VIAGEM PARA TARAUACÁ
Nesta semana estarei me deslocando para Tarauacá, terra que tão bem me acolheu entre 1975 e 1981. Se tiver tempo, irei rever a maioria dos meus velhos amigos que deixei naquela cidade: Raimundinho do Natávio, sua irmã Bebê, Cleudo Rocha e suas irmãs (meu vizinho na época), Ivone, Nacélio Bayma, Raniere Prado...são muitos.
Vai ser uma viagem rápida. Vamos fazer fotos para um livro sobre palmeiras brasileiras que será lançado em novembro de 2009. Este novo livro vai suceder um outro que vendeu 10 mil exemplares em pouco mais de dois anos. Está esgotado desde fevereiro de 2007. Clique aqui ou na imagem ao lado para saber um pouco mais sobre esse livro que fez tanto sucesso e nos levou, junto com outros colegas, a elaborar um outro, mais completo e ilustrado. Nosso livro tem essa marca: muitas fotos para os leitores poderem identificar as palmeiras de forma rápida. Na primeira versão, foram exatas 1.149 fotografias!
Essa viagem para Tarauacá está programada faz tempo. Vamo fotografar a espécie Prestoeae schultzeana, uma palmeira parente do açai e da bacaba. Esta espécie, que ocorre no Peru, Equador e Colômbia, só foi encontrada no Brasil em uma localidade da terra do abacaxi gigante. Mais uma razão para considerar minha terra de adoção mais que especial. Dois anos atrás o Ribamar, nosso colega do Herbário da UFAC, encontrou esta espécie com frutos bem pequenos no final de julho. Pelos nossos cálculos, é quase certo que vamos poder fotografá-la com frutos maduros agora em outubro. Estamos fazendo figa...
Tarauacá é especial. Se eu fosse cheio de grana, comprava umas 5-10 hectares de uma mata pantanosa que fica no antigo seringal Bom Destino, quase em frente a cidade, na outra margem do Tarauacá. Ia fazer uma espécie de Parque ou Reserva. Lá, em 1993 e depois em 2001, encontrei, neste pedaço pequeno de floresta, pelo menos 10 espécies diferentes de palmeiras pertencentes a 6 gêneros diferentes. Para quem não é do ramo, são números espantosos. Mas o fato dessa 'matinha' ser especial é o fato de abrigar uma espécie conhecida popularmente como 'marajá', e cientificamente como Bactris piranga. Em 2001 não encontramos frutos na única planta que encontramos por lá. Agora estamos apostando que vamos encontrar frutos. Aos apressadinhos que acham que conhecem 'marajá' só porque eles têm espinhos, saibam que no Acre já foram identificadas 14 espécies diferentes de palmeiras conhecidas com esse nome vulgar. Os marajás são, literalmente, ricos em diversidade de espécies, mas ao mesmo tempo, muito complicados para serem identificados.
Outro aspecto interessante de Tarauacá. Lá tem a palmeira conhecida como 'cocão' e tem também outra conhecida como 'jaci'. Pois no igarapé Joaci encontrei, em 1993, o 'jaci-cocão', um híbrido das duas espécies. Lá por aquelas bandas, o jaci e o uricuri, que cientificamente são espécies distintas, são promíscuas e parece que se cruzam livremente. Quem conhece bem estas espécies sabe que o uricuri tem as folhas arrepiadas e o jaci folhas arrumadinhas. Pois bem. Lá em Tarauacá não é fácil dizer quem é quem. Uma hora o uricuri tem as folhas como uricuri, outra como jaci.
Lá também tem o bacabão, uma palmeira que é uma mistura de bacaba e pataua. Até hoje ela continua no limbo, sem nome científico. Ela também...deixa para lá.
Tem muita coisa estranha na terra do abacaxi gigante.
Vai ser uma viagem rápida. Vamos fazer fotos para um livro sobre palmeiras brasileiras que será lançado em novembro de 2009. Este novo livro vai suceder um outro que vendeu 10 mil exemplares em pouco mais de dois anos. Está esgotado desde fevereiro de 2007. Clique aqui ou na imagem ao lado para saber um pouco mais sobre esse livro que fez tanto sucesso e nos levou, junto com outros colegas, a elaborar um outro, mais completo e ilustrado. Nosso livro tem essa marca: muitas fotos para os leitores poderem identificar as palmeiras de forma rápida. Na primeira versão, foram exatas 1.149 fotografias!
Essa viagem para Tarauacá está programada faz tempo. Vamo fotografar a espécie Prestoeae schultzeana, uma palmeira parente do açai e da bacaba. Esta espécie, que ocorre no Peru, Equador e Colômbia, só foi encontrada no Brasil em uma localidade da terra do abacaxi gigante. Mais uma razão para considerar minha terra de adoção mais que especial. Dois anos atrás o Ribamar, nosso colega do Herbário da UFAC, encontrou esta espécie com frutos bem pequenos no final de julho. Pelos nossos cálculos, é quase certo que vamos poder fotografá-la com frutos maduros agora em outubro. Estamos fazendo figa...
Tarauacá é especial. Se eu fosse cheio de grana, comprava umas 5-10 hectares de uma mata pantanosa que fica no antigo seringal Bom Destino, quase em frente a cidade, na outra margem do Tarauacá. Ia fazer uma espécie de Parque ou Reserva. Lá, em 1993 e depois em 2001, encontrei, neste pedaço pequeno de floresta, pelo menos 10 espécies diferentes de palmeiras pertencentes a 6 gêneros diferentes. Para quem não é do ramo, são números espantosos. Mas o fato dessa 'matinha' ser especial é o fato de abrigar uma espécie conhecida popularmente como 'marajá', e cientificamente como Bactris piranga. Em 2001 não encontramos frutos na única planta que encontramos por lá. Agora estamos apostando que vamos encontrar frutos. Aos apressadinhos que acham que conhecem 'marajá' só porque eles têm espinhos, saibam que no Acre já foram identificadas 14 espécies diferentes de palmeiras conhecidas com esse nome vulgar. Os marajás são, literalmente, ricos em diversidade de espécies, mas ao mesmo tempo, muito complicados para serem identificados.
Outro aspecto interessante de Tarauacá. Lá tem a palmeira conhecida como 'cocão' e tem também outra conhecida como 'jaci'. Pois no igarapé Joaci encontrei, em 1993, o 'jaci-cocão', um híbrido das duas espécies. Lá por aquelas bandas, o jaci e o uricuri, que cientificamente são espécies distintas, são promíscuas e parece que se cruzam livremente. Quem conhece bem estas espécies sabe que o uricuri tem as folhas arrepiadas e o jaci folhas arrumadinhas. Pois bem. Lá em Tarauacá não é fácil dizer quem é quem. Uma hora o uricuri tem as folhas como uricuri, outra como jaci.
Lá também tem o bacabão, uma palmeira que é uma mistura de bacaba e pataua. Até hoje ela continua no limbo, sem nome científico. Ela também...deixa para lá.
Tem muita coisa estranha na terra do abacaxi gigante.
1 Comments:
Caro Evandro,
Que maravilhosa essa sua paixão pela nossa fauna e flora. De fato Tarauacá tem peculiaridades difíceis de serem encontradas (modéstia à parte)em outros lugares. Para mim é um privilégio saber de pessoas que tem essa enorme dedicação e conhecimento técnico, como a sua, o que nos permite seriedade e credibilidade da pesquisa. Só me resta dizer parabéns e bom trabalho. Sem dúvida nossa terra o acolherá muito bem.
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