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Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

18 dezembro 2005

AQUECIMENTO GLOBAL











2005 É O SEGUNDO ANO MAIS QUENTE DA HISTÓRIA!


A Organização Mundial de Meteorologia (WMO) informou que o ano de 2005 é o segundo ano mais quente da história, depois de 1998. A média de temperatura do hemisfério norte foi 0,65°C acima da média dos últimos 30 anos, a mais elevada da história. No hemisfério sul o valor foi um pouco menor, 0,32°C acima da média dos últimos 30 anos, e é considerado o quarto mais alto da história. O registro de temperatura na terra tem sido feito de forma sistemática desde o ano de 1861.

O aquecimento global trouxe como consequência um clima atípico em vários lugares do globo. Foi observada uma seca prolongada na África, Europa, Austrália, Estados Unidos e na bacia Amazônica. Fortes chuvas causaram inundações em partes da Ásia, Europa e nas Américas do Sul e do Norte. Houve ainda uma temporada com recordes de furacões, declínio da camada de gelo no polo norte e grande diminuição na camada de ozônio no polo sul e no polo norte. A revista "Isto É" de 14/12 trás alguns números do balanço ambiental de 2005:

- US$ 200 bilhões de prejuízos causados pelos furacões e tempestades tropicais;
- 10% das geleiras dos Alpes já derreteram;
- Com menos de 15% da população mundial, Europa, Japão, Austrália e EUA são responsáveis por 50% das emissões globais de CO2;
- 25% das emissões globais de gases formadores do efeito estufa são decorrentes dos desmatamentos e queima das florestas;
- 980 habitantes de uma pequena ilha da Papua-Nova Guiné foram os primeiros refugiados ambientais da história.

No Acre tivemos uma prolongada estação seca e a ocorrência generalizada de queimadas fora de controle em áreas de florestais. O rio Acre "praticamente" secou.

Durante o mês de agosto fizemos parte de uma equipe de pesquisadores que realizou uma avaliação ecológica rápida da Estação Ecológica do Alto Rio Acre (ESEC Alto Acre), localizada a cerca de 4 dias em barco a partir da cidade de Assis Brasil. Durante as duas semanas que permanecemos por lá tivemos a oportunidade de cruzar o rio com água abaixo do joelho (ver foto acima a esquerda). Na ESEC, a maioria dos igarapés de grande porte secaram. Na foto acima à direita, a equipe doINPA/UFAC/SOS Amazônia posa para foto no leito seco do igarapé originalmente chamado de "Pentiaco", mas cujo nome foi mudado pelos pesquisadores para "Igarapé do tombo", tal a quantidade de tombos que todos levaram durante as longas caminhadas por seu leito seco, pedregoso e "muito liso".

Uma das causas das mudanças do clima na nossa região tem sido a contínua destruição da floresta Amazônica, que afeta o regime de chuvas em diferentes regiões do globo. Em outubro passado publicamos um post no qual comentamos um artigo científico que explica esta relação. Vale a pena ler:

- Brasileiros destruindo a Amazônia. O que os gringos têm a ver com isso? A Amazônia é nossa.

Leitura sugerida:
2005 is second warmest year on record, Mongabay.com, 16/12/2005.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O teu Igarapé do Tombo ou Pentiaco é abaixo da Cachoeira Inglesa?
Nas minhas anotações Set/Out-82, são tres Igarapés muito próximos, todos afluentes da margem esquerda do Rio Acre: Pitiaco, Oscaiapo e Acaiapo. (O teu Pentiaco deve ser o meu Pitiaco)

18/12/2005, 17:57  
Blogger Evandro Ferreira said...

Alceu,
Exato, estávamos abaixo da Cachoeira inglesa e os igarapés são em sequência e sempre na margem esquerda (Brasil).

Quanto ao nome, está no mapa que foi fornecido pela SOS - coordenadora do trabalho. Com certeza existe o "Pentiaco" ou "Pitiaco", conforme sua anotação.

Lembro que caminhamos cerca de 2-3 horas ao longo do leito do igarapé até chegar a um acampamento de apoio. No dia seguinte caminhamos mais 4-5 horas paralelo ao rio, até que chegamos a margem de outro grande igarapé - também quase seco. Talvez o Oscaiapo.

Foi uma dura caminhada, subindo e descendo morros incríveis. Bríncávamos que tinhamos que ter cuidado ao chegar no topo dos morros para não cair morro abaixo, tal a declividade deles.

Não observamos Açai na ESEC. Fato raro. Em seu lugar encontramos dezenas de pés da palmeira "Jaciarana", ou "Catolé", uma das duas espécies do gênero Syagrus que ocorrem no Acre. Elá é relativamente rara, mas pode ser encontrada no Vale do Acre e do Juruá. A outra espécie de Syagrus, a S. smithii, só ocorre no PNSD.

18/12/2005, 19:13  

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