O CORONAVÍRUS COLOCOU BOLSONARO NAS CORDAS
Blog Ambiente Acreano
A crise social e econômica que se abateu sobre o Brasil em decorrência da pandemia de coronavírus tem forte chance de catalisar o fim da carreira política de Bolsonaro em razão de sua absoluta incompetência para enfrentar o problema.
Seu
comportamento errático indica que é quase certo que ele não consiga atravessar
a crise sem perder apoio junto à sua claque de fanáticos eleitores, que hoje se
estima representar 25 a 30% da população.
Pesquisas
de opinião mostram que quase 2/3 da população reprovam a sua condução da crise.
Por isso, sem apoio substancial entre seus seguidores fieis, sua pretensão de
reeleição em 2022 será mínima. Isso se conseguir chegar lá na condição de
presidente.
Sua
truculência, atitudes alopradas e criminosas fazem crescer, entre membros do
Congresso (oposição e situação), do judiciário e até mesmo entre integrantes de
seu governo, as especulações sobre uma possível saída para o “problema”
Bolsonaro.
Impeachment,
interdição ou renúncia tem sido as opções frequentemente citadas como saída
para o problema. Embora a situação do presidente ainda não possa ser
considerada irremediavelmente perdida, suas atitudes cotidianas o empurram cada
vez mais nessa direção.
Alternativamente,
se articula a manutenção de Bolsonaro no cargo, mas na condição de “pato
manco”, sem ou com muito pouco poder de mando, ou até mesmo como uma espécie de
rainha da Inglaterra, que reina, mas não governa.
Teríamos
que ver quem seria o tutor de Bolsonaro. Um ministro. Uma junta de ministros. A
desvantagem dessa opção é que um governo sem uma liderança clara tende a ser
fragmentado e fatiado e, em tese, não teria agilidade para lidar eficientemente
com situações emergenciais como a que estamos vivendo agora.
Ironicamente,
a pandemia atual mostrou que isso já é uma realidade, mesmo o país tendo um
presidente. Sem liderança política forte junto ao Congresso, no ano passado
ficou a cargo dos presidentes da Câmara e do Senado decidir o que, como e
quando votar as reformas enviadas pelo governo.
Colocar
uma canga e “ocultar” Bolsonaro da seara política nacional vai ser missão quase
impossível em razão de sua personalidade forte (e errática). Se feito, ele irá
espernear e tumultuar o ambiente político de tal forma que inviabilizará essa
opção.
Nesse
caso, tudo indica que não restará outra alternativa que não a “interdição” do
presidente. Vai ser traumático, mas será necessário para salvar o país.
Charge: Le Monde Brasil.