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19 agosto 2007

HOMEM É POLÍGAMO E MULHER INFIEL POR NATUREZA

Segundo novo estudo sobre o comportamento sexual dos seres humanos, casamento só persiste por seus benefícios sociais

Ao utilizar novas pesquisas sobre sexo no mundo animal, os eminentes cientistas David Barash e Judith Lipton põem fim ao mito da monogamia. Na verdade, os biólogos descobriram que, para quase toda espécie, trair é a regra — para ambos os sexos. As considerações de ambos estão em O Mita da Monogamia, um ataque às crenças arraigadas e uma abordagem oportuna e necessária a um assunto delicado. O livro acaba de sair da gráfica da Editora Record e chega às livrarias no dia 03 de agosto.

A monogamia pode ser a regra, mas não é a prática — nem mesmo entre os animais. Usando as tecnologias de DNA hoje tão comuns em processos de reconhecimento de paternidade, os biólogos, pela primeira vez com segurança, foram capazes de fazer o mesmo tipo de rastreamento genético no reino animal. Os resultados dessa investigação foram surpreendentes: descobriu-se que, mesmo entre espécies em geral tidas como exemplos de fidelidade, as incidências de relações extra-par são altíssimas, e que a regra é trair — para ambos os sexos.

Em O Mito da Monogamia, David P. Barash e Judith Eve Lipton descrevem como essa nova pesquisa prova que o desejo por múltiplos parceiros é natural, ao contrário da monogamia. Diante dessa evidência, os cientistas explicam questões importantes, como por que os animais (humanos inclusive) traem; por que se criou o mito da monogamia; de que forma homens e mulheres foram tragados pelo embuste monogâmico; quem mais ganha perpetuando esse mito; e o quanto o dever de procriação influi no desejo por uma variedade de parceiros.

Um ataque às crenças arraigadas, O Mito da Monogomia é uma abordagem oportuna e necessária a um assunto delicado. Veemente e perspicaz ao criticar preceitos tradicionais acerca dos rituais de acasalamento, o livro explora as implicações dessas dramáticas novas descobertas para os seres humanos, em termos de relacionamentos e cuidados parentais, entre outros. Cuidadosos em separar descrição científica de prescrição moral, Barash e Lipton afastam a idéia de que seu estudo constitui um sério abalo à instituição do casamento: ao contrário, eles asseguram que a monogamia costuma funcionar bem para aqueles que a desejam, e que um dos traços distintivos do ser humano é a sua capacidade de por vezes contornar e superar a biologia. Exemplos disso, eles são casados e monógamos.

David P. Barash é doutor em zoologia e professor de psicologia na Universidade de Washington, em Seattle. Escreveu diversos livros e colabora com artigos para publicações como Playboy, Psychology Today e The New York Times.

Judith Eve Lipton é uma destacada psiquiatra especializada em questões femininas. Ela e David P. Barash são casados desde 1977 e têm dois filhos.

Originalmente publicado em Bem Paraná, 26/7/2007