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Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

30 julho 2007

BIODIESEL AMEAÇA O EXTRATIVISMO DO BABAÇU

Colhedoras de fruto amazônico diante do dilema do biodiesel

Por Mario Osava, IPS/Terramerica.

As colhedoras amazônicas do fruto do babaçu devem decidir se aderem ou rechaçam a produção de biodiesel, que alterará a economia dessa atividade tradicional.

IMPERATRIZ, Maranhão, 30 de julho de 2007 - O babaçu, palmeira nativa abundante na Amazônia oriental e no norte e nordeste do Brasil, tem grande potencial para produzir biodiesel e biomassa energética, mas as mulheres que vivem de sua coleta temem perder sua tradicional fonte de renda. “A experiência nos faz prever novas dificuldades de acesso ao babaçu (Orbignya phalerata martins)”, explica ao Terramérica Eunice da Conceição Costa, uma das coordenadoras do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu, em Imperatriz, município do sudoeste do Maranhão.

Essas dificuldades têm suas raízes no processo agrário que o Estado viveu desde 1969, quando foi aprovada a Lei de Terras que impulsionou a formação de propriedades e a apropriação privada de extensas áreas públicas. As cercas se multiplicaram, proibindo a atividade extrativista, e as florestas foram substituídas por pastagens e plantações. O Movimento luta por uma lei nacional, já existente em alguns municípios, para garantir o livre acesso das colhedoras ao babaçu e para deter a destruição deste recurso natural indispensável para a economia popular.

Calcula-se que 400 mil pessoas, quase todas mulheres, sobrevivem extraindo óleo do fruto e outros produtos aproveitáveis do babaçu para alimentação, construção e artesanato. Entretanto, chegou à região a febre dos combustíveis agrícolas, menos poluentes do que os derivados do petróleo. O biodiesel exige uma escala industrial e produção mecanizada e pode atropelar a atividade tradicional. “É um risco para nós, querem nos tirar o babaçu”, disse Maria Adelina Chagas, coordenadora geral do Movimento, organizado nos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins.

É possível produzir esse combustível a partir do babaçu sem tirar a fonte de renda das quebradeiras de coco, ampliando-a, disse ao Terramérica Fernando Carvalho Silva, coordenador do Núcleo de Biodiesel da Universidade Federal do Maranhão. É necessário um sistema mais eficiente de coleta do coco e extração de suas amêndoas ou sementes, que contêm o óleo. O conteúdo oleaginoso do fruto é de apenas 7%, mas é indispensável aproveitar toda a matéria-prima. A dura casca do coco tem alto poder calorífico e pode ser usada como carvão na indústria ou na geração de energia elétrica. A parte carnosa é rica em amido e empregada na produção de alimentos humanos e para o gado.

Assim, a produção do biodiesel depende de uma cadeia de produção que associe indústrias de alimentos, fertilizantes, energia, insumos para cosméticos e outras, destaca Silva. Além de estudar as possibilidades do babaçu, o grupo universitário desenvolve uma usina-piloto de combustível, de tecnologia simples e barata, acessível para as comunidades rurais. Poderá produzir entre 250 e 280 litros de biodiesel em cada operação, que durará dois dias porque vai purificar o combustível por decantação, evitando centrífugas caras, explicou o pesquisador.

O objetivo é tornar a iniciativa viável economicamente, beneficiando as quebradeiras de coco, que tomarão a decisão final sobre o projeto, que modificaria totalmente a economia do babaçu, acrescenta Silva. A abundância da palmeira é suficiente para fornecer biodiesel a vários Estados. Calcula-se que as florestas nativas de babaçu ocupam 18 milhões de hectares, principalmente no Maranhão. Seu coco é o principal produto florestal brasileiro depois da madeira, e representou 19,4% da produção extrativista não madeireira em 2005, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Contudo, sua extração, muito rudimentar, não se enquadra com a produção energética. Além da colheita manual do coco, as mulheres extraem cada amêndoa em uma operação arriscada. Seguram o fruto entre os dedos de uma das mãos, sobre o fio de um machado apoiado no solo, e o golpeiam com um pedaço de pão. “Nenhuma máquina substitui as quebradeiras de coco”, porque não consegue o corte longitudinal que preserva as quatro ou cinco sementes contidas em cada coco, afirmou Costa, destacando essa habilidade transmitida de mãe para filha que, entretanto, não consegue evitar acidentes.

Cada mulher extrai por dia uma média de oito quilos de sementes e ganha cerca de R$ 7,00, disse Chagas ao Terramérica. É pouco dinheiro, mas muito mais do que o biodiesel proporciona, o que constitui outro obstáculo para que as quebradeiras se somem à produção desse biocombustível, acrescentou. Além disso, o programa governamental de incentivo ao biodiesel nas regiões pobres do Norte e Nordeste do país não incluiu o babaçu, lembraram Chagas e Silva. Não é assim, refuta Edna Carmelio, assessora do Ministério de Desenvolvimento Agrário.

O Selo Combustível Social, concedido ao biodiesel feito com matérias-primas procedentes da agricultura familiar, oferece uma redução de tributos que torna o produto mais barato em mais de 10%. Isto o tornaria muito competitivo no mercado de combustíveis, afirma a funcionária. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel menciona apenas o rícino e o óleo de palma para o “estímulo máximo” de isenção de dois tributos, porque são produções com tecnologias já dominadas. Mas também o babaçu e outras matérias-primas podem se beneficiar desse fomento se ficar comprovada sua viabilidade na agricultura familiar, acrescenta Carmelio.

O selo social é “uma defesa para as quebradeiras de coco”, que afasta o risco de as florestas de babaçu serem tomadas pelo grande negócio agroenergético, assegura a funcionária. A Petrobras, por exemplo, só compra biodiesel certificado por esse selo. Além disso, a agricultura familiar, que inclui as extrativistas, tem acesso a créditos subsidiados que ampliam suas vantagens, conclui a especialista em biodiesel.

Foto: Movimento Interestadual de Quebradeiras de Babaçu
Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.

(Envolverde/Terramérica)

DEU NO NEW YORK TIMES

Diário da Estação Ecológica Anavilhanas
Amazônia: conservação ou colonialismo?
Anavilhanas Ecological Station Journal. In the Amazon: Conservation or Colonialism?

Larry Rohter, New York Times, 27/7/2007

Dependendo do ponto de vista, o apoio financeiro à reserva natural no Rio Negro por parte do World Wildlife Fund pode ser tanto uma tentativa louvável para conservar a floresta amazônica – quanto o ponto de partida de um plano infame por parte de grupos ambientalistas estrangeiros para usurpar o controle do Brasil sobre a maior floresta tropical do mundo e passá-lo para o controle internacional.

Em 2003, depois de assinar um acordo com a WWF e o Banco Mundial, o governo brasileiro criou o programa de Áreas Protegidas da Região Amazônica. Desde então, um grande número de parques nacionais e reservas cobrindo uma área maior do que a de Nova York, Nova Jersey e Connecticut juntos foram incorporados ao programa e receberam uma infusão de novos fundos.

O objetivo do programa é montar um “um sistema central para ancorar a proteção à biodiversidade da Amazônia”, disse Matthew Perl, o coordenador da WWF na Amazônia, em junho, numa visita à área, um arquipélago de 400 ilhas esparsamente povoado ao nordeste de Manaus. “É parte da estratégia ganhar tempo, elevar cada área protegida a certos padrões de administração e captar recursos para o monitoramento e fiscalização”.

Mas esse esforço levantou suspeitas por parte de poderosos grupos políticos e econômicos brasileiros que querem integrar a Amazônia na economia do país através de represas, projetos de mineração, estradas, portos, extração de madeira e exportação agrícola.

“Essa é uma nova forma de colonialismo, uma conspiração aberta em que os interesses econômicos e financeiros agem através de organizações não governamentais”, diz Lorenzo Carrasco, editor e co-autor de “A Máfia Verde”, um polêmico documento antiambientalista de vasta circulação. “É evidente que esses interesses querem bloquear o desenvolvimento do Brasil e da região amazônica com a criação e o controle dessas reservas, que são todas cheias de minerais e de outros valiosos recursos naturais”.

Visões como essa são amplamente sustentadas no Brasil, independentemente de classe social ou regionalismo. Numa pesquisa feita com 2 mil pessoas em 143 cidades feita pelo principal instituto de pesquisa do Brasil, o Ibope, 75% dos entrevistados disseram que as riquezas naturais do Brasil poderiam provocar uma invasão estrangeira, e quase três entre cinco pessoas desconfiavam das atividades de grupos ambientalistas.

Vencer a batalha pela opinião pública no Brasil é crucial para qualquer esforço global de preservação do meio ambiente e, conseqüentemente, para controlar a mudança climática. O Brasil é o quarto maior produtor de gases responsáveis pelo efeito estufa; mais de três quartos dessas emissões vêm do desmatamento, e a maior parte vem da Amazônia.

Mas a noção de que os estrangeiros cobiçam a Amazônia vem há tempos sendo divulgada no Brasil, alimentada em parte pela ansiedade causada pelo tênue controle que o governo central exerce sobre a região. Essa preocupação foi exacerbada nos últimos anos pela Internet, que tornou-se cenário de documentos e declarações fabricados para convencer os brasileiros de que sua soberania está em risco.

O exemplo mais notório é um mapa reproduzido em larga escala supostamente usado em livros de geografia de escolas americanas. Cheio de erros de ortografia e sintaxe comuns aos nativos de línguas latinas como o Português, mostra a Amazônia como uma “reserva internacional”, e descreve os brasileiros como “macacos” incapazes de administrar a floresta tropical.

Outro documento falso diz que tanto o presidente Bush quanto Al Gore fizeram discursos durante a campanha presidencial de 2000 a favor de tomar a Amazônia à força do Brasil. Em determinado ponto, o documento cita um fictício general americano, que comanda um departamento que o Pentágono afirma não existir, dizendo: “No caso de o Brasil decidir usar a Amazônia de forma que coloque o meio-ambiente dos Estados Unidos em risco, devemos estar prontos para interromper esse processo imediatamente.”

Desde que a guerra do Iraque começou, acusações de planos militares dos EUA na Amazônia são freqüentemente levantadas para difamar os ambientalistas e suas queixas quanto à política do govenro. Em audiências realizadas no ano passado para discutir uma possível represa no rio Madeira, os proponentes distribuíram um mapa mostrando supostos “centros de operação avançados” dos EUA na região, destinados a impedir o desenvolvimento do Brasil, incluindo bases militares e conselheiros na Bolívia e na Venezuela, dois países que não são exatamente simpatizantes da administração Bush.

Parte do material que circulou foi elaborado por grupos nacionalistas de direita favoráveis à ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. Mas numa situação inusitada em que antigos adversários concordam, as organizações na extrema esquerda – até mesmo no Partido dos Trabalhadores do governo – também adotaram a noção de que existe um plano estrangeiro para tomar a Amazônia, assim como alguns segmentos militares na ativa.

“Tudo indica que as questões indígena e ambientalista são meros pretextos”, disse um relatório de inteligência militar recente, que foi enviado ao New York Times por um brasileiro que recebeu uma cópia e se mostrou preocupado com o ponto de vista expresso. “As principais ONGs são, na realidade, peças no grande quebra-cabeças em que os poderes hegemônicos estão engajados para manter e aumentar sua dominação. Certamente, elas servem de cobertura para esses serviços secretos.”

Na realidade, diz Perl, coordenador da WWF, sua organização espera simplesmente criar um cinturão ao redor da reserva natural através da criação de um grande “Bloco de Conservação do Rio Negro”. Ele disse que a idéia é proteger a reserva ajudando as reservas indígenas existentes, parques estaduais e reservas naturais ao longo das margens do rio para operar mais efetivamente.

Em 2012, disse Perl, sua organização e parceiros esperam colocar uma área maior que a Califórnia dentro do programa. Foi criado um fundo administrado por uma fundação brasileira que espera levantar 390 milhões de dólares e inclui doações do governo alemão entre outros.

Em meados dos anos 90, parte da área ao redor do arquipélago foi de fato declarada um parque estadual. Mas pouco foi feito para efetivar o decreto, e desde então o Ministério de Reforma Agrária do governo federal colocou 700 famílias de agricultores sem-terra no local e a marinha brasileira, soldados e a polícia montaram centros de treinamento na área protegida.

“Existem camadas e camadas de queixas, planos e mais planos, então essa área se tornou uma área de conflito”, diz Thiago Mota Cardoso, que monitora o parque para o Instituto de Pesquisas Ecológicas, um dos parceiros regionais da WWF. “É irônico que esse território pertença ao governo federal, e que ele não faça nada”.

Tradução originalmente publicada pelo Portal G1 em 28/07/2007

29 julho 2007

ACRE: FRIAGEM VISTA DO ESPAÇO

Esta semana que passou tivemos, provavelmente, a última friagem do ano. Você nunca teve curiosidade para saber como acontece este fenômeno vendo as imagens de satélite? Pois é, aquela mania que a gente tem de dizer que "esta friagem vai durar dois, três dias" pode ser auxiliada se a gente acompanha o deslocamento da massa polar Antártica que sobe o continente serpenteando a face oriental dos Andes até se dissipar sobre o Acre. Vejam na sequência abaixo uma série de imagens do satélite meteorológico MODIS (AERONET_Rio_Branco Subsets) o que acontece na região de Rio Branco durante uma friagem. Sugiro uma visita ao site MODIS para explorar as imagens disponíveis na página dos subsets. Dois subsets são interessantes para quem tem interesse em friagens no Acre. o "FAS_Bolivia Subsets" que mostra toda a Bolívia e dá uma idéia mais clara da chegada da frente fria, e o "AERONET_Rio_Branco Subsets", que mostra a região central e leste do Acre.

A evolução da friagem sobre o leste do Acre


Segunda-feira, 23 de julho: nuvens dispersas















Terça-feira, 24 de julho: nuvens dispersas e nenhuma indicação da chegada da massa de ar frio.













Quarta-feira, 25 de julho: vejam no canto direito em baixo a massa de ar (em branco) se aproximando. Nesse ponto, o encontro da "vanguarda" da massa de ar frio com o ar quente que predomina em nossa região geralmente causa chuva ou o sereno. Agora dá para desconfiar da friagem. O vento fica frio também.









Quinta-feira, 26 de julho: tempo encoberto, frio atingiu seu pico durante a noite














Sexta-feira, 27 de julho: tempo encoberto, frio persistente, mas vai passar, pelo que se observa na imagem, a noite. A possibilidade do dia seguinte (sábado) amanhecer com tempo aberto e temperatura mais elevada é grande.











Sábado, 28 de julho: tempo parcialmente encoberto. Friagem já passou. Veja o post sobre a evolução da friagem sobre a Bolívia abaixo para entender a presença destas nuvens sobre a região.











Domingo, 29 de julho: céu de brigadeiro

ACRE: FRIAGEM VISTA DO ESPAÇO

A evolução da friagem sobre a Bolívia, antes de chegar ao Acre. Pelas imagens de satélite dá para se ter uma idéia sobre a duração da friagem

As imagens abaixo são provenientes do satélite MODIS, do set de imagens "FAS_Bolivia Subsets". Observando diariamente (depois do meio dia) este set de imagens, é possível ver como a friagem evolui sobre o território do país vizinho antes de chegar ao Acre. é possível ainda ter uma idéia da duração da friagem antes mesmo dela chegar ao Acre.


Bolívia, Quarta-feira, 25 de julho: a grande massa de ar frio se aproxima do Acre, que fica localizado no canto superior esquerdo da imagem.


















Bolívia, Quinta-feira, 26 de julho: observe que a maior parte da massa de ar frio já passou da parte central do país e está concentrada sobre o Acre, no canto superior esquerdo da imagem.

















Bolívia, Sexta-feira, 27 de julho: observe que a massa de ar frio praticamente deixou o território boliviano, persistindo apenas no Acre, no canto superior esquerdo da imagem. Dá para observar que em algumas horas a friagem se dissipará. Os ventos do sul estão trazendo apenas massas pequenas de nuvens isoladas que logo chegarão ao Acre. Não irão durar muito sobre nosso território













Bolívia, Sábado, 28 de julho: observe que a massa de ar frio deixou o território boliviano. Mais grupos de massas de nuvens isoladas sendo empurradas para o Acre. Entretanto, dá para observar que no Domingo o tempo no Estado vai ter, como se costuma dizer, "céu de brigadeiro".

27 julho 2007

GUARDAS DE TRÂNSITO VERSUS JUIZ FEDERAL

Será que abordar os proprietários de veículos apenas para verificar os documentos do veículo é suficiente para justificar o salário dos guardas de trânsito que atuam em Rio Branco?

Mais uma vez aconteceu. Primeiro foi uma desembargadora, sem contar inúmeros cidadãos de bem que tem sido abordados de forma pouco educada. Concordo com a opinião do Deputado Walter Prado: curso de reciclagem para que eles, os guardas atendam bem seus clientes e razão de existência do cargo que ocupam: "os cidadãos que pagam impostos".

Aliás, essa história de parar os veículos e solicitar apenas os documentos para saber se está tudo "em dia", reflete a falta de visão da polícia de trânsito local. E as outras irregularidades? É farol e lanternas queimados, pneus carecas, limpador de parabrisa com defeito, vidros e parabrisa quebrados e trincados, etc...Existem latas-velhas travestidas de carros circulando livremente na cidade, mas parece que se os proprietários pagam o IPVA, tudo bem, podem rodar. E o perigo que representam?

Quem não fica chateado de ser abordado e no lugar do policial verificar estes itens, ele pedir para ver o exitntor de incêndio? Se o veículo pegar fogo e o dono não tiver extintor, azar dele. Agora carro sem freio, ou com pneu careca, pode sair fora de controle e atropelar ou bater em outro, causando mortes e ferimentos em inocentes.

GUARDAS DE TRÂNSITO EM RIO BRANCO

Walter Prado sai em defesa do juiz federal Jair Facundes

O deputado estadual pelo PSB, Walter Prado, disse no início da tarde de hoje que "é preciso uma reciclagem para os policiais militares do Acre e um curso de relações humanas para evitar que as boas ações da Polícia Militar do Acre sejam suplantadas pelo bom trabalho da maioria de bons policiais".

O deputado que durante parte de sua vida militou na policia civil e é conhecedor do trabalho sério desenvolvido pelas policiais, lamentou o episódio que envolveu o juiz federal Dr. Jair Facundes, no qual "um acreano de valor e cumpridor de suas obrigações, que é a de zelar pela justiça para todos".

Diz Walter: "o dr. Jair foi agredido por uma ação impensada de um policial, tendo em vista que o magistrado é pessoa bastante conhecida da sociedade acreana e uma autoridade constituída do Estado, fato que por si só já torna a ação desnecessária, considerado que o juiz federal tem prerrogativas estabelecidas em lei e deveriam ser de conhecimento da autoridade policial".

Segundo Prado, caberia sim, como ação policial, a formalização de um boletim de ocorrência para o seu superior relatando o ocorrido. Dessa forma ele estaria respeitando a posição da autoridade e resguardando o seu direito de ter agido no cumprimento do seu dever.

26 julho 2007

GEOGLIFOS NO ACRE

Geoglifos revelam civilização marcada pela disciplina, organização e busca pela estabilidade à terra



Pesquisas atuais sugerem outros paradigmas para a ocupação da Amazônia, que teria ocorrido também longe dos rios
Paradigmas envolvendo a ocupação da Amazônia podem ganhar uma nova avaliação a partir das recentes incursões científicas nos sítios arqueológicos em estrutura de terra, os geoglifos. Localizados ao longo de cerca de 270 quilômetros entre Xapuri e Boca do Acre, no sul do Amazonas, os geoglifos estão sendo estudados por pesquisadores do Museu Emílio Goeldi (PA) e das universidades de Helsinque, na Finlândia, e Federal do Acre (Ufac), em pesquisas que apesar de iniciais já sugerem mais fortemente que a Amazônia pode não ter sido ocupada somente na proximidade de rios, como também a partir de terras mais altas e firmes, longe dos eixos hidrográficos.

Além disso, a tese da ocorrência de um período de alterações climáticas na região - “algo como um grande El Nino”, segundo o paleontólogo Alceu Ranzi, da Ufac - aponta para a possibilidade de a selva como é hoje não ter existido naquele tempo, entre 800 e 2.000 anos antes do presente, conforme datação de material de cerâmica e carvão vegetal com Carbono 14. Aquele período seria de savanização do ambiente.

Por isso, espécies como a castanheira (muito prevalecente no Vale do Acre, com árvores de dimensões parecidas umas com as outras) e mesmo os bambus podem ter sido cultivados por essa civilização, que seria marcada por fatores como disciplina, organização e tendência a fixar-se à terra. De modo geral, os povos indígenas do passado demonstraram tendência ao nomadismo, o que, segundo os pesquisadores, parece não ter sido a característica dos construtores dos geoglifos, que preferiram, ainda de acordo com os cientistas, estabelecer-se por longo período num único lugar e invariavelmente distante dos rios. “O que sempre disseram é que as terras firmes não sustentavam pessoas”, observou Ranzi.

Para a arqueóloga Sanna Saunaluoma, finlandesa que atua no “Projeto Geoglifos, Natureza e Sociedade na História da Amazônia Ocidental”, a disciplina e a organização daquele povo são traços que chamam muito a atenção nessa fase das pesquisas. “Não eram grupos pequenos”, sugere Sanna. No entanto, os pesquisadores lembram que somente com o avanço e variação dos estudos é que as teses serão confirmadas ou não. Ranzi quer um grupo para ampliar as áreas de pesquisas, entre elas a botânica.

De acordo com as datações, essas estruturas podem ter sido construídas antes da chegada dos europeus às américas. A medição com teodolito computadorizado pelo especialista Wesa Pertola, da Universidade de Helsinque, trouxe medidas corretas dos geoglifos. Alguns têm duzentos metros quadrados, levando a crer que se ocupou grande mão-de-obra para sua construção, além de criterioso planejamento.

Formas geométricas - Geoglifos são vestígios arqueológicos representados por desenhos geométricos (linhas, quadrados, círculos, octógonos, hexágonos, zoomorfos (animais) ou antropomorfos (formas humanas), de grandes dimensões e elaborados sobre o solo, que podem ser totalmente e melhor observados se vistos do alto, em especial através de sobrevôo.

O site www.geoglifos.com.br traz várias informações sobre esses fenômenos. Segundo ele, “geoglifos podem ser encontrados em várias partes do mundo. Os mais conhecidos e estudados estão na América do Sul, principalmente na região andina do Chile, Peru e Bolívia. As linhas e geoglifos de Nazca, no Peru, são os exemplos mais conhecidos desses desenhos”.

“No Acre, as primeiras ocorrências foram percebidas em 1977, quando Ondemar Dias, do Instituto de Arqueologia Brasileira do Rio de Janeiro, esteve na região localizando e estudando sítios arqueológicos, como parte do inventário nacional que estava sendo realizado pelo Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônia”, informa a publicação.

Estrutura de defesa, produção de alimentos ou culto ao cosmo?

Há várias hipóteses sobre os geoglifos - defesa, microambientes para criação de pescado, agricultura e, ainda entre outros, celebração religiosa. Arqueólogo baseado na região do Xingu, o professor Michael Heckenberger visitou os geoglifos em 2000 e declarou tratar-se de pontos de culto. Essa teoria é alimentada pelo fato de só se conseguir compreender o formato observando-os do alto. “Pode ser algo ligado à cosmologia”, complementou a finlandesa Hanna.

Os geoglifos chamam a atenção não só de cientistas, mas de estudiosos da ufologia, cujos sites reproduzem notícias desses fenômenos. Ranzi luta para que as pessoas se sensibilizem quanto à preservação dos sítios (alguns estão em fase de destruição) e considera a destinação turística complementar ao trabalho de conservação e pesquisa, como ocorre em Nazca, no Peru.

Laboratório de arqueologia da Ufac abre com estudo dos geoglifos

Os vestígios encontrados nos geoglifos serão os primeiros materiais a serem analisados no Laboratório de Arqueologia do Departamento de Comunicação, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre (Ufac). A unidade será inaugurada em cerca de vinte dias, informou nesta quarta-feira o professor Jacó Piccoli, coordenador do laboratório que funcionará através de uma parceria com a Universidade Federal do Pará e o Museu Emílio Goeldi, de Belém.

A Ufac fez investimentos iniciais de R$ 25 mil com recursos de emenda parlamentar do deputado Nilson Mourão. O laboratório possui, inicialmente, bancadas de lavagem e de secagem, lupas e equipamentos de informática.

Estudantes de diferentes áreas já começaram a ser treinados no laboratório. Alguns, como Ivandra Pampanelli, estudante de História, cooperam com o trabalho de campo dos pesquisadores da Universidade de Helsinque. “Os geoglifos são uma maravilha”, disse Ivandra.

Charles Mann, que derrubou mitos sobre antigas civilizações, vem no Acre para ver sítios arqueológicos

Autor de “1491 - Novas Revelações da América Antes de Colombo”, o historiador Charles Mann estará no Acre no próximo dia 3 de agosto, possivelmente para sobrevoar os geoglifos e coletar informações para artigos nos periódicos em que escreve. Na edição em português de “1491...”, Mann, que já escreveu para a revista National Geografic, publica uma foto dos geoglifos.

Em sinopse do livro publicado no Brasil pela Editora Objetiva, Mann conta que em 1491 havia provavelmente mais pessoas vivendo nas Américas do que na Europa. Os primeiros americanos, segundo ele, eram muito desenvolvidos. “(...) estudos indicam que, na Amazônia, eram capazes de cultivar a floresta tropical sem destruí-la, processo que hoje os cientistas tentam recuperar”, diz a sinopse.



(*)Artigo originalmente publicado no jornal Página 20 em 26/7/2007.

24 julho 2007

FRIAGEM EM RIO BRANCO NA QUINTA E SEXTA

Mudança da previsão do clima em Rio Branco e Região

Dados do INPE (e alertas de leitores do blog) indicam que teremos friagem na quinta e sexta. A friagem vai ser precedida por chuva, como sempre acontece nestes casos. Vejam o gráfico do INPE ao lado (modelo Regional Eta, 5 Dias, 40 x 40 km). A temperatura mínima pode chegar a 13°C!

Aqui, no inerior de São Paulo, vim para uma cidade que parece estar localizada exatamente na zona de transição ou de encontro das frentes frias que sobem do sul e as massas de ar quentes do planalto paulista. Quando o frio vem, chove tanto que me lembra Rio Branco nos dias chuvosos de janeiro. Nunca pensei que chovesse tanto por estas bandas...


Input dos leitores:
Anônimo disse...

Os modelos numéricos indicam a chegada de friagem no estado na quarta-feira 25, e antecedendo essa friagem, pode ocorrer chuva em todo estado. A temperatura mínima pode chegar a 13°C na quinta, e a máxima nao passando dos 20°C, em Rio Branco.


Anônimo disse...

O modelo numerico estendido pra 15 dias do INPE, indica que pode entrar outra frigem entre os dias 1 e 2 de agosto, vamos aguardar pra ve se confirma...

Nota do blog: uma friagem no início de agosto significa que vamos ter "verão" forte em agosto. Bom para as queimadas.



21 julho 2007

MENOS QUEIMADAS NO ACRE EM 2007

Dados do INPE mostram que a quantidade de focos de calor no mês de julho de 2007 é 58% inferior ao detectado no mesmo período em 2006

Dados do Inpe indicam a ocorrência de 25 focos de calor nos 21 dias do mês de julho deste ano. Em 2006, no mesmo período, foram 60 focos de calor. Um número 58% superior (comparem os números das duas figuras ao lado e abaixo).
Até agora, tudo indica que a quantidade de queimadas em 2007 vai ser inferior ao que se observou em 2006. Resta saber se isso vai se confirmar no final da "estação das queimadas", em meados de setembro.
É que a seca em 2007 está muito grave e isso tende a favorecer não apenas as queimadas provocadas pelos agricultores e pecuaristas, mas também as queimadas espontâneas em áreas florestais.

Considerando estas possibilidades, a hora é ideal para o Governo do Estado e dos Municípios se unirem ao Imac, Ibama e MP para lançar uma grande campanha na imprensa local para alertar e conscientizar a população sobre o perigo que o fogo pode representar para todos.
Rio Branco é o único município preparado para a temporada de queimadas. Resultados parecem estar compensando o investimento

Pelo que temos lido na imprensa, apenas a prefeitura de Rio Branco, através da Semeia, tem agido ativamente em um programa deste tipo. Aliás, o programa da Prefeitura de Rio Branco vai além. São ações de educação ambiental, alertas, divulgação das consequências do fogo e as possíveis punições para os "incendiários" de plantão. Nunca foi tentado algo similar no passado.

E o melhor de tudo é que, pelo menos até agora, os resultados estão compensando. Segundo os dados do INPE, a diminuição dos focos de calor no Município de Rio Branco foi muito maior do que a observada em todo o Acre. Caiu, nos primeiros 21 dias do mês de julho, de 14 focos em 2006 para apenas 5 em 2007. Uma queda de mais de 64%!

CLIMA EM RIO BRANCO E REGIÃO

Previsão do INPE/CPTEC indica que a falta de chuvas vai continuar por toda a semana em Rio Branco e adjecências

Segundo as previsões do INPE/CPTEC, a semana de 22 a 28 de julho vai ser sem chuvas e com altas temperaturas e umidade relativa do ar. Os riobranquenses se preparem para o calor exagerado (ver gráfico ao lado).




17 julho 2007

CIÊNCIA CONFIRMA A FALSIDADE DAS PROPAGANDAS DOS SHAMPOOS E CONDICIONADORES

No Brasil, setor de cosméticos para cabelos movimentou U$ 2,2 bilhões. Pesquisa científica confirma que eles servem apenas para limpar e facilitar o penteado.

Revista Pesquisa FAPESP – No mundo todo cabelos fartos e brilhantes atraem a atenção de homens e mulheres e são considerados símbolo de juventude, saúde e poder – inclusive por pesquisadores brasileiros que começam a descobrir como os cosméticos agem sobre os fios.

Os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, que reúne as maiores empresas dessa área, reafirmam o sucesso comercial do setor: a produção de cosméticos para cabelos cresceu cerca de 50% de 2003 a 2006, alcançando 458 milhões de toneladas, e as vendas mais que dobraram, atingindo US$ 2,2 bilhões no ano passado. Mas será que todos esses produtos de fato funcionam?

Testes feitos pela equipe da química Inés Joekes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostram que xampus e condicionadores funcionam para limpar os cabelos e deixá-los mais fáceis de pentear, mas não promovem a recuperação dos fios danificados a que se propõem diversos produtos. Nem poderiam.

“O fio de cabelo é um tecido morto, incapaz de se regenerar depois de formado”, lembra Fabiane, especialista em doenças do couro cabeludo. Por essa razão, a melhor forma de manter uma cabeleira vistosa e bem-nutrida é por meio de uma dieta equilibrada e rica em proteínas e ácidos graxos, afirma a dermatologista paranaense.

Clique aqui para ler o texto completo na edição 137 de Pesquisa FAPESP.

16 julho 2007

NO LUGAR DA UNIVERSIDADE DA FLORESTA...

...A população tradicional do Juruá abraça a escola Yorenka Ãtame

Imperdível a coluna "Papo de índio" do jornal Página 20 desta semana (clique aqui para ler). Confesso que li a coluna com satisfação e tristeza. Finalmente matei a curiosidade sobre os detalhes da inauguração da escola Yorenka Ãtame pelos Ashaninkas lá do alto Juruá.
O Blog do Altino já tinha dado uma pincelada sobre esta escola.

Lendo a matéria dá para entender o porque da decepção de Manuela Carneiro da Cunha (leia aqui entrevista dela ao Blog do Altino) com os rumos que a Universidade da Floresta (UF) está tomando. Segundo ela, tudo caminha para que a UF se transforme em um mero "Campus Burocrático".
Eu acrescentei que além disso, ela estava virando um "feudo acadêmico" de grupos da sede da UFAC em Rio Branco e do próprio campus da Universidade da Floresta em Cruzeiro do Sul. Tudo em nome da busca pelo poder e do apelo que a UF (ainda) representa para a captação relativamente fácil de recursos para a pesquisa.
Muitos CVs Lattes irão dar, em pouco tempo, salto em qualidade e quantidade de publicações científicas. Mas será que é disso que o juruá precisa?
Fiquei alegre em saber que os povos da floresta do juruá estão se unindo e realizando o sonho de compartilhar e realizar a troca de saberes. A escola Yorenka Ãtame é o primeiro passo. Era isso que a UF deveria incentivar, apoiar concretamente e, na medida do possível, liderar. Fiz parte das reuniões onde se definiu o papel da UF e aproveito a oportunidade para, humildemente, me colocar a disposição para ajudar no que for possível para que a escola Yorenka Ãtame tenha o sucesso esperado pelos seus idealizadores.

Fiquei triste ao ler toda a coluna e não ver uma única menção à Universidade da Floresta. Não foi isso que se pensou quando das primeiras reuniões e discussões sobre o papel que a mesma teria na interação "academia x conhecimentos tradicionais".

A administração da UFAC precisa, com urgência, intervir para que a equipe que está comandando o processo de consolidação da Universidade da Floresta não continue fora de rumo e, aparentemente, navegando um caminho solitário e totalmente descoplado da realidade da região onde a universidade está implantada.

Crédito da imagem: Coluna Papo de Índio

12 julho 2007

AMAZÔNIA EM PÉ VALE MUITO MAIS

Por Thiago Romero, de Belém

Agência FAPESP, 12/07/2007 - Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Produto Interno Bruto (PIB) da Amazônia gira em torno de R$ 114 bilhões anuais, ou cerca de 6% do PIB brasileiro. Desse total, a atividade agropecuária é responsável por R$ 16,6 bilhões e os produtos e serviços originários da biodiversidade da região respondem por R$ 9 bilhões.

Os dados foram apresentados por Charles Roland Clement, pesquisador do Departamento de Ciências Agronômicas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), na mesa-redonda “Valor econômico da floresta em pé” durante a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém.

“Temos a maior floresta do mundo, que representa 60% do território nacional e é supostamente considerada o ouro verde do futuro, mas sua biodiversidade contribui em menos de 1% para o PIB brasileiro”, disse Clement. "O Brasil precisa valorizar as novas vocações econômicas e ambientais da floresta amazônica e garantir a manutenção de seus recursos naturais", apontou.
O pesquisador do Inpa chamou a atenção para a importância da agricultura tradicional – prática essencialmente sustentável em que o pequeno produtor usa tecnologias para recuperar o solo após o cultivo – para o aumento da participação da biodiversidade da floresta no PIB brasileiro. A agricultura tradicional na Amazônia é composta basicamente por frutas exóticas, hortaliças, raízes nativas, plantas medicinais, criação de animais e outros produtos florestais não madeireiros.

Nesse contexto, destaca-se o açaí (Euterpe oleracea), considerado um produto florestal não madeireiro cujo mercado tem crescido exponencialmente nos últimos anos. A população do Pará, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, é a maior consumidora de açaí do mundo. Hoje, de acordo com Clement, são mais de 10 mil quilômetros quadrados de açaizais estrategicamente localizados entre Belém e Macapá, com cadeias de comercialização e exportação muito bem elaboradas, centros de pesquisa e desenvolvimento eficientes e recursos humanos especializados no manejo do fruto.

“Somente os habitantes de Belém consomem 400 toneladas do fruto por mês, enquanto a soma do consumo dos outros estados brasileiros é de 40 toneladas. O açaí é um fenômeno recente que dificilmente será replicado em outras regiões ou países, devido às condições únicas de plantio no Norte brasileiro”, apontou Clement.

Para o pesquisador, o açaí, impulsionado pelas exportações a países da Europa e da Ásia, é um bom exemplo de aproveitamento da biodiversidade da Amazônia, sem necessariamente ter que derrubar árvores.

“Derrubar a floresta não é e não pode ser mais lucrativo do que o desenvolvimento da Amazônia com a floresta em pé. O problema é que não há investimentos suficientes para a agregação de novos valores econômicos à altura da biodiversidade da região”, lamentou. Plantas do futuro
Samuel Almeida, pesquisador da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg), apresentou uma lista de “plantas do futuro”, elaborada em parceria com o Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio), do MMA. A lista inicial indicou 2.150 espécies florestais não madeireiras com algum tipo de uso econômico, incluindo plantas aromáticas, medicinais, alimentícias, fibrosas e oleaginosas.

“Fizemos uma ampla triagem para eliminar duplicidade de informações e identificar espécies que não faziam parte da flora amazônica. A lista final, que está disponível no site do Museu Goeldi, é composta por 73 espécies que estão prontas para se tornar oportunidades de negócio”, afirmou. O açaí é uma delas.

Almeida também apresentou dados da fruticultura no Brasil, que registra uma produção anual de cerca de 36 milhões de toneladas em uma área de 2,3 milhões de hectares. O setor emprega 5,6 milhões de pessoas – 27% da mão-de-obra agrícola nacional – e gera de dois a cinco postos de trabalho na cadeia produtiva por hectare cultivado.

Os bionegócios na Amazônia também não foram esquecidos. Segundo Almeida, existem atualmente 891 empreendimentos em sete estados da Amazônia, responsáveis por cerca de 1,2 mil produtos e serviços prestados por pequenas e médias empresas, associações de produtores, artesãos e cooperativas, em setores como os de alimentos, fármacos, essências, turismo, artesanato e madeira.

Para conhecer a lista de espécies de plantas do futuro do Norte do país, clique aqui.

FRENTE FRIA!

Imagem MODIS tomada ontem (11/7). Observem que a frente fria estava chegando sobre o leste do Acre.

De longe, desde o interior de São Paulo, onde deveremos permanecer por algumas semanas, vamos postar e atualizar o blog na medida do possível.

Nova Friagem daqui a uma semana

Antes de encerrar: nova friagem no Acre só por volta do dia 18 ou 19. Tomara que o tempo não mude até lá. Soube que o calor andou exagerado por lá...

11 julho 2007

PERUANOS AMEAÇAM: VAMOS EMBORA PARA O ACRE!

Essa foi a ameaça oficializada ao governo central do Peru pela Federação de Comunidades Nativas da província peruana do Purus, na fronteira Brasil-Peru, próximo da cidade acreana de Santa Rosa. Os signatários do documento reclamavam, em outubro de 2006, que as autoridades peruanas haviam suspendidos, fazia 6 meses, os vôos da Força Aérea peruana para a capital da província, o pequeno povoado de Esperanza.

A província do Purus não possui ligação terrestre com outras regiões do Peru e a maioria de seus habitantes empobrecidos depende dos vôos da Força Aérea para suprir a maioria das necessidades básicas, especialmente na área de saúde.

Se a situação não fosse normalizada os "Purusinos" afirmaram que iriam organizar um plebiscito para decidir o próprio futuro, inclusive se tornar independente do resto do Peru. Segundo o documento, a maioria dos indígenas da província estava se mudando do Peru para o Brasil para "sobreviver e se sentir seres humanos."

Clique aqui para ler sobre este assunto (em espanhol)

09 julho 2007

FRIAGEM EM RIO BRANCO E REGIÃO NESTA QUARTA-FEIRA

Previsão do INPE/CTPEC indica friagem entre Quarta e Sexta na região leste do Acre

Segundo a previsão numérica do INPE/CTPEC (Regional Eta, 7 Dias, 20 x 20 km), uma frente fria deverá atingir a região leste do Acre na quarta-feira (11), devendo se dissipar na sexta (13).

A temperatura mínima desta friagem deverá ser de pouco menos de 15°C e acontecerá na noite do dia 12 (quinta).

Falta de chuvas deve continuar

Com relação às chuvas, a previsão indica que teremos apenas um sereno (cerca de 1 mm) entre a segunda e a terça. Esta previsão indica que a falta de chuvas deverá continuar a ser um problema para os habitantes da capital. Segundo a previsão do INPE, pelo menos até o dia 15 (próximo domingo), não deveremos ter chuvas.

08 julho 2007

FOCOS DE CALOR NO ACRE EM 2007

Dados do INPE indicam que a quantidade de queimadas em 2007 é cerca de 26% inferior ao observado em 2006


Dados do INPE indicam que a quantidade de focos de calor registrada até o dia 08/08 de 2007 no Acre (45 focos) foi 26% inferior aos focos registrado no mesmo período do ano passado (61 focos).

Comparando a distribuição dos focos de calor por municípios, se observa que, para esta época do ano, a maioria deles aconteceu no vale do Juruá (60%). No ano passado, no mesmo período, o percentual de focos de calor detectados no vale do Juruá havia representado 54% das ocorrências registradas para o Estado. Aparentemente, a temporada de queimadas no Acre tem sempre começado pelo valo do Juruá.

É importante esclarecer que os números de focos de calor registrados no Estado são irrelevantes, se comparados com aqueles registrados no auge da temporada de queimadas em nosso Estado, que em um único dia pode ser duas vezes maior. Apenas para ilustrar, ontem (07/07) foram registrados apenas em Mato Grosso 177 focos de calor.

A menor quantidade de focos de calor em 2007 não pode, ainda, ser usada como um indicador de possível tendência de que teremos menos queimadas neste ano.

No leste do Acre, por exemplo, os indicadores do nível de água do Rio Acre mostram que o mesmo apresentou níveis historicamente elevados durante o mês de maio, mostrando acentuada baixa apenas em junho.

Pode-se inferir, entretanto, que durante o mês de maio, a quantidade de chuvas na bacia do rio, que drena todo o leste do Estado, manteve o solo e a vegetação úmidos o suficiente para impedir que extrativistas, pequenos agricultores e fazendeiros decidissem realizar brocas e derrubadas no período usual.

No entanto, a acentuada seca que tem se verificado em junho já deve ter dado o "sinal" de partida para o processo de destruição de milhares de hectares de florestas nativas por toda a região. A floresta derrubada já tem até data para ser queimada: até a primeira semana de setembro.

RISCO DE FOGO NO ACRE

Dados do INPE indicam que o risco de fogo no Acre aumentou ainda mais

Dados do INPE indicam que o risco de fogo no Acre está, na maior parte do Estado, entre os níveis alto e crítico. Comparado com a semana passada, o risco de fogo é muito maior pois poucas áreas do Estado não estão incluídas nas classificações acima. No início da semana passada boa parte do território estava com risco médio de fogo.

Nesta segunda (primeira imagem) e terça (segunda imagem) as regiões mais suscetíveis ao fogo na região leste do Estado se encontram ao longo da BR-364, sentido Sena Madureira, e na região Plácido de Castro-Acrelândia.

No vale do Juruá, a área ao longo da margem do rio Juruá, desde a fronteira do Peru até a divisa com o Amazonas é classificada como alta ou crítica para a ocorrência de fogo.

06 julho 2007

EXAME DE ORDEM DA OAB

Resultado nacional é um "escândalo" pois a aprovação média foi de apenas 19%. Bacharéis acreanos foram ainda pior: média de aprovação foi de 15,35%

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano, 06/07/2007

A OAB ( Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou hoje o resultado do Exame de Ordem unificado que foi aplicado em 17 Estados do País. O resultado do exame dos demais Estados não foi divulgado porque as seccionais locais da OAB resolveram não participar do certame. O exame é obrigatório para que os bacharéis em Direito possam advogar e, segundo a OAB, serve para avaliar o ensino jurídico no pais.

O índice médio de aprovação do exame em todo o país foi de 19%, um número considerado muito baixo. O desempenho dos bacharéis acreanos ficou abaixo da média: 15,35%.

No Acre existem 3 cursos de Direito reconhecidos pelo MEC: UFAC, Uninorte e Firb/FAAO. Se estima que anualmente pouco mais de 100 bacharéis são formados por estas universidades.

O Exame de Ordem da OAB, uma medida necessária para avaliar a qualidade do ensino de direito no país, tem sido objeto de disputas e intrigas de toda ordem.

Recentemente o Ministério Público Federal solicitou o cancelamento do Exame aplicado no Distrito Federal, assim como o recolhimento de todas as carteiras dos aprovados no exame. O MPF alega, entre outras coisas, que um dos candidatos tinha o pai fazendo parte da banca examinadora.

O MEC, apesar de concordar com importância do exame, foi criticado pela OAB por ter reconhecido ou autorizado cursos que tiveram parecer contrário do Conselho Federal da OAB.

DEPOIS DA QUEDA, O COICE

Do Blog Agonia ou Êxtase, do paraense Jubal Cabral Filho:

O governo equatoriano anunciou que a Petrobras poderá perder seus ativos no país e a concessão de exploração por ter violado contrato. Do informe consta que a empresa transferiu, em 2005, para a japonesa Teikoku Oil 40% de suas operações equatorianas, supostamente sem a autorização prévia do Minitério de Energia. Outra irregularidade levantada seria a exploração irregular de jazida alvo de disputa com a Petroecuador, estatal petrolífera do Equador. A Petrobras extrai, atualmente, 35 mil barris de petróleo por dia no Equador e preferiu não comentar o assunto. Com relação ao contrato, a estatal brasileira teria feito a operação dois anos antes da autorização do estado equatoriano. A imputada exploração irregular, segundo os técnicos do governo local, estaria sendo feita em área não abrangida por concessão.

Seria isso mais um movimento inspirado pela "revolução bolivariana" de Chavez? A gente bem que desconfia...

05 julho 2007

CIÊNCIAS EXATAS NO ENSINO PÚBLICO BRASILEIRO: FALTAM PROFESSORES CAPACITADOS

Déficit na área de ciências exatas poderá condenar o país a ser eterno importador de tecnologias avançadas. Vanguarda em ciências sociais tem pouco impacto econômico. Brasil corre o risco de virar uma nova Cuba na América latina

Estudo elaborado para o Conselho Nacional de Educação (CNE) indica que as escolas públicas brasileiras apresentam déficit de 246 mil professores graduados para atuar no segundo ciclo do ensino fundamental (5ª a 8 ª Séries) e no ensino médio.

Segundo o relatório, a situação mais grave acontece nas disciplinas de física e química. Na área de física houve uma demanda, no período de 1990 e 2001, de 55.231 professores, mas as universidades brasileiras licenciaram apenas 7.216 profissionais na disciplina. Em química foram formados 13.559 licenciados para atender uma demanda de 55.231 vagas.

Segundo o MEC e o Fórum dos Pró-Reitores de Graduação, desde 1997 a evasão nos cursos de licenciatura de Física e Química se mantém por volta de 65% e 75%, respectivamente.

De uma maneira geral, o déficit de professores graduados na área de ciências exatas é uma péssima notícia para o país. Ele gera um efeito cascata que tem mantido a alta taxa de evasão nos cursos de graduação. É que alunos ensinados por professores despreparados terminam se desinteressando pela área.

Seguir os passos de Cuba ou Coréia

Sem profissionais de ciências exatas em número suficiente, o país está condenado a ser mero consumidor de tecnologias das áreas de informática, telecomunicações, biotecnologia e química fina produzidas em países como Coréia, Japão e Finlândia. Na prática, esta deficiência favorece empreendimentos tipo a Zona Franca de Manaus, em que os empregos gerados absorvem apenas a mão-de-obra menos qualificada para montar produtos desenvolvidos em outros países.

Por outro lado, a abundância de professores licenciados nas áreas sociais indica que o país caminha para atingir o mesmo nível de “capacidade” intelectual de países como Cuba, onde quase todos os professores e trabalhadores possuem nível superior, mas o nível tecnológico da sociedade é, na melhor das hipóteses, equivalente ao que o Brasil viveu na década de 80.

Precisamos decidir o que queremos ser: um país com milhares de profissionais “hábeis” nas discussões sociais teóricas, capazes de identificar os problemas e sugerir as soluções, mas sem a capacidade tecnológica de resolver os mesmos, ou avançar em direção a uma sociedade tipo a Coreana, onde o alto grau de formação educacional dos professores e trabalhadores levou o país a um nível de desenvolvimento que beira ou mesmo já iguala o dos países desenvolvidos.

Eu prefiro a segunda situação. Chega de teoria!!!

04 julho 2007

SENADO PODERÁ INVIABILIZAR NOVAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO NO PAÍS

MP que dividiu o Ibama poderá ser modificada no Senado. Senadores do PMDB e bancada ruralista querem aproveitar a oportunidade para propor mudanças que na prática inviabilizam a criação de novas áreas de conservação no país

Segundo a Folha de São Paulo de ontem (03/06), o Senador catarinense Neudo de Couto (PMDB) pretende apresentar 3 emendas à MP aprovada na Câmara. A primeira tira do Executivo o poder de criação das unidades de conservação, transferindo a prerrogativa para o Congresso. A segunda autoriza as famílias que vivem em áreas de conservação a prosseguir suas atividades econômicas (incluindo a agropecuária) mesmo após a criação da unidade de conservação. A interrupção só ocorreria após a indenização. A terceira proposta pretende reduzir de 10 km para apenas 500 metros a chamada "zona de amortecimento" em torno das unidades de conservação, na qual as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições para que não haja impactos na unidade.

Segundo o presidente da associação nacional de servidores do Ibama "a idéia é um absurdo e na prática vai significar que nunca mais serão criadas unidades de conservação pois todas as iniciativas serão barradas pela bancada ruralista".

02 julho 2007

CLIMA NO ACRE

PREVISÃO DE CHUVAS, TEMPERATURA E UMIDADE PARA OS PRÓXIMOS DIAS

Com base nos dados do INPE, a previsão para o clima em Rio Branco nos próximos dias indica que não haverá chuva até o dia 8 de julho. A temperatura oscilará entre 18-34°C.

A umidade relativa do ar oscilará entre cerca de 30% e menos de 90% na maioria dos dias. A cobertura de nuvens deverá ser mínima nos próximos 3 dias.


RISCO DE FOGO NO ACRE

RISCO DE FOGO É ALTO E CRÍTICO PRINCIPALMENTE AO LONGO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR-317 ENTRE SENADOR GUIOMARD E ASSIS BRASIL


Dados do INPE indicam que o risco de fogo no Estado do Acre é cada vez maior. Para o dia de hoje e de amanhã, as condições não são muito favoráveis para o fogo no Município de Rio Branco. Observem nas imagens ao lado que a legenda para Rio Branco é quase toda amarelo claro, ou seja, risco médio.

Entretanto, na área de influência da BR-317 , entre Senador Guiomard e Assis Brasil, as condições são classificadas como alta e crítica. Isto significa dizer que se fazendeiros e agricultores resolverem queimar nestes dias, as condições climáticas são extremamente favoráveis.

FOCOS DE CALOR NO ACRE

Segundo o INPE, não foram registrados focos de calor no Acre no dia de ontem (veja imagem abaixo). Entre os Estados da Amazônia, Rondônia lidera em quantidade de focos de calor, com 10 registros. Logo a seguir está o Amazonas, com 9 focos registrados nas proximidades da fronteira com Rondônia. No Pará foram registrados 6 focos. Amapá e Roraima não registraram focos de calor.