretamente pela criação do parque: habitantes de Manoel Urbano, Santa Rosa e Sena Madureira. Muitos participaram do encontro porque dentro de alguns meses vai ser criado o Conselho Consultivo do Parque e, pelo que se observou, todos querem fazer parte do mesmo.
Eles acham que o conselho vai ditar o que pode e o que não pode ser feito no parque. Não é bem assim. O nome já diz tudo. Vai ser um conselho consultivo apenas. Os membros vão ser consultados sobre o que vai acontecer no parque. Não podem aprovar ou desaprovar nada. A administração do mesmo está a cargo do biólogo Jesus Rodrigues, funcionário do IMAC, que deverá seguir o que reza a legislação federal relativa a áreas de conservação.
Na medida em que a reunião avançava fiquei com a impressão de que a maioria dos presente não tinham muita idéia do real significado da criação do Parque. Nem agora nem quando a primeira consulta pública para a sua criação foi realizada em 2003 na cidade de Manoel Urbano.
O Parque ocupa mais de 728 mil hectares de floresta nativa intocada que agora deverão ser preservadas de qualquer tipo de exploração. Do ponto de vista político perdem os municípios dos quais o parque ocupa território. Cerca de 67% da área do parque fica em Manoel Urbano, 24% em Santa Rosa e 9% em Sena Madureira. A preservação da natureza ganhou de goleada.
Nenhum dos representantes dos municípios que "cederam" área para o parque levantou a voz para saber das autoridades estaduais presentes o que eles iriam ganhar em troca. O representante de Manoel Urbano pelo menos tentou saber se, agora que o parque foi criado, o Governo do Estado iria assumir o ônus financeiro do atendimento em saúde e educação das famílias que moram dentro do mesmo. São 13 famílias. No Parque Nacional da Serra do Divisor são mais de 500! Resposta evasiva: "temos que trabalhar todos juntos". Significado: os municípios terão que continuar a prover estes serviços.
No futuro, as famílias que resolverem sair do parque terão apenas suas benfeitorias indenizadas. Ninguem mais poderá se "mudar" para lá. O presidente da associação de pescadores de Sena Madureira se levantou para saber se os associados poderiam continuar a pescar dentro do parque, como têm feito há muitos anos. A resposta foi curta e grossa: não!
Um representante do exército presente à reunião não se conteve ou não se conformou em ver o nome da USAID na faixa e no material de propaganda do parque. Perguntou quem estava financiando tudo aquilo e quais as ONGs que estão por trás da idéia de criação do parque. Antes de concluir disse que queria saber isso porque "todo mundo" sabe que os gringos querem tomar a Amazônia do Brasil. Claro que foi aplaudido por boa parte da platéia (muitos estudantes). Mas os representantes da SEMA e do IMAC deram conta de responder as dúvidas do militar inquieto.
Ganhou a natureza. Perderam os garimpeiros de madeira e dos recursos naturais de nossas florestas e, principalmente, os grileiros de terra que cedo ou tarde iriam aportar por aquele canto remoto dizendo ser donos de tudo.
Precisamos ajudar o Estado a conservar a mais nova área de preservação permanente Acreana.
1 Comments:
Boa tarde Evandro Ferreira !
Sou do Rio Grande do Sul e grande admirador da natureza. Cheguei até este site, da seguinte forma: chegando em casa, por volta das 19h de hoje, dia 10 julho, passei a assistir uma entrevista com o Sr César Ramalho, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira) se pronunciando sobre o Novo Código Florestal Brasileiro do Relator Aldo Rebelo (PC do B) de São Paulo. Tenho acompanhado este assunto a algumas semanas, inclusive, a votação que houve no Plenário da Câmara dos Deputados, com a vitória dos ruralistas a favor do novo código. Em seguida, através de uma reportagem de TV sobre a retirada de indígenas da Esplanada dos Ministérios em Brasília, passei a buscar o site da Funai e foi lá que, encontrei o seu Blog. Fiquei contente em encontrar seu blog, pois está evidenciado em seu conteúdo o real interesse pela preservação ambiental. E como grande incentivador da sua luta por essa preservação, digo que, não desista jamais pois no seu estado de origem, o Acre, acredito, exista muita floresta, ao contrário do meu estado, onde a destruição das florestas e expulsão dos indígenas começou com a chegadas dos colonizadores europeus a mais de duzentos anos. Portanto, ainda está em tempo de salvar as florestas de seu estado e também da região amazônica.
Abraços! Cesar Rocha/RS
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