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Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

31 maio 2008

DEVOLVA OS DÓLARES, SURVIVAL!

Quem ganhou ou vai ganhar dólares com a divulgação das fotos dos "índios invisíveis" do Acre?

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

Altino Machado, não se iluda. Entendo a sua frustação de jornalista que não foi devidamente citado nas matérias que hoje correm o mundo. Da mesma forma, vejo que o sertanista José Carlos dos Reis Meireles está satisfeito porque o trabalho dele está sendo reconhecido, deu entrevistas para dezenas de jornais e revistas do mundo etc.

Mas o que a Survival International (SI) tem a ver com as fotos e o trabalho da Funai? Nada.

Mesmo assim a ONG tirou a 'sorte grande' e conseguiu, com as suas técnicas de marketing, colar o nome da entidade em quase todas as matérias relevantes de jornais e revistas mundiais que publicaram matérias sobre as fotos dos índios isolados do Acre sem ter dado um centavo para tornar realidade o que vimos em primeira mão neste blog e na Terra Magazine.

É só fazer uma busca no Google e ver que as expressões "Survival International" e "uncontacted amazon tribes" são quase sinônimos e resultam em centenas de citações de matérias na imprensa internacional.

Os dirigentes da SI devem estar comemorando, estão em júbilo. E com toda a razão. Conseguiram dar visibilidade mundial à entidade deles a partir do nada. Tudo porque a BBC resolveu consultar um dos seus diretores para opinar sobre as fotos que a ONG publicou em seu site. Foi o fio da meada.

Conseguiram passar a impressão para o mundo que eles efetivamente estão contribuindo para a causa dos índios isolados do Acre. A Funai e o Governo do Estado deveriam mandar a conta do aluguel do avião para eles pagarem.

O The Wall Street Journal afirma que "Officials from Survival International are quoted in many stories about the photos. And Survival International jumped into the top 10 on Google’s “Hot Trends” list of surging search terms this morning—presumably reflecting online news readers who wanted to learn more after reading the coverage. That all adds up to a powerful effect from one photo".

Nos próximos dias e semanas, eles, experts em marketing que são, vão lançar uma ampla campanha de "arrecadação" de doações para serem "usadas" na defesa dos índios.

A Funai e o Governo do Acre deveriam cobrar caro pela indevida divulgação das fotos e reverter o dinheiro para financiar a proteção dos índios. Vejam que na matéria da BBC, a foto pertencente à Funai/Gleison Miranda, aparece como da Agência Associated Press - AP (vejam acima o print screen da página da BBC). Fico imaginando de quem eles compraram a imagem. Da Survival International? da Funai? É incrível!

Essa gente arrecada milhões de dólares, seja revendendo as fotos ou usando o argumento de que trabalham em defesa dos índios, que nesse caso são os únicos invisíveis pois o dinheiro que entra no cofre dessas empresas e organizações é bem visível e real.

Vejam que uma fração desse dinheiro é suficiente para pagar, por alguns anos, entre 10 e 20 agentes indígenas que poderiam muito bem ser recrutados entre as tribos já contactadas para garantir um efetivo bloqueio no acesso à área onde vivem os isolados.

O orçamento da Funai, a gente sabe, todo ano é contingenciado. Volta e meia os servidores entram em greve. Essa é a hora. A Funai, o Governo do Acre, todos têm que agir rápido para obter a reparação ($$) devida.

Survival International, envie para o Brasil 50% ou mais do que vocês vão arrecadar com as doações das pessoas que ficaram impressionadas com o "trabalho em defesa dos índios isolados do Acre" - "trabalho" que vocês jamais desenvolveram por aqui. Nada mais justo.

30 maio 2008

CHEGADA DA 'FRIAGEM' EM IMAGENS DE SATÉLITE

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

Vejam nas imagens abaixo o avanço da frente fria sobre a região central da Bolívia. O Acre fica localizado no canto superior esquerdo das imagens. Observem que a massa de ar frio, mais densa, avança em baixa altitude e contorna o altiplano boliviano, a parte marrom-avermelhada na imagem.

QUARTA-FEIRA, 28/05 - BOLÍVIA

























QUINTA-FEIRA, 29/05 - BOLÍVIA


























SEXTA-FEIRA, 30/05 - BOLÍVIA

MMA PODE SE TRASNFORMAR EM MERO LICENCIADOR DE OBRAS

Ministério virou pasta de 2ª categoria

João Domingos
Agência Estado

O Planalto queria reduzir o Ministério do Meio Ambiente a um órgão licenciador de obras. A síntese da crise que levou a ministra Marina Silva e alguns secretários foi feita ontem ao Estado por João Paulo Capobianco, ex-secretário-executivo do ministério e ministro interino até a posse, anteontem, de Carlos Minc. Capobianco diz que a questão ambiental nunca foi considerada importante pelo governo. E que a situação se agravou depois que as ações punitivas do ministério começaram a interferir na economia. Nesse momento, disse, todos passaram a defender que as funções do ministério deveriam ser "pequenas, de fiscalização e controle e licenciamento". No discurso de despedida do cargo, Capobianco surpreendeu pelo tom forte de críticas. Disse que o Ministério do Meio Ambiente foi tratado como órgão de segunda categoria e que, para salvar a agenda ambiental, a senadora Marina, ele e a equipe anterior pediram demissão.

Por que no seu discurso de despedida o senhor disse que o MMA era considerado de 2.ª categoria?

Porque o MMA não era mais capaz de oferecer opções e vantagens para o interesse nacional. Era como se tivéssemos um ministério que não era parte da solução. Esse é o dilema mais grave. A questão ambiental não era vista como um elemento de vantagem. Mesmo num momento de crise ambiental que o planeta vive, das mudanças climáticas, da crise da biodiversidade, da perda das florestas - e o mundo vive a questão ambiental numa intensidade jamais vivida -, o País que tem o maior ativo ambiental do planeta não considera esse ativo e a sua gestão como algo que pode contribuir para o desenvolvimento do País, ajudar nas soluções que o País procura corretamente. O MMA foi relegado às funções pequenas do ponto de vista de sua importância: licenciamento, fiscalização e controle.

A nomeação pelo presidente Lula do ministro Mangabeira Unger para gerir o Plano Amazônia Sustentável (PAS) reflete essa falta de importância do MMA?

Olha, essa questão não pode ser vista como pessoal. Nada tem a ver com a pessoa de Mangabeira. O que tem a ver é que o PAS tem por função orquestrar e coordenar um processo que viabilize o desenvolvimento sustentável de 60% do território brasileiro, da maior floresta tropical e biodiversidade biológica do planeta, da maior diversidade cultural do Brasil. E, na hora de você operar essa agenda, o Meio Ambiente não é visto como o ministério que pode fazê-lo. Na hora em que se constrói uma visão de integração entre o governo e essa biodiversidade cultural, o ministério não é mais visto como o que pode gerir isso. Essa questão, repito, não tem nada a ver com Mangabeira Unger, tem a ver com a visão do governo sobre qual é o papel do MMA. Nessa visão, é só para fiscalizar, criar unidade de fiscalização. Não é dialogar, no contexto do governo, na busca de soluções sobre o desenvolvimento sustentável, que dêem ao Brasil condições para explorar suas potencialidades.

A ex-ministra Marina Silva disse que o resultado da política ambiental no segundo mandato é "pífio". A situação se agravou no segundo mandato?

Vejo que nós avançamos na agenda ambiental, no começo era acomodada no governo, e em certo momento ela passou a ser estranha. Quando nós saímos do embate, do combate ao desmatamento pela fiscalização e passamos a agir com as alternativas ambientais, sociais e econômicas, isso passou a ser estranho no governo.

Quer dizer que quando a atuação do meio ambiente ameaçou atingir a economia, o governo mudou?

Acredito que chegamos a um momento muito especial a partir da divulgação daqueles dados sobre o desmatamento, em janeiro. Houve naquele momento uma visão pequena em relação ao ministério, ou que o ministério tem um papel restrito. Diria que o ministério foi submetido a um isolamento em relação aos grandes debates nacionais, soluções, às discussões com o próprio núcleo do governo. As participações do ministério se resumiam a reuniões onde havia demandas do próprio ministério e não reuniões onde o ministério demandava. Cada vez menos era possível obter uma reunião do centro do governo para tratar de um assunto levado pelo ministério. A partir de 2006, praticamente as reuniões eram determinadas por outros. O ministério ficou de fora da política industrial. Na biotecnologia, o ministério foi envolvido nos 45 minutos finais do jogo. Foi uma verdadeira guerra.

Quem sufocou o ministério? Uma pessoa, o conjunto do governo?

O que fica evidente é que essa visão do papel do ministério gradativamente se tornou hegemônica no governo, que o ministério não tinha um papel relevante dentro da política de desenvolvimento nacional. E olha que estamos lidando com um país em desenvolvimento. E qual é a questão número 1 do Brasil? Desenvolvimento com distribuição de renda, socialmente justo. Para nós havia mais um elemento: desenvolvimento econômico, socialmente justo e ambientalmente sustentável. Esse ambientalmente sustentável não faz parte da visão do conjunto do governo. Essa é uma visão secundária, mesmo que seja evidente que as conseqüências disso são a perda de mercado, o prejuízo econômico. Isso é sempre interpretado como artificialidade. Pegando o caso dos biocombustíveis. É evidente que não há elemento hoje - e tenho dito isso, participei de várias reuniões internacionais, pelo governo, e estando fora dele, vou continuar dizendo - que não há nenhuma justificativa da opinião pública internacional para condenar os biocombustíveis do Brasil em função da destruição da Amazônia. É um absurdo. O etanol, o mais importante, tem participação muito pequena na área agricultável do Brasil, menos de 1%, está em regiões altamente desenvolvidas, como São Paulo. Nas regiões onde ele está você tem ganhos ambientais, ele traz a modernização do campo, apoio à recuperação de áreas degradadas, melhorias ambientais. Então, é um absurdo dizer que o biocombustível é um elemento degradador hoje. Mas não há dúvida de que pode ser amanhã. Não há dúvida de que a expansão pode ser algo que gere problemas.

Isso não é uma vantagem a ser divulgada?

Uma coisa é você dizer: ?não quero que o biocombustível gere degradação ambiental porque eu não quero degradação ambiental?, ou dizer: ?infelizmente, nós não vamos ter degradação ambiental porque senão vai ter barreira de mercado?. A diferença é filosófica, de percepção. No caso do biocombustível, por exemplo, quando fomos discutir, em várias reuniões, no núcleo do governo - esse é um dado muito interessante - sempre que esse assunto vinha para a discussão, nós colocávamos que o MMA já tem um mapeamento detalhado das áreas sensíveis do ponto de vista ambiental e que esse mapeamento seria importante para orientar políticas de governo de desestímulo da expansão nessas áreas, estimulando a expansão em outras áreas. Isso sempre era visto como uma restrição. ?Não, mas isso é uma restrição. Você não pode impedir a expansão.? É uma visão de que a questão ambiental é quase uma artificialidade inventada por algumas pessoas que ocupam um ministério do governo. Então, quando essa situação é exposta como foi, com os dados do desmatamento em janeiro, e que isso gera um impacto, aí sim. Aquilo que é algo circunscrito e vira algo central, que traz para o centro do governo o problema, com repercussões enormes, nacionais e internacionais, a reação não é: ?Ih, temos um grave problema.? A reação é: ?Será que isso é grave mesmo?? É como se o sujeito que descobre que está com febre quebrasse o termômetro.

O presidente Lula disse que, ao divulgar os dados do desmatamento, o MMA pegou um nódulo e o transformou em câncer.

O presidente Lula é uma pessoa admirável, pela objetividade e capacidade de análise que possui. Os grandes resultados que obtivemos foram conquistas obtidas junto com o presidente. No caso daquela fala dele, ele estava correto do seu ponto de vista. Ele quis dizer que a faixa de desmatamento é medida em 12 meses. Portanto, temos 12 meses para tratar do assunto.

Quem é: João Paulo Capobianco

É ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e ficou como ministro interino até a posse de Carlos Minc. Biólogo, fotógrafo e ambientalista especializado em Educação Ambiental pela Universidade de Brasília. Foi fundador e primeiro presidente da Associação em Defesa da Juréia e fundador da Fundação SOS Mata Atlântica.

Crédito da imagem: Marcello Casal Jr./ABr

Toinho Alves, do Quinteto Violado, morre aos 64 anos em PE

Folha Online

Toinho Alves, contrabaixista e um dos fundadores do grupo Quinteto Violado, morreu nesta quinta-feira, no município Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.

Toinho Alves, contrabaixista e um dos fundadores do Quinteto Violado, morreu hoje (29)

O corpo do músico, que morreu aos 64 anos em decorrência de um infarto, foi encontrado em sua casa na manhã de hoje, pelo filho Dudu Alves, também integrante do Quinteto Violado.

Alves --que nasceu em 22 de agosto de 1943-- era natural de Garanhuns, cidade localizada no agreste pernambucano, e chegou a aprender música antes de sua alfabetização, segundo o site oficial do grupo.

Ainda em sua cidade, ele participou da Banda Municipal e herdou dos monges beneditinos o gosto pelo canto. Ao mudar para o Recife, na primeira metade dos anos 60, Alves criou o grupo vocal Os Bossa Norte, do qual também fizeram parte Naná Vasconcelos e Marcelo Melo.

A idéia de formar o Quinteto --criado em 1971-- surgiu quando ele integrava o TVU-3, grupo musical vinculado à TV Universitária, do qual também faziam parte Luciano Pimentel e Sérgio Kyrillos.

Além de tocar contrabaixo e cantar, Alves também era responsável pela coordenação musical dos arranjos, repertório, produção artística dos discos e direção musical dos espetáculos do Quinteto Violado.

29 maio 2008

CASCATINHA E INHANA

Imperdível!

Para aqueles que acham que Bruno e Marrone, Éson e Hudson e outras 'duplas pasteurizadas' são cantores sertanejos, recomendo ter um pouco de paciência e ver este vídeo (clique na imagem ao lado).

Voz e violão. Talento, simplicidade e autenticidade. A fórmula para o sucesso.

O texto sobre a dupla apresentado abaixo é uma colagem de vários comentários dos internautas que viram o vídeo no YouTube:

"Ele era um artista de circo quando a conheceu. Viajava por todo o interior de São Paulo, e foi visitando a pequena cidade de Araras que tudo começou. Ambos cantavam na praça central, do lado do serviço do alto-falante. Ele queria divulgar o circo. Ela, a Jazz Band de Araras. A moça já era noiva, mas não havia jeito: foi amor à primeira audição. Juntos, eles seriam Cascatinha e Inhana, o casal mais afinado da história da música popular brasileira."

"Nasceram um para o outro. Duas vozes maravilhosas cantando com a mesma simplicidade dos pássaros. Hoje estão cantando no céu, com certeza e e alegrando os anjos! Muito lindo!"

"Cascatinha & Inhana conseguiram firmar uma linha própria de beleza musical na música sertaneja. Sem o saber, trouxeram para a consciência popular a musicalidade da cultura jesuítico-guarani, do que foi um dia um território que poderia ter sido um país."

"Chorei. E hei de chorar sempre quando ouvir esta música. Cascatinha e Inhana eram uma das expressões máximas da música caipira ou da verdadeira música sertaneja. No que se transformou nossa cultura regional caipira? Nesse breganejo nojento e vendido ao "country" americano. Triste..."

AUMENTO DO NÚMERO DE VEREADORES=DIMINUIÇÃO DE SALÁRIO. É CLARO QUE ELES SÃO CONTRA.

“Com essa totalidade que estão comentando, eu acredito que não precisava. Hoje, nós temos 14 vereadores, já trabalhamos com 18 e eu acredito que os 14 vereadores têm representatividade no município. Eu acho que não é necessário o aumento de vereadores”.

Declaração do presidente da Câmara de Rio Branco, vereador Pedrinho Oliveira (PMN), que acredita que o município não precisaria da representatividade de 21 ou de 23 vereadores (A Tribuna, 29/05/2008).

E porque os vereadores, de uma maneira geral, são contra a proposta? Porque rapidamente encontram justificativas para barrar a proposta de expandir a quantidade de vereadores nas nossas câmaras?

Porque o legislador que propês a PEC foi inteligentíssimo. Aumentou o número de vagas e diminuiu o percentual legal que as prefeituras são obrigadas a repassar para as Câmaras Municipais. Com isso, mais vereadores significa diminuição no salário dos parlamentares mirins.

E o irônico é que um ano atrás todos eles eram favoráveis ao aumento da bancada de vereadores. As razões? A representatividade dos vereadores não era adequada.

É um casuísmo atrás do outro. Acho até que a PEC foi camarada com eles. Deveria proibir a reeleição de vereadores para acabar de vez com essa idéia equivocada que nossos políticos têm de que mandato legislativo é uma espécie de profissão.

PARABÉNS DEPUTADO ZÉ CARLOS

Finalmente um projeto realmente interessante foi apresentado por um dos representantes da nova safra de Deputados da Assembléia Legilativa do Acre.

O deputado estadual Zé Carlos (PTN) vai encaminhar projeto proibindo o corte em escala comercial de espécies nativas que produzem frutos que servem de alimentos para animais silvestres.

Segundo a nota publicada no site Notícias da Hora, a proposta é garantir a existência de árvores como a caxinguba, cajuzinho, copaíba, andiroba e gamaleira na floresta acreana, onde são encontrados animais silvestres.

Em regiões onde há caça (presença de animais silvestres), foi constatado que esses tipos de árvores desapareceram, diminuindo o volume de alimentos que os animais consomem na mata. Sem ter o que comer numa determinada região, o animal sai a procura de comida e acaba chegando a áreas habitadas e se torna presa fácil do homem. O projeto está sendo elaborado pela assessoria do parlamentar pode sofrer alterações, mas somente depois de apresentado.

Zé Carlos justificou a iniciativa do projeto observando a necessidade de garantir a habitat natural da fauna por meio da flora. Durante o recesso parlamentar do início do ano, o deputado fez uma viagem de dez dias percorrendo seringais e comunidades da região do rio Yaco, e recebeu dos ribeirinhos e seringueiros e reclamação de que os tipos de árvores citados no projeto, no total de dezoito, estão sendo retiradas da floresta acreana em grande escala.

"Na próxima semana apresento o projeto em plenário e abro a proposta para críticas e sugestões. Creio que essa proposta vai receber o apoio do legislativo, porque tem como base, a preservação dos recursos naturais com foco no meio ambiente. Sou um deputado que conhece muito bem a mata, e percebi isso quando visitei seringais no inicio do ano", disse o deputado.

Veja a lista das espécies contidas no projeto

Gameleira, andiroba, castanhanara, merindiba, piquí, mamite, copaíba, caxinguba, gamelinha, toarí, envira-cajú, guariúba, cajuzinho, taturibá, murici, ingá-ferro.

NOTA DO BLOG: desde já tomo a liberdade de colocar à disposição do Deputado a equipe do Parque Zoobotânico da UFAC para ajudar na elaboração da lista das espécies a serem incluídas na lista de 'proibidas'. Poucas pessoas tem idéia do alcançe e do pioneirismo que este projeto representa. Se o projeto for aprovado, o Deputado Zé Carlos vai passar para a história do manejo sustentado de madeira na Amazônia. Não vou nem 'me empolgar' para não dar 'pistas' para os inimigos que se levantarão contra a idéia. Por hora, a justificativa apresentada pelo Deputado está mais do que adequada. Espero que ele consiga convencer os seus pares a aprovar a iniciativa.

FLORESTAS VAZIAS

"Muitos animais de grande porte já estão ecologicamente extintos de vastas áreas de florestas tropicais onde a vegetação aparenta estar intacta..."

"A destruição indireta da fauna é feita quando a atividade humana não objetiva especificamente os animais...por exemplo, a exploração manejada da madeira retira da floresta as árvores produtoras de frutos usados pelos animais e elimina os lugares de reprodução dos mesmos."

Kent Redford, 'The empty forest', artigo clássico sobre o assunto, publicado na revista BioScience, Vol. 42, No. 6 , de junho de 1992.

28 maio 2008

AMAZÔNIA COBIÇADA

A cobiça que mais se deve temer

Luiz Weis

As últimas palavras do que viria a ser o último discurso do senador amazonense Jefferson Péres, uma semana atrás, foram talvez o que de mais lúcido se ouviu de uma figura pública brasileira em resposta ao novo surto de manifestações desatinadas no exterior sobre o compartilhamento da proteção da Amazônia, no combate à crise climática global. A saída da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, derrotada na defesa do ecossistema amazônico, deu gás ao disparate de que a região é “importante demais para ser deixada aos brasileiros”, na patada do diário londrino The Independent.

Velha como as árvores, a alegação permitiu que a fronda da motosserra - que reúne os devastadores da maior floresta tropical do mundo, seus influentes parceiros no governo e os ideólogos do desenvolvimento a todo custo - partisse para desqualificar as fundamentadas inquietações dos ecologistas com o impacto do desmatamento incontido para a piora do clima da Terra (e a ruína ambiental de mais da metade do território brasileiro). Ahá, contra-atacou a tigrada, envolta em verde-amarelo: com essa conversa de ajudar a preservar a natureza, o que eles querem é tomar os recursos naturais do País.

Jefferson Péres deu-lhes o troco na medida exata. “Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia”, ponderou da tribuna a que tantas vezes subira para denunciar a indecência de políticos e governantes. “Tenho medo da cobiça nacional sobre a Amazônia, da ação de madeireiros, de pecuaristas e de outros que podem provocar o holocausto ecológico naquela região.” É disso, rigorosamente, que se trata. Se existe algo em torno do qual governo, oposição e sociedade fecham questão, no Brasil de hoje, é a premissa da absoluta autonomia brasileira diante do problema amazônico - já não bastasse a falta de credenciais do críticos do País para dar lições de moral ambiental.

E quanto mais se falar lá fora em compartilhamento de responsabilidades pela exploração sustentável da área, mais forte será aqui a reação de invocar o princípio da soberania nacional. Nem poderia ser de outra forma - a nação que não afirma a autoridade sobre o que é seu praticamente pede para perdê-lo, mais dia, menos dia. Mas, do ponto de vista do que é imperativo fazer correndo, a fim de amenizar a virada climática, o conceito puro e duro de soberania representa uma barreira insuperável.

É evidente que não há forma concebível de enfrentar o cataclisma ambiental que ameaça a humanidade - a começar da parcela da humanidade mais pobre e, portanto, mais vulnerável a suas conseqüências - sem a adoção de políticas supranacionais que, para não ficarem confinadas ao papel, em alguma medida devem pressupor uma abdicação consentida de soberania dos países participantes. Claro que isso parece um irrealismo cavalar quando se tem em conta que a potência superpoluidora, os Estados Unidos, nem sequer consentiu em aderir a um programa ainda aquém do necessário para controlar a tempo as emissões dos gases estufa, o (combalido) Protocolo de Kyoto.

O que demonstra, de toda maneira, que o exercício da soberania, no sentido ortodoxo desse conceito derivado da divisão do mundo em Estados-nações, é um anacronismo na luta para minorar os efeitos do aquecimento global engendrado pela queima em escala crescente de combustíveis fósseis. (“Perder de pouco” é tudo a que se pode aspirar.) E até onde a vista alcança não há quem possa com a soberania a serviço do empurra-empurra, entre os países, de responsabilidades pelo que já está aí - e vai ficar pior. O que emergidos e emergentes exigem, principalmente os mais capazes de blindar a sua soberania, é em última análise o direito de poluir. Mantendo, num caso, ou reproduzindo, no outro - e aqui a China puxa o cordão -, padrões suicidas de uso de energia.

E pensar que nessa frente o Brasil deu um senhor passo atrás. Na segunda-feira da semana passada, nesta página, o físico e ex-ministro José Goldemberg, da Universidade de São Paulo, comentou um “interessante documento”, de autoria do diplomata Everton Vieira Vargas, intitulado Mudança do Clima na Perspectiva do Brasil. Com o risco de maçar quem tiver lido o artigo do cientista, vale insistir no que ele destacou. “O argumento básico do embaixador”, apontou Goldemberg, “é o de que os países em desenvolvimento não devem aceitar nenhuma limitação às suas emissões (de gases estufa), tendo em vista que as ‘emissões históricas’ desses países são pequenas.” Ou seja, por terem poluído relativamente pouco enquanto os outros já poluíam muito, podem poluir mais.

Essa doutrina, em que parece se basear a nova política brasileira para o clima, marca uma guinada em relação à década anterior. Goldemberg lembra que, ao sediar a Rio-92, a primeira grande conferência promovida pela ONU para tratar do aquecimento global, e ao se destacar na formulação do Protocolo de Kyoto, em 1997, o País tinha uma posição “proativa”. Quer dizer: estava engajado na busca de soluções necessariamente supranacionais para um problema supranacional de proporções inéditas. Depois, o Brasil adotou uma posição “reativa”. Defende um estado de coisas que, na prática, ressalta o professor, “só beneficia os Estados Unidos e a China” - o que não deixa de ser uma triste ironia.

Em maio de 1991, observou-se neste espaço que a soberania em estado bruto, somada à tolerância - quando não ao apoio - dos governos a um modelo fadado a provocar catástrofes que desconhecem divisões geográficas, ata as iniciativas que procuram deter os níveis de envenenamento ambiental. À época, enquanto corriam os preparativos para a Rio-92, a esperança estava numa terceira via entre “a omissão indesejável e a coação impossível”: o aproveitamento dos vastos espaços abertos à criatividade política internacional em defesa da Terra. Passados 17 anos, a esperança definha a olhos vistos.

Luiz Weis é jornalista. Artigo originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 28/05/2008.

A 'NOVA' FRENTE PARLAMENTAR DE APOIO AOS MILITARES

Antônio Paulo
Da equipe de A CRÍTICA

BRASÍLIA (SUCURSAL) - Deputados de diversos partidos e de quase todos os Estados brasileiros lançaram ontem a Frente Parlamentar de apoio às Forças Armadas na Amazônia. Com a presença do alto comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a direção da frente e os militares negaram que o grupo parlamentar tenha o objetivo de marcar posição contra o Governo Federal - favorável à demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima - e seja uma espécie de desagravo às reprimendas feitas pelo presidente da República ao comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno. Ausente da cerimônia, o chefe do CMA fez críticas à política indigenista do Governo Federal e disse que as demarcações de terras ameaçam a soberania nacional.

"A frente parlamentar chega para dar apoio às Forças Armadas da Amazônia brasileira na questão orçamentária principalmente. Já que temos um terço dos membros da Câmara dos Deputados, seremos importantes no que ser refere à busca de recursos ao aparelhamento, reestruturação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica", disse o presidente da frente, deputado Édio Lopes (PMDB-RR). Para o deputado Nélson Marquezelli (PTB-SP), a frente pode ajudar também na legislação, tirando obstáculos nas áreas indígenas, de preservação e de locomoção. "O resto eles sabem fazer", disse o parlamentar.

Militares animados com as propostas


O "céu de brigadeiro" do plenário da Câmara dos Deputados foi pequeno para abrigar tantas estrelas das três Forças Armadas brasileiras. Mas, diferentemente do tom crítico adotado recentemente pelo comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, seus superiores preferiram usar a cautela na hora de fazer declarações. O comandante interino do Exército, general Luís Edmundo M. Carvalho, foi econômico e genérico em sua fala. "A criação da frente parlamentar ultrapassa as expectativas mais otimistas. Ela poderá trazer enormes benefícios para o País e à Segurança Nacional.

Sobre o retorno do debate em torno da internacionalização da Amazônia, disse que o assunto não é novidade e que cada vez que ocorre algum evento específico em relação à Amazônia, há vozes que se apresentam desta forma. "Eu me lembro que por ocasião dos incêndios na Amazônia, quando eu comandava a primeira brigada , esse assunto também veio à tona. O Brasil precisa mostrar ao mundo a sua competência para resolver os problemas que são nossos e com isso mostrar que não precisamos dessa participação indevida".

Sondado sobre sua opinião a respeito da demarcação da reserva Raposa Serra do Sol e a posição contrária à demarcação contínua de parte da Frente Parlamentar, o general Edmundo Carvalho disse apenas que o assunto está na Justiça e caberá a ela resolver esse problema. "Mesmo que tivesse opinião nesse momento não iria emiti-la porque cabe ao Judiciário resolver essa questão". Quanto à posição contrária do grupo parlamentar sobre a polêmica demarcação em Roraima: " Não sei se essa é a opinião da frente", limitou-se a dizer o comandante interino do Exército brasileiro.

Sem fazer críticas diretas à falta de recursos ao Projeto Calha Norte - responsável pelas ações sociais e de fiscalização nas fronteiras - Edmundo Carvalho disse que as verbas existem e têm sido crescentes a cada ano, "mas nós lutamos por mais recursos para podermos implementar os projetos com uma velocidade maior". Ontem, parte da bancada do Amazonas esteve no Ministério da Defesa para pedir o descontingenciamento dos recursos do Programa Calha Norte.

NO MT JUSTIÇA OBRIGA GLOBO A EXIBIR JOGOS AO VIVO

Matogrossenses assitirão ao jogo do Fluminense contra o Boca Juniors hoje a noite. Justiça determina que Globo passe a transmitir ao vivo partidas do meio da semana. Multa pela não exibição é de R$ 100 mil. Decisão foi em resposta a pedido da Defensoria Pública de MT.

ALINE CHAGAS
Da Reportagem do Diário de Cuiabá

Por determinação da Justiça, a Rede Globo de Televisão, através da Televisão Centro América, terá que voltar a transmitir ao vivo os jogos de futebol das quartas-feiras à noite em Mato Grosso. A decisão é da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, em resposta ao pedido de liminar feito na semana passada pela Defensoria Pública.

A TV Centro América deverá voltar a transmitir os jogos assim que for notificada pelo oficial de justiça – por isso, é possível que o jogo desta noite, entre Boca Juniors e Fluminense, ainda não seja transmitido ao vivo. A multa fixada por jogo não transmitido é de R$ 100 mil.

Segundo o juiz Gonçalo Barros Neto, não se trata de intromissão do Estado na autonomia das emissoras quanto à programação, mas sim de garantir efetividade à manifestação cultural que o futebol representa para o povo brasileiro e mato-grossense. Conforme a decisão, o futebol é cultura do povo, pois também é produzido por ele, daí a maximização em sua proteção, devendo ser afastado qualquer obstáculo que o impeça de livremente, e de forma difusa, se expandir.

“A prova inequívoca e verossimilhança da alegação contida na ação civil pública estão assentadas na ofensa aos princípios constitucionais do acesso ao patrimônio público nacional (o futebol), da igualdade e da prestação de serviço público”, consta na decisão.

O magistrado ainda colocou que a TV Centro América e a Rede Globo de Televisão não podem fugir do compromisso que assinaram nas respectivas concessões, pois devem observar o interesse público. Na ação civil pública ajuizada pelo Núcleo Estadual de Direitos Coletivos, os defensores argumentam que por serem concessionárias de serviços públicos, as emissoras de televisão têm o dever – previsto pela Constituição Federal – de dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e educativas, além da promoção da cultura nacional e regional.

Na liminar, o juiz pontuou que não há dúvida de que o futebol brasileiro é patrimônio cultural e bem de natureza imaterial. O artigo quarto da Lei Pelé, onde consta que “a organização desportiva do país, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social” é citado na decisão.

Em abril deste ano, entrou em vigor a portaria 1.220/2007 do Ministério da Justiça obrigando as redes de televisão a adequar a programação de acordo com a classificação indicativa de idade. Com isso, as novelas conhecidas como das “sete” e das “oito” passaram a ser transmitidas após o Jornal Nacional. Por este motivo, às quartas-feiras, os jogos de futebol, que também iniciam às 21 horas, deixaram de ser transmitidos. Para os defensores públicos autores da ação, a mudança privou os mato-grossenses do acesso a uma das mais importantes manifestações culturais do Brasil, o futebol.

A TV Centro América, através dos advogados, informou que ainda não tem conhecimento da decisão e que só deverá se pronunciar sobre a decisão após ser notificada. A determinação é liminar e passível de recurso.

Nota do Blog: Deputado Moisés Diniz: mobilize as massas de telespectadores insatisfeitos, patrocine a causa na justiça, agregue os sindicatos. Seguramente alguém da Defensoria Pública ou do MP acreano irá se sensibilizar. A questão não é apenas esportiva. É política. A emissora não pode manipular a vontade dos telespectadores apenas para satisfazer seus interesses comerciais e políticos. Leiam artigo abaixo para entender o que está por trás da não exibição dos jogos ao vivo no meio da semana.

PORQUE A GLOBO DEIXOU DE TRANSMITIR JOGOS AO VIVO NO MEIO DA SEMANA?

Como todos os telespectadores acreanos estão sabendo, o futebol ao vivo no meio da semana deixou de ser exibido pela TV Globo no Acre a partir do momento em que a Portaria 1.220/2007 do Ministério da Justiça (que trata da classificação indicativa) entrou em vigor no dia 22 de abril passado.

No lugar do futebol ao vivo, temos agora o tape da novela das nove. O jornal Nacional, que poderia ser ao vivo por volta das 18:15h pois não tem restrição de idade, é exibido em tape a partir das 19:15. Logo depois, por volta das 20h, entra a novela das sete. Em outras palavras: a TV Globo optou em 'bagunçar' a sua programação para os telespectadores acreanos. Ou alguém acha que da forma que está não é uma bagunça?

E porque ela decidiu fazer isso?

A resposta pode ser obtida em artigos de sites sérios e não compromissados com as empresas de comunicação. Um bom exemplo é a matéria 'Pressionado pela Rede Globo, governo Lula suprime um fuso horário' de Eduardo Sales de Lima, publicada no site Brasil de Fato. Segundo a mesma, a 'bagunça' na grade da emissora e a opção de deixar de transmitir ao vivo o futebol na quarta-feira foi mesmo decisão da TV Globo. E a razão principal é a contrariedade da emissora com o sistema de classificação indicativa imposto pela Portaria do Ministério da Justiça.

A matéria deixa a entender que a ação da emissora é uma espécie de 'vingança' com os telespectadores das regiões com fuso horário diferenciado do de Brasília. Segundo a mesma, poucas semanas antes da entrada em vigor da Portaria, a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert) encomendou ao Ibope uma pesquisa para comprovar que os cidadãos dos Estados afetados pela mudança do fuso horário seriam contra a adequação da programação ao fuso horário. A iniciativa falhou quase que totalmente: a maior parte dos entrevistados apoiou o respeito à classificação indicativa.

A única reação negativa da população na pesquisa foi observada em uma pergunta colocada de forma descontextualizada, e cujo enunciado levava os entrevistados a acreditar que a transmissão ao vivo dos jogos de futebol não seria mais possível em virtude do “cumprimento das regras”.

Não é necessário dizer que a pergunta era mesmo 'fora de tom' pois todos, inclusive a Abert, sabiam que jornalismo e eventos esportivos ao vivo podem ser transmitidos em qualquer horário.

Assim, o fato da Globo deixar de exibir jogos ao vivo nessas regiões nas quartas-feiras foi uma opção da emissora. “Foi uma chantagem explícita. Ela simplesmente adiou toda a programação, fazendo com que o jogo não fosse mais transmitido ao vivo”, afirma Diogo Moysés, do Coletivo Intervozes de Comunicação, que atesta ser a novela, que antecede o jogo, o real problema. “É óbvio que ninguém quer ver VT de jogo”.

E quando teremos futebol ao vivo nas quartas-feiras novamente? Só a TV Globo pode dizer. Mas se ela estiver usando a 'não exibição' dos jogos como uma de suas estratégias para derrubar a Portaria que trata da classificação indicativa, os telespectadores podem ficar certos que vai demorar um bom tempo.

E durante esse período, pode até ser que as empresas de comunicação, vendo ser impossível derrubar a Portaria, se lancem em uma campanha para 'solucionar' o problema: a adoção do fuso horário único em todo o país.

Políticos para patrocinar a causa não faltarão. Muitos deles têm pavor de comprar qualquer briga com a imprensa. Afinal, o 'quarto' poder do país, quando quer, destrói qualquer um. Que o diga Ibsen Pinheiro.

MINC NO MATO SEM CACHORRO





















(*) Originalmente publicado no JB Online

FUSO HORÁRIO: ALTERAÇÃO PROVOCA IMPACTOS NA SAÚDE (*)

Fuso diferente pode afetar metabolismo, gerando insônia, sonolência diurna, alterações do humor e do apetite e transtornos digestivos. Para Silvio Simione da Silva, Geógrafo da UFAC, a própria concepção da lei que mudou o fuso horário acreano foi de “uma ignorância enorme do ponto de vista científico”

Eduardo Sales,
da Redação do Brasil de Fato

A sanção da lei 11.662/08 ocorreu sem debate público. Fato que chama a atenção porque mudanças de maior ou menor intensidade irão acontecer no cotidiano de acreanos, amazonenses e paraenses. A proximidade em relação à linha do Equador faz com que, na região Norte, o dia e a noite possuam períodos mais constantes em relação ao que acontece em localidades mais afastadas.

“Conforme as estações do ano, não há interferência nos períodos do dia e na noite. Normalmente, o dia amanhece às 5h45 e começa a escurecer a partir das 17h30. Com a nova lei, nosso dia começará uma hora antes e isso vai fazer diferença no relógio biológico”, explica o geógrafo da Universidade Federal do Acre (Ufac), Silvio Simione da Silva. Ele pontua que a própria concepção da lei foi de “uma ignorância enorme do ponto de vista científico”.

De acordo com ele, os fusos são produtos de uma convenção internacional, portanto, algo que não pode ser decidido por decreto. Ele argumenta que outros países de vastas extensões longitudinais lidam normalmente com a existência de diversos fusos, como a Rússia, que possui 11 fusos diferentes.

Impacto fisiológico

E os mais de 600 mil acreanos? Serão prejudicados de modo excessivo após a lei entrar em vigor? Segundo o biólogo Luiz Menna Barreto, especialista em Cronobiologia da Universidade de São Paulo (USP), as mudanças no aspecto fisiológico das pessoas não são drásticas, mas merecem consideração.

“Nossos organismos estão adaptados para um fuso horário que coincida o mais aproximadamente possível com os horários de claro/escuro ambiental. Praticamente todas as nossas funções orgânicas apresentam ciclos que se completam a cada 24h, os ritmos circadianos. O claro/escuro ambiental sincroniza (ajusta, acerta) esses ritmos a cada dia”, explica.

Com a mudança do fuso, Menna afirma que se cria uma situação de potencial conflito na regulação temporal. “Conflitos que comprometem a saúde, tanto mais quanto mais amplo e prolongado for o desajuste entre os ciclos naturais e sociais”, completa.

Esse descompasso entre ciclos naturais e sociais rebatem no metabolismo das pessoas. “Insônia, sonolência diurna, alterações do humor e do apetite, transtornos digestivos, são as queixas mais freqüentes desses desajustes temporais”, explica o especialista. Menna reforça que o fato das populações acabarem por se adaptar a essas imposições não elimina os transtornos mencionados.

A geógrafa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Arlette Moisés Rodrigues, lembra que Portugal já viveu a experiência de mudar seu fuso horário em 1992, em função de seu ingresso para União Européia; e, devido a diversas complicações na vida e na saúde da população, o país voltou atrás. “Houve um aumento do consumo de estimulantes e diminuição do rendimento escolar e do trabalho”, lembra.

(*) Originalmente publicado em 07/05/2008

27 maio 2008

CIÊNCIA X CORTE RASO

Míriam Leitão
Panorama Econômico - O Globo Online
27/05/2008

A investida dos governadores da Região Amazônica é de matar de vergonha: o que eles vão pedir ao governo é que a lei não seja cumprida e que grileiros e desmatadores possam ter financiamentos e vender seus produtos. Por outro caminho, a Academia Brasileira de Ciências está formulando uma proposta de investimentos maciços em ciência na região para melhor protegê-la; uma revolução científica.

O “Bom Dia Brasil” de ontem trouxe um flagrante de um crime típico na Amazônia: a reportagem de Roberto Paiva e Jorge Ladimar mostrou, no Pará, trabalhadores escravizados no meio da floresta. Isolados, sem receber há dois meses, sem alimentação adequada, obrigados a trabalhar na preparação de outro crime: o desmatamento em área pública e protegida. O trabalho escravo sempre esteve associado ao desmatamento criminoso. O “dono” do “empreendimento” não apareceu; apresentou-se apenas o recrutador da mão-de-obra. A equipe móvel do Ministério do Trabalho deu o flagrante.

Esse “empresário” poderia receber financiamento para o seu “empreendimento” e comercializar sem medo o fruto do seu duplo crime caso a proposta dos governadores seja aceita. Segundo o jornal “Valor” de ontem, eles vão pedir, na sexta-feira, que seja adiada a resolução do Conselho Monetário Nacional que exige o certificado de propriedade e de regularidade ambiental para a concessão de empréstimos em bancos públicos e privados. Querem também que se adie o cumprimento da lei que criminaliza a cadeia produtiva e torna quem compra a produção de quem escraviza e grila cúmplice de crime.

Que vergonha governadores! É isso mesmo que pedirão ao governo federal?

Que quem grilou e desmatou possa ser financiado e comercializar seu produto? Os governadores podem dizer que há bons patrões e bons empreendedores que ficaram presos na armadilha da mudança da lei. Antes se podia desmatar 50% da propriedade; agora, apenas 20% no bioma amazônico e, portanto, estão todos fora da nova lei, mas respeitavam a antiga. Se for isso, a proposta do governo permite que quem tenha um plano de recuperação da reserva legal seja considerado como tendo regularidade ambiental. Que os bons empresários façam seu plano e cumpram a lei!

O desmatamento está aumentando nos últimos meses, mas o Inpe decidiu adiar a divulgação porque quer fazê-lo com explicações técnicas que evitem que cada número seja uma briga com o governador Blairo Maggi. O instrumento é científico e deve ser preservado.

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) pôs em seu site a versão preliminar de um documento feito por vários cientistas propondo uma “revolução científica e tecnológica para a Amazônia”. A dificuldade em ter um modelo para a região é que “não existe um modelo a ser copiado”. Os pesquisadores propõem nova abordagem: formação maciça de doutores e mestres em ciência aplicada $às necessidades da região através de mais universidades públicas e institutos de pesquisas, institutos tecnológicos e uma poderosa rede de comunicação para mantê-los em contato com o mundo científico. Ao todo, seriam investimentos de 1% do Produto Regional Bruto em Ciência, Tecnologia e Informação, ou seja, R$ 1 bilhão por ano. Segundo a ABC, esses investimentos lançariam as bases “de um novo ciclo de desenvolvimento na Amazônia, alicerçado na ciência, na tecnologia e na inovação”.

O presidente da Academia de Ciências, Jacob Palis Jr., diz que o documento, que tem o apoio da SBPC, está em debate entre cientistas e no site da ABC:

— Temos muito orgulho do documento, porque ele é objetivo, enxuto e foi feito por vários cientistas de áreas diferentes. A Amazônia é muito complexa, precisamos de mais competência científica e técnica para formular planos de novos modelos.

A proposta da Academia é que o isolamento da região seja vencido pela tecnologia de comunicação: “No satélite de telecomunicações brasileiro para a Amazônia, deve ser reservado um canal para a comunicação acadêmico-tecnológica.”

A proposta é criar centros de estudo de ciência aplicada em questões como água, recuperação de áreas degradadas, biodiversidade, biotecnologia, energias renováveis, entre outros, em contato direto com as empresas. “A meta é a proposição de desenvolvimento pleno de cadeias produtivas para um número significativo de produtos para o mercado global, contemplando desde fármacos até serviços ambientais”, diz o texto. Hoje a região tem menos de 5% dos doutores do país. A ABC propõe duplicar o número de mestres e doutores, mais recursos para pesquisas, mais conexão com os centros do mundo. De acordo com o texto, as grandes obras previstas de infra-estrutura dão caráter de urgência ao desenvolvimento de um novo modelo. “A importância econômica e social do rico patrimônio natural da região representa um gigantesco potencial científico e cultural, cuja transformação em riqueza está ligada à geração de conhecimento e tecnologias.”

Isso não significa parar a produção agrícola. Mas ocupar a região com a ciência, enquanto se estanca o desmatamento. O atual modelo não desenvolve. O desmatamento é feito com desperdício, violência, trabalho escravo. Não gera progresso e desenvolvimento. E é isso que os governadores da região estão pedindo que continue? Tomara que não. Tomara que nem todos!

AS CONFUSÕES CAUSADAS PELA MUDANÇA DO FUSO HORÁRIO

Vejam a mensagem que um anônimo deixou sobre a questão da mudança do fuso horário:

"Amigo... pelo que eu saiba os trabalhadores vão acordar uma hora mais tarde.. ou seja.. qdo estiver mais claro... então acho que estás enganado ao dizer que eles acordarão sob o manto noturno... se agora em Brasilia são 10.30, em Rio Branco 8.30, qdo mudar o fuso aqui será 9.30.. uma hora mais tarde.. saudações"

Dá para ver que o anônimo já está sofrendo, antecipadamente, de um 'jet lag' (*). E olhem que vamos adiantar nossos relógios em apenas uma hora! Mal sabe ele que com a mudança, o Senador Tião Viana subtraiu uma hora da vida dele e que, no lugar de acordar uma hora mais tarde, vai ter que acordar uma hora mais cedo.

Torço para que existam algumas dezenas de milhares de pessoas como este anônimo aqui pelo Acre. Assim, quando eles descobrirem que, sob o ponto de vista biológico, terão que acordar uma hora mais cedo para atender os caprichos da lei do Senador Tião Viana, quem sabe eles reflitam que 'uma hora a mais' faz muita diferença para quem vive quase na linha do equador.

Estou me convencendo que esta lei que mudou o nosso fuso deixou o povo confuso. Ninguém acordou para a realidade que virá. Vamos ver quando 5 horas da manhã passar a ser 6 horas e as pessoas começarem a reclamar. Esse ano é ano de eleição...

Para completar o quadro de submissão às empresas de comunicação que resultou na eliminação do fuso horário acreano, só falta as autoridades locais alterarem o horário de início do trabalho nas repartições públicas e de aulas nas escolas em razão da escuridão que prevalecerá na parte inicial das atividades matinais da população. É claro que para não deixar pistas quanto a isso, eles podem mesmo ter a cara-de-pau de dizer que com o novo fuso vai dar para os trabalhadores 'descansarem' meia a hora a mais. Por isso vão 'atrasar' o início das atividades matinais.

Se isso vier a acontecer, ficará claro como a luz do dia que os nossos políticos trabalham para atender os interesses obscuros dos empresários. É bom ficar alerta. Em 2010 teremos eleições e esses políticos serão candidatos.

(*) O Jet lag é uma condição fisiológica decorrente de alterações no ritmo circadiano. As alterações podem provocar uma mudança do trabalho do organismo. É mais comum quando uma pessoa viaja através de vários fusos horários e sente como se o relógio interno dela (relógio biológico) não estivesse no mesmo do horário do local.

NOSSA SAÚDE DEPENDE DA BIODIVERSIDADE

Aaron Bernstein: Pesquisador de Harvard; Em livro lançado nos EUA recentemente, médico diz que cura de doenças no futuro está ligada à preservação da natureza

Herton Escobar
O Estado de São Paulo

A cura do câncer pode, sim, estar escondida em alguma planta da Amazônia. Ou da mata atlântica. Ou do cerrado. Ou de qualquer outro ambiente selvagem. Cerca de metade dos medicamentos mais importantes da medicina foram desenvolvidos a partir de moléculas da natureza, e é provável - ou quase certo - que outras serão descobertas no futuro, segundo uma dupla de pesquisadores da Universidade Harvard. Elas podem estar na seiva de uma planta, na pele de um sapo, no veneno de uma aranha ou nas enzimas de uma bactéria. São segredos que só a natureza pode revelar, e que só a pesquisa científica pode desvendar.

“A maioria das drogas que você compra na farmácia não existiria se não tivesse sido inventada pela natureza”, diz o médico Aaron Bernstein, co-autor do livro Sustaining Life: How Human Health Depends on Biodiversity (Sustentando a Vida: Como a Saúde Humana Depende da Biodiversidade, em tradução literal), lançado recentemente nos Estados Unidos pela Oxford University Press.

Assinado também pelo bioquímico Eric Chivian, diretor do Centro para a Saúde e Ambiente Global da Faculdade de Medicina de Harvard, o livro faz uma avaliação sistêmica dos serviços prestados pela biodiversidade em benefício da raça humana, desde os mais fundamentais, como a purificação de água e a polinização de lavouras, até os mais complexos, como a produção de medicamentos.

É um tema que remete diretamente à Convenção da Diversidade Biológica (CDB), acordo internacional que está sendo discutido esta semana em Bonn, na Alemanha. Lançada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, no Rio de Janeiro (a chamada Rio 92), a CDB tem como objetivo proteger a biodiversidade global, estimular o desenvolvimento sustentável e resguardar a soberania dos países sobre a utilização dos recursos biológicos contidos em seus territórios.

Aaron Bernstein conversou por e-mail com o Estado sobre a importância econômica, ambiental e social da biodiversidade. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

O que a biodiversidade tem a ver com a nossa saúde? Como uma coisa está relacionada à outra?

Nossa saúde pessoal é inseparável da saúde do mundo natural a nossa volta. Muitas pessoas se comportam como se vivêssemos alheios à natureza, como se pudéssemos degradar nossos oceanos, nossa atmosfera, nossos solos, extinguir espécies, sem que isso tenha qualquer impacto sobre nossas vidas. Essa visão equivocada é que está no centro da crise global de biodiversidade. Precisamos de todas as formas de vida da Terra e de todos os serviços ecológicos que elas fornecem para sobrevivermos. Sem a biodiversidade não teríamos comida, perderíamos nossa principal fonte de remédios, assim como organismos que precisamos estudar para entender melhor nossas origens e nossa fisiologia. Sem falar que perderíamos serviços ecológicos vitais, como purificação de ar e água, controle de enchentes, regulação climática e controle biológico de doenças infecciosas.

Eu vivo na cidade, compro meus remédios na farmácia e minha comida, no supermercado. Por que deveria me importar se um tigre, um urso, um tubarão ou uma rã desaparecem da natureza?

Por muitas razões. Do ponto de vista ecológico, todos os organismos, incluindo os seres humanos, estão conectados por uma teia de relacionamentos. À medida que perdemos espécies, essa teia fica enfraquecida e, em algum momento que não podemos prever, ela vai se esfacelar. De um ponto de vista mais prático, todos os alimentos, não importa onde você os compra, precisam ser semeados, cultivados. O que as pessoas não compreendem é que o cultivo de uma única planta, como o trigo ou o arroz, requer a participação de centenas ou até milhares de organismos para dar certo. A contribuição de alguns organismos é óbvia, como a dos polinizadores. Há muitos outros porém, como os fungos fixadores de nitrogênio, que vivem no solo, longe dos nossos olhos, mas são igualmente essenciais. Em muitas partes do mundo, como no Nepal, nos Estados Unidos e na França, o número de polinizadores já foi reduzido drasticamente, principalmente o de abelhas e morcegos. A perda desses organismos também contribui para o aumento do preço dos alimentos.

E quanto aos medicamentos?

A maioria das drogas que você compra na farmácia não existiria se não tivesse sido inventada pela natureza. Nos Estados Unidos, aproximadamente metade das cem drogas mais prescritas no país é derivada de algum produto natural, e dois terços das novas drogas aprovadas pelo FDA entre 1998 e 2002 são derivadas de produtos naturais.

Muitas pessoas cultivam a idéia de que a cura do câncer, por exemplo, pode estar escondida em alguma planta da Amazônia, o que seria mais uma justificativa econômica para preservar a floresta. Esse argumento é real ou é uma ilusão?

Absolutamente real, e não apenas para a Amazônia. Veja alguns exemplos: a planta Catharanthus roseus, ou pervinca de Madagascar, é fonte de duas drogas importantes, a vincristina e a vinblastina, que ajudaram a tornar curáveis as duas formas mais comuns de câncer infantil (leucemia linfoblástica e linfoma de Hodgkin). Por causa da destruição das florestas tropicais de Madagáscar, essa espécie hoje está ameaçada na natureza. Se ela tivesse sido perdida antes que pudéssemos descobrir suas incríveis moléculas, milhares de crianças teriam morrido dessas doenças. Outro exemplo é o Taxol, o medicamento mais eficiente que existe contra o câncer de ovário, que foi descoberto a partir de uma árvore típica da costa noroeste dos EUA (chamada Pacific Yew, em inglês). Essa árvore era tipicamente queimada e descartada no processo de exploração madeireira, porque acreditava-se que ela não tinha nenhum valor comercial. O composto do Taxol foi descoberto na sua casca, a partir de um grande programa de prospecção de plantas medicinais do Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Desde então, várias formas sintéticas da molécula já foram desenvolvidas, com efeitos ainda melhores do que a original, que são usadas no tratamento de uma variedade de tumores, incluindo os de pulmão, próstata e mama.

Certamente há muitas drogas que já foram desenvolvidas a partir de moléculas da natureza. Para alguns pesquisadores, porém, esse tipo de pesquisa é uma ciência ultrapassada, com chances de sucesso muito pequenas, baseada em tentativa e erro. A alternativa moderna seria o desenvolvimento de moléculas sintéticas, padronizadas para alvos específicos, com base na genômica e na biologia molecular. O que o senhor acha disso?

O desenvolvimento de medicamentos inteligentes, nos quais o cientista identifica um alvo molecular e projeta uma droga para atingir aquele alvo específico, têm produzido resultados tremendos, com certeza. Mas essas drogas são relativamente poucas e continuamos a depender, talvez mais do que nunca, dos produtos naturais como uma referência e fonte de inspiração para esse trabalho. A molécula do Taxol, por exemplo, tem uma espinha dorsal composta de mais de 30 átomos. Mesmo se você entregasse esses átomos a um químico na mesma ordem em que eles se encontram na molécula natural, ele ainda precisaria descobrir como dobrar essa cadeia de átomos em uma estrutura molecular tridimensional. Há milhões e milhões de configurações possíveis, e apenas uma traz o efeito químico desejado.

Dá para colocar um preço na biodiversidade?

Muitos já tentaram fazer isso, mas os resultados são todos insatisfatórios. Isso porque não temos como calcular o valor daquilo que estamos perdendo. Quanto valem, por exemplo, as duas espécies de sapos de gestação gástrica (cujos filhotes são gestados no estômago) que produziam substâncias com potencial para o tratamento de úlceras peptídicas e problemas de motilidade gastrointestinal, mas que foram extintas? Se a pervinca de Madagáscar tivesse sido extinta, como poderíamos calcular o valor das vidas que teriam sido perdidas sem os seus medicamentos? Como podemos saber o valor das espécies que estamos perdendo dia a dia e que ainda nem conhecemos? Mas o maior valor da biodiversidade para a saúde está nos serviços ecossistêmicos que são prestados por ela. Especialmente a purificação de ar e água. Os estudos mostram, por exemplo, que o benefício de preservar a cobertura vegetal de áreas de manancial para purificação de água (em vez de tratá-la) é enorme.

O argumento da “cura do câncer” também remete ao problema da biopirataria. Há um receio muito grande no Brasil de que cientistas estrangeiros - ou mesmo brasileiros - estejam entrando na floresta para roubar essas curas e levá-las para outros países. Portanto, a pesquisa deveria ser duramente controlada. Isso faz sentido?

A Convenção da Diversidade Biológica diz que a biodiversidade pertence às pessoas do país no qual ela se encontra, e que essas pessoas têm o direito de dar ou negar acesso a essa biodiversidade, assim como aos lucros proveniente dela - se eles um dia se materializarem.

A legislação atual brasileira, fundamentada nesse medo da biopirataria, é extremamente restritiva e burocrática quanto trata das pesquisas com biodiversidade - tanto para estrangeiros quanto para brasileiros. Qual seria a melhor maneira de regulamentar essa atividade? E como o Brasil poderia tirar melhor proveito de suas riquezas biológicas?

A curto prazo, o desmatamento e a destruição de hábitats podem ser atividades lucrativas. A longo prazo, porém, são práticas autodestrutivas para os brasileiros. O Brasil tem recursos biológicos tremendos, a maior parte dos quais nunca foi explorada, e os brasileiros têm o direito de controlar o acesso a esses recursos. Não há como prever quais curas podem estar guardadas ainda na biodiversidade brasileira, mas considerando que várias drogas já foram obtidas dessa forma, seria ingênuo pensar que não vamos descobrir outras no futuro, igualmente extraordinárias. O que sabemos com certeza é que as alterações ecológicas e a perda de biodiversidade nos trópicos estão associadas a epidemias de doenças transmitidas por vetores, como malária, dengue e febre amarela. À medida que os serviços de purificação da água são destruídos pelo degradação de mananciais, podemos prever também que haverá um aumento das doenças transmitidas pela água.

Se um cientista ou uma empresa estrangeira desenvolve um produto a partir da biodiversidade brasileira, o Brasil deveria ganhar algo por isso, mesmo que não tenha tido nenhuma participação na pesquisa?

Sem dúvida.

Quem é:
Aaron Bernstein é médico, pesquisador do Centro para a Saúde e Meio Ambiente Global da Faculdade de Medicina de Harvard. Pediatra do Children's Hospital de Boston, ligado à universidade. Seu colega Eric Chivian é médico, diretor-fundador do mesmo centro em Harvard e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1985

UNASUL, A UTOPIA

Jorge Nascimento
www.blogdoacreucho.blogspot.com

O Presidente Lula da Silva e outros alucinados da América do Sul criaram a UNASUL, União de Nações Sul-Americanas, segundo o visionário mor, Luiz, seria igual e teria a mesma “força” da União Européia. As “potências” que compõe a UNASUL são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela, tendo como observadores o México e o Panamá. O Chaves não vai gostar do nome da Venezuela estar em ultimo lugar.

Luiz pirou de vez e quer criar uma moeda única, como o Euro na União Européia. Qual seria o nome dessa moeda? Realsul, Surreal, Realvene (em homenagem ao Chaves), Rebovene, Doeusul, Lulavez, Suramelu, Pesoreal? São tantas as hipóteses que a gente fica meio perdido. O concurso está aberto para escolher o nome da nova moeda para a UNASUL.

Que estabilidade financeira tem a América do Sul, pra tentar impor uma moeda própria? Temos aqui no Brasil, apenas uma indicação de segurança para investimentos e não temos investidores, temos um bando de aproveitadores que lucra às nossas custas, sugando os nossos recursos. Somos reféns da empresas multinacionais que a todo momento chantageiam o governo ou subornam altos funcionários.

Nelson Jobim quer criar um Conselho de Segurança da UNASUL, certamente com a idéia de distribuir “Justiça” na América do Sul. O Jobim enlouqueceu. Que conselho de segurança? No Brasil e nos outros países, segurança é uma palavra que não existe no dicionário, todos, inclusive o Brasil, não conseguem nem fazer a sua própria segurança interna, políticos corruptos, quadrilhas de delinqüentes, crime organizado e desorganizado, guerrilheiros e terroristas, assolam todas as nações da América do Sul.

As atribuições dos países deste novo bloco de “potências” do 3º Mundo seriam:

Brasil: Curso de incompetência administrativa em saúde e educação e Curso Superior em Corrupção Ativa e Passiva.

Venezuela: Curso de Como odiar e ser odiado por seus vizinhos, Curso Intensivo de como perder referendos, Curso de Fanfarronice para Presidentes sem experiência.

Bolívia: Aprenda a não produzir nada e a ser o primeiro em instigar seus habitantes a lutas internas.

Argentina: Maradona dará curso intensivo de como “não” se joga futebol e como fazer para ser um “péssimo” atleta e exemplo para os jovens (até Romário foi melhor que Maradona), Curso aprenda arrogância em dez lições com os argentinos.

Paraguai: Curso de aprendizagem em exportar produtos falsificados.

Equador: Seu presidente é mais arrogante e soberbo que o Lula, aprenda com ele.

Os outros, sinceramente, nem dá pra comentar.

Realmente, neste país de meu Deus, se gasta dinheiro com cada coisa! Imaginem que o Lula, ao invés de procurar levar o Brasil ao nível das grandes potências mundiais, resolveu criar uma União de potências nanicas, composto por republiquetas de terceiro mundo, com sistemas de governo controversos e autoritários. Onde se encontra de tudo: produtores de drogas, produtores e exportadores de nada e dirigentes de conduta altamente duvidosa, os quais absolutamente não se entendem por causa do degrau cultural existente entre eles.

As matérias-primas existentes por aqui são vendidas “in natura” para outras nações produzirem os produtos manufaturados e novamente venderem a nós, com lucros estratosféricos para eles. E todos os governos estão atolados em corrupções e falcatruas. Sugiro que falemos a mesma língua, o Portanhol. Não, teria que ser o Português, porque o Lula não gosta de aprender idiomas estrangeiros.

Certamente uma empreitada dessas, pode até sair do papel, pois, já foi feito o anúncio, mas na prática dificilmente poderá surtir algum efeito. As grandes potências estrangeiras que têm interesse na América do Sul vão boicotar de todas as maneiras.

Este tipo de associação só poderá ter sucesso se os objetivos forem convergentes, o que não acontece na América do Sul, onde há os mais diversos tipos de governantes, culturas e interesses. É fruto apenas da mente megalomaníaca de Lula´s e Chaves´s, Evo´s e outros.

26 maio 2008

NOVO FUSO HORÁRIO: A MENTIRA SOBRE A ECONOMIA DE ENERGIA

Atualizado às 18:00h 26 de maio de 2008

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

(vejam esclarecimento abaixo)

Em abril passado, logo após a sanção presidencial ao projeto que modificou o fuso horário acreano, a repórter Sabrina Craide, da Agência Brasil, publicou uma matéria sobre o assunto. Ela viu que no seu projeto, o Senador Tião Viana (PT-AC) afirma que a alteração pode acarretar economia de energia no sistema isolado dos estados no Norte, diminuindo as despesas com a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que é uma taxa paga por todos os consumidores do país para financiar esse sistema isolado.

Ela então tentou saber de quanto seria essa economia. Para isso buscou a informação na fonte que 'difundiu essa informação': o gabinete do Senador acreano. A resposta: a assessoria do Senador informou não possuir dados concretos sobre o impacto da mudança do fuso horário na utilização da energia nos Estados que serão obrigados a ajustar seus relógios quando o projeto de mudança entrar em vigor.

Ato contínuo, a repórter buscou o maior especialista acreano em assuntos energéticos, o Professor de Física da Universidade Federal do Acre (UFAC), Francisco Eulálio Alves dos Santos, conhecido como professor Magnésio. A resposta também foi desanimadora: "ainda não era possível calcular de quanto seria a economia".

Mesmo assim a repórter não desistiu. Deve ter pensado: "alguém deve saber essa informação".

Ela então consultou Celso Mateus, o presidente da Eletroacre, a empresa que vende energia aos consumidores acreanos, e que sabe, mais do que ninguém, o quanto eu, você e os nossos vizinhos consomem de energia. A resposta foi mais desanimadora ainda: "a empresa ainda não fez avaliação do impacto da mudança na energia do estado".

Se o professor Magnésio não sabe, se a Eletroacre não sabe, quem mais poderia saber? Vai ver o Senador se baseou em informação passada por algum burocrata do Ministério das Minas e Energia em Brasília. Se foi isso que aconteceu, como justificar que o projeto foi feito para atender o interesse da população acreana?

A matéria da Agência Brasil concluiu afirmando que a mudança do fuso horário 'poderá' gerar algum tipo de economia de energia para o Estado. Vejam que o verbo 'poder' está em uma forma condicional: pode ser que sim, como pode ser que não.

Fica no ar a impressão de que além do Senador não ter consultado a população acreana para saber se ela queria mesmo a mudança, ele também não consultou especialistas locais e empresas de energia para saber se o projeto vai mesmo gerar algum tipo de economia para a população. Autoritarismo? Descuido? Pressa? A resposta quem deve dar é o Senador Tião Viana.

Enquanto isso, quem lê os artigos e argumentos dos defensores locais da mudança do fuso horário observa que uma das primeiras sugestões é de que a mudança vai trazer economia de energia para todos, especialmente os mais pobres, pois as pessoas vão passar a chegar em casa quando o sol ainda estiver 'lá no alto'.

De alguma forma eles esquecem de dizer que com a mudança, todos, especialmente os trabalhadores mais pobres, vão ter que passar a acordar sob o manto noturno e alguns deles vão sair de casa nesta condição. É como se considerassem que ligar luz pela manhã não representasse aumento no consumo de energia para essas pessoas.

É sintomático que a maioria dos artigos que defendem a mudança e que foram publicados na imprensa local tem como autores políticos e empresários que prestam serviço para o Governo. Eles não caminham, usam bicicleta ou ônibus para se deslocar ao seu local de trabalho.

Nota do Blog: um anônimo reclamou que eu não dei crédito ao fato do Senador Tião Viana ter feito uma campanha arrecadando assinaturas de apoio ao seu projeto de lei para mudar o fuso horário. Este fato é público e está disponível em seu Blog (clique aqui). Mas ele só arrecadou assinaturas de pessoas favoráveis. As que eram contra não tiveram a oportunidade de expressar seu desejo. Entretanto, vale esclarecer que a consulta ao povo acreano a que me refiro diz respeito ao plebiscito, ou seja, a oportunidade para o povo dizer sim ou não ao projeto. Fica feito o esclarecimento.

NOVO FUSO HORÁRIO: COMENTÁRIO DE MÁRIO LIMA

O professor Mário Lima fez o seguinte comentário ao post 'NOVO FUSO HORÁRIO: A MENTIRA SOBRE A ECONOMIA DE ENERGIA', publicado no domingo:

Sabe, Evando, estou convencido que seria interessante um levantamento de todas opiniões sobre a mudança do fuso horário. Dando uma olhada no blog do deputado Edvaldo, encontrei um texto assinado pelo senhor Gilberto Braga de Mello onde tem a passagem abaixo:

"O Quarto Fuso (menos cinco horas de Greenwich) ficou exclusivamente para o "Território do Acre e a zona recentemente cedida, pela Bolivia" (sic), diz a Lei do tempo em que o Congresso Nacional nem representação acreana tinha. E para enquadrar o que o Governo Brasileiro e os mapas bolivianos ainda consideravam "Tierras no discubiertas", mandou Empreza (antigo nome de Rio Branco) atrasar 28 minutos e 29 segundos e Cruzeiro do Sul também atrasar 9 minutos e 35 segundos."

Este parágrafo aparece em meio a um argumento sobre o sol do meio dia. Mas, além desses detalhes históricos, o texto não explica como, nos mapas precisos, da atualidade, o território acreano fica na sua absoluta maior parte dentro do fuso Greenwich menos cinco horas. Também, apesar de partir da idéia de sol do meio dia, não desenvolve qualquer argumentação quanto a distância que estamos da linha do Equador, por exemplo.

Pelo que estou vendo, a ausência de representação parlamentar deixou que se estabelecesse um horário justo e não se avançasse nos rumos da tal "unificação" da atualidade.

Mário Lima

NOVO FUSO HORÁRIO: MINHA RESPOSTA AO MÁRIO LIMA

Mário,

Não conheço o sr. Gilberto, mas o Altino me disse que ele é dono da agência de comunicação que presta serviço para o Governo e que já fez o trabalho de mídia para muitos políticos da frente popular no Acre. Não sei se já trabalhou para o Senador Tião Viana. Talvez isso explique o fato do Edivaldo (Magalhães) ter dado espaço em seu blog ao referido publicitário.

Considerando isso, fica até suspeito acreditar na sinceridade do texto do Sr. Gilberto pois 'meia hora a mais ou meia hora a menos' não fazem diferença alguma para alguem que presta serviço ao governo e cujas atribuições devem, provavelmente, incluir ações de mídia favoráveis à mudança do novo fuso horário. Quanto a empresa do Sr. Gilberto ganha para fazer isso?

Mário, você sabe que no Brasil, desde o tempo do império, é assim: para muitos membros da imprensa e de empresas que prestam serviço para o governo e os políticos, falar a favor, bajular, conta pontos na garantia dos contratos.

No caso específico da mudança do nosso fuso horário, só falta a empresa de comunicação do Sr. Gilberto ficar com o contrato de mídia para divulgar a lei que mudou o nosso fuso! Se isso vier a acontecer, dá para entender porque ele é a favor...

Para finalizar: eu já desconfiava que algumas alas da Frente Popular gostavam de agir como 'ator' e 'platéia' ao mesmo tempo. Agora, parece que também gostam de agir como 'críticos' também. Pelo menos nesse caso do fuso horário o círculo se fechou: são atores, platéia e críticos. O que importa o resto?

Evandro Ferreira

25 maio 2008

ECONOMIA DE ENERGIA COM ALTERAÇÃO NO FUSO HORÁRIO DO NORTE SERÁ PEQUENA, DIZ PROFESSOR (*)

Assessoria do senador Tião Viana não possui dados concretos sobre o impacto da mudança na utilização da energia

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A mudança no fuso horário de alguns estados da Região Norte poderá resultar em uma pequena economia de energia para o país. A avaliação é do Professor de Física da Universidade Federal do Acre (UFAC) Francisco Eulálio Alves dos Santos, conhecido como professor Magnésio (foto). Segundo ele, a economia de energia não é o principal objetivo da mudança, mas, será uma conseqüência da alteração.

“Quando você antecipa uma hora o fuso horário, as atividades vão terminar uma hora mais cedo, e isso representaria o que acontece no horário de verão para as grandes cidades”, explica. Ele diz que ainda não é possível calcular de quanto será a economia.

Ontem (No dia 24/04), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que reduz de duas para uma hora a diferença do fuso horário do Acre em relação a Brasília. A lei, que entrará em vigor daqui a 60 dias, também altera o horário de seis municípios do Amazonas e 18 do Pará.

Na região atingida pela mudança, o sistema de energia é isolado do resto do país, e formado em sua maioria por termelétricas. Assim, a economia nesses estados poderá diminuir as despesas com a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que é uma taxa paga por todos os consumidores do país para financiar esse sistema isolado.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a economia por causa da mudança de fuso horário será “residual”. O presidente da Eletroacre, Celso Mateus, disse que a empresa ainda não fez avaliação do impacto da mudança na energia do estado.

No projeto de lei, o autor, senador Tião Viana (PT-AC), diz que a alteração pode acarretar economia de energia no sistema isolado dos estados no Norte, diminuindo as despesas com a CCC. Mas a assessoria do senador não possui dados concretos sobre o impacto da mudança na utilização da energia.

O governo do Acre criou um comitê formado pela Procuradoria-Geral do Estado, pelo Gabinete Civil e pela Secretaria de Meio Ambiente para avaliar os ajustes necessários à mudança.

NOTA DO BLOG: Mais uma prova de que o projeto do Senador não foi feito para atender o interesse da população. Vejam que a repórter da Agência Brasil procurou o gabinete de Tião Viana em Brasília para obter um dado mais concreto sobre o percentual de economia de energia que o Senador afirmava que iria acontecer. Na matéria, ela deixa claro que 'a assessoria do senador não possui dados concretos sobre o impacto da mudança na utilização da energia'! Como é possível alguem propor e trabalhar para a aprovação de um projeto sem esse tipo de informação?

Vejam que o professor Magnésio é a maior autoridade acreana no assunto de energia e não pôde responder à questão. Nem mesmo a Eletroacre, que administra a venda de energia elétrica para os consumidores acreanos, foi consultada. Quem o Senador consultou para embasar seu projeto?

(*) Originalmente publicada na página da Agência Brasil em 25/04/2008.

ACREANOS NÃO VERÃO JOGO DA SELEÇÃO

TV Acre não transmitirá o jogo do Brasil contra a Argentina no dia 18 de junho porque a data cai em uma quarta-feira. No lugar do jogo, emissora exibe capítulo 'inédito' da novela 'A favorita'



Se for mantida a regra vigente, os telespectadores acreanos não terão a oportunidade de ver ao vivo, ou mesmo em vídeo tape, o principal jogo da seleção brasileira de futebol neste ano de 2008: a partida Brasil x Argentina. O jogo, válido pelas eliminatórias da copa, acontecerá às 19:50h (hora do Acre) do dia 18 de junho, uma quarta-feira.

Ocorre que desde abril, com a entrada em vigor da Portaria 1.220/2007 que obriga as emissoras de TV a obedecerem horários específicos para a exibição de programas com restrição de idade, a TV Acre deixou de exibir jogos ao vivo no meio da semana. No lugar dos jogos, os telespectadores acreanos estão sendo 'obrigados' a assistir capítulos da novela das oito, que por causa das obcenidades, só podem ser exibidos a partir das 21:00h, coincidindo com o horário dos jogos.

A não exibição de futebol ao vivo no meio da semana é uma das estratégias que as emissoras de TV, Globo incluída, estão utilizando para derrubar a Portaria 1.220/2007, que não proibe a transmissão ao vivo de programas jornalísticos e esportivos.

A Rede Globo detém, com exclusividade, direitos de transmissão de vários campeonatos de futebol no país e jogos oficiais da seleção dentro do Brasil.

24 maio 2008

AIDS: CONTAMINAÇÃO POR OMISSÃO

Levantamento feito com 272 casos de indivíduos que doaram sangue, apesar de estarem infectados com o vírus da Aids, aponta que 48,9% omitiram fatores de risco na triagem realizada antes da coleta

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Um levantamento feito com 272 casos de indivíduos que doaram sangue na Fundação Pró-Sangue, em São Paulo, apesar de estarem infectados com o vírus da Aids, apontou que 48,9% omitiram fatores de risco durante a triagem, o que poderia ter evitado a coleta.

O estudo foi feito por César de Almeida Neto, chefe do Departamento de Notificações e Orientação de Doadores com Sorologias Alteradas da fundação, e apresentado no início do ano como tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Almeida Neto avaliou o perfil de doadores de sangue portadores do HIV entre 1999 e 2003, por meio de um estudo caso-controle, no qual 272 doadores de sangue confirmadamente positivos para a doença, a maioria do sexo masculino, foram comparados com um grupo controle de 468 doadores sem a doença. Os indivíduos foram entrevistados antes e depois da doação.

“A entrevista realizada antes da coleta de sangue tem o objetivo de identificar situações de risco que o indivíduo tenha vivido nos últimos meses, uma vez que os exames convencionais para a detecção do vírus da Aids podem não detectá-lo em um primeiro momento, devido ao período que chamamos de janela imunológica. No caso do HIV, a formação de anticorpos no organismo, que permite a detecção da doença, ocorre de quatro a oito semanas após a infecção”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.

“Isso significa que se um indivíduo se contamina hoje, e daqui a uma semana vai doar sangue, a doença ainda não se manifestou e seu exame provavelmente dará negativo. Com isso, o sangue do doador pode ser liberado normalmente para uso por outros pacientes, mesmo que esteja com o vírus da Aids. A triagem antes da doação é realizada para identificar riscos potenciais nesse período de janela imunológica”, destacou.

Segundo Almeida Neto, uma mesma bolsa de sangue infectada, ao ser liberada para uso, pode contaminar vários pacientes, uma vez que o sangue normalmente é fracionado em componentes como hemácias, plasma e plaquetas, que podem ser utilizados em três pessoas diferentes, contaminando-as.

“Mesmo seguindo todos os procedimentos de segurança, ainda existe o que chamamos de risco residual. Em qualquer lugar do mundo o sangue é uma importante fonte de transmissão de doenças. Ao serem questionados antes da coleta, muitos indivíduos têm vergonha de assumir os fatores de riscos e negligenciam esse tipo de informação. Outra hipótese é que alguns deles usaram os serviços do banco de sangue para simplesmente fazer ou comprovar o teste do HIV”, disse.

“Calcula-se que, no Estado de São Paulo, o risco residual de infecção por Aids em períodos de janela imunológica seja de uma a cada 60 mil transfusões de sangue”, disseAlmeida Neto.

Para que isso não ocorra, o pesquisador explica que os interessados em fazer o exame do HIV devem procurar o Centro de Referência de Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, e não os bancos de sangue.

Fatores de risco potenciais para a Aids, além de dados demográficos dos doadores, número de doações prévias, comportamento sexual e associação com os demais marcadores de triagem sorológica foram algumas informações coletadas nas entrevistas.

O estudo destacou, como fatores de risco para o HIV, entre os homens, as relações sexuais com outros homens, pagar ou receber dinheiro em troca do sexo e ter tido duas ou mais parceiras nos últimos 12 meses. As mulheres com parceiro sexual usuário de drogas injetáveis ou que tiveram dois ou mais parceiros nos últimos 12 meses foram as que apresentaram mais riscos.

Mais informações: www.crt.saude.sp.gov.br

Foto: Eduardo Cesar

23 maio 2008

EM 2007 TIÃO VIANA APOIOU FUSO HORÁRIO ÚNICO NO BRASIL

Apoio foi explicitado em reunião na qual participaram o Senador acreano, o presidente da Câmara Federal, Arlindo Chinaglia, outros políticos da região norte, e empresários do setor de teledifusão da região

Conforme os leitores do Blog podem ler no post abaixo, em 6 de setembro de 2007, o site da ABERT-Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão e do jornal acreano Página 20, publicaram matéria elaborada pelo assessor de imprensa do Senador Tião Viana (PT-AC) que deixava claro que ele apoiava não apenas a redução do fuso horário acreano em uma hora, mas a unificação do fuso horário brasileiro.

A matéria, com o sugestivo título "Presidente da Câmara apóia proposta de Tião Viana para unificar o fuso no Brasil", informava que o presidente da Rede Amazônica de Televisão, Phelippe Daou, representou os empresários durante a reunião.

Segundo a nota, eles (os empresários) tinham grande interesse na mudança do fuso horário da Região Norte porque com a definição de um fuso horário único para o país, as emissoras de televisão do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul e parte do Pará não seriam obrigadas a cumprir a portaria 1.220 do Ministério da Justiça, que obrigou todas elas, a partir de 22 de abril passado, a gravar parte de suas programações para exibi-las nos horários de classificação indicativa.

Com isso, fica claro que a redução em uma hora do fuso horário acreano é apenas o primeiro passo para uma futura implantação do fuso horário único no país. O apoio político e empresarial para a mudança já existe. Falta apenas, como costumam dizer os políticos, esperar pelo 'momento certo' para implementar a medida.

Aceitar silecionamente a arbitrariedade que foi a mudança por decreto do fuso horário acreano é algo que não faremos jamais. Ficar indiferente à mudança do nosso fuso horário é dar carta branca para que, em breve, os mesmos políticos e empresários que patrocinaram a arbitrariedade se sintam à vontade para, em nome de seus interesses pessoais e empresariais, promovam a unificação do fuso horário brasileiro.

"Mudança por Decreto é autoritarismo e nos remete de volta aos tempos da Ditadura Militar. Consulta popular é democracia".

Foto: originalmente publicada na matéria disponível no jornal Página 20. Nela aparecem claramente o Senador Tião Viana, o Presidente da Câmara, a Deputada Federal amazonense do PC do B, Vanessa Grazziotin, e Phelippe Daou, da Rede Amazônica de Televisão.