OS DESAFIOS DA UNIMED
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
Com mais de 20 milhões de clientes em mais de 300 cidades (cobertura de 84% do território nacional), e 112 mil médicos associados, as 351 cooperativas médicas Unimed constituem a maior operadora de planos de saúde do Brasil. Embora no papel cada cooperativa Unimed seja independente e autônoma, atuando de forma exclusiva em estados ou regiões geográficas do país, as dificuldades enfrentadas por algumas cooperativas instaladas em regiões importantes ameaça comprometer a saúde financeira das demais.
Blog Ambiente Acreano
Com mais de 20 milhões de clientes em mais de 300 cidades (cobertura de 84% do território nacional), e 112 mil médicos associados, as 351 cooperativas médicas Unimed constituem a maior operadora de planos de saúde do Brasil. Embora no papel cada cooperativa Unimed seja independente e autônoma, atuando de forma exclusiva em estados ou regiões geográficas do país, as dificuldades enfrentadas por algumas cooperativas instaladas em regiões importantes ameaça comprometer a saúde financeira das demais.
No
final de agosto a Unimed Paulistana quebrou, mesmo tendo sofrido a quatro intervenções
da Agência Nacional de Saúde (ANS). Agora a cooperativa falida terá que
transferir a carteira com 750 mil clientes para outra operadora. As
especulações indicam que a Unimed Fesp (Federação de São Paulo) ou a Central
Nacional Unimed serão obrigadas a absorver os segurados. Enquanto a questão não
é decidida, a justiça decidiu que a Central Unimed terá que dar assistência aos
clientes que ficaram no limbo.
As
cooperativas Unimed de Jequié e Paulo Afonso, na Bahia, também estão com ordens
para transferir seus clientes e as de Manaus e Belém estão sob intervenção. Em
Manaus os médicos cooperados da Unimed foram obrigados a contribuir com R$ 24
mil para a empresa sanar dívidas em 2014. No momento são oito as cooperativas
Unimed sob intervenção da ANS e 2,4 milhões de clientes, ou 12% do total da
Unimed no Brasil, que correm o risco de ficar sem seguradora médica.
Uma
das situações mais preocupantes é a da Unimed Rio, a maior de todas as
cooperativas Unimed do Brasil com 1,1 milhão de clientes e faturamento de R$
4,6 bilhões. Com uma dívida que chega a R$ 1 bilhão, ela foi obrigada a
cancelar o contrato de patrocínio esportivo com o time de futebol carioca
Fluminense em dezembro de 2014 e em março passado sofre intervenção da ANS.
Embora o atendimento aos clientes continue aparentemente normal, nos bastidores
funcionários da agência supervisionam o dia a dia para conter o agravamento da situação
da empresa.
A
estrutura complexa da Unimed, com suas cooperativas independentes, contribui
para agravar a situação difícil de algumas delas. Os presidentes das
cooperativas locais são eleitos pelos médicos cooperados e brigas políticas
entre grupos que disputam o poder são comuns. Esta foi uma das causas da
derrocada da Unimed Paulistana.
Conflitos
de interesse entre os médicos e a cooperativa também causam problemas. Para o
médico, quanto mais complexo o atendimento, melhor. Para a cooperativa, quanto
maior a simplicidade do procedimento, maior o lucro. Isso explica, por exemplo,
o fato de a Bradesco Saúde e a Sul América terem lucrado 6% da receita no ano
passado, ante 4% da Central Nacional Unimed.
Entre
as cooperativas Unimed que estão com boa saúde financeira, geralmente aquelas
com mais de 700 mil clientes que resultaram de fusões de cooperativas
regionais, foi observado que as disputas políticas foram minimizadas e que os
custos foram controlados através da construção de unidades hospitalares
próprias.
O
melhor exemplo é a Unimed de Belo Horizonte, que tem 80% do mercado da região
metropolitana e atende 1,2 milhões de clientes. A cooperativa tem três
hospitais, uma maternidade e 11 unidades de pronto-atendimento. Com isso, mais
da metade dos atendimentos de emergência e um quarto das internações são feitos
na rede própria, diminuindo substancialmente os custos. Para diminuir fraudes e
cobranças excessivas, a Unimed BH promove treinamentos para que os médicos se
vejam mais como donos do negócio do que prestadores de serviço. Em 2014 a
cooperativa lucrou R$ 166 milhões e distribuiu R$ 11 mil para cada um dos 5 mil médicos
cooperados.
Com informações de Exame.com
Com informações de Exame.com
Para ler a reportagem completa: Porque o perigo continua, por Tatiana Bautzer. Revista Exame, edição 1098, 30/09/2015, p.70-74.
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