TERREMOTO NAS CERCANIAS DE TARAUACÁ
Na imagem ao lado da para ver que o evento ocorreu nas cercanias da BR364, a cerca de 56 km a oeste da cidade de Tarauacá.
Por Alex Sander Alcântara
Agência FAPESP – As formigas, animais cujo comportamento é frequentemente associado aos modelos de organização social humana, adaptam-se facilmente aos ambientes urbanos. Essa característica, no entanto, vem despertando a atenção de pesquisadores por representar um risco à saúde: um novo estudo, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, demonstra que as formigas podem ser veiculadoras de microrganismos em ambiente hospitalar.
O estudo teve o objetivo de isolar e identificar os microrganismos associados às formigas em ambiente hospitalar e os resultados apontaram que as formigas coletadas apresentaram alta capacidade de veiculação de grupos de microrganismos.
De acordo com a professora do Instituto Básico de Biociências da Universidade de Taubaté Mariko Ueno – coautora do artigo ao lado de Rogério dos Santos Pereira, do Departamento de Biologia –, uma das grandes dificuldades para o controle da densidade populacional de formigas em ambientes urbanos é o fato de que elas não são normalmente reconhecidas como agentes veiculadores de doenças em potencial.
“As formigas transitam, de maneira geral, por lugares limpos, o que faz com que não se pense no fato do real perigo que elas representam” disse Mariko à Agência FAPESP.
A pesquisa aponta que a estrutura arquitetônica, a proximidade de residências, as interferências climáticas e as oscilações térmicas são alguns dos fatores que influenciam a presença de formigas nos hospitais.
Os pesquisadores coletaram 125 formigas, todas da mesma espécie, em diferentes unidades de um Hospital Universitário. Cada formiga foi coletada com um swab – instrumento usado para a coleta de material microbiológico em laboratórios de análises clínicas –, embebida em solução fisiológica e transferida para um tubo com um meio de cultura de microrganismos composto de caldo BHI (Infusão de cérebro e coração, na sigla em inglês). Ali, os animais ficaram incubados a 35 graus Celsius por 24 horas.
Os resultados apontam que 98,40% das amostras coletadas apresentaram crescimento. Foram isolados 208 microrganismos, como bacilos Gram positivos, bacilos Gram negativos, cocos Gram positivos, leveduras e fungos filamentosos.
Segundo a pesquisadora, os testes comprovam o que estudos feitos anteriormente descreviam. “A porcentagem de 98,40% é um fator contundente na possibilidade de veiculação mecânica e ou biológica de microrganismos”, afirma.
Ela alerta que a descoberta, associada às características biológicas, torna as formigas “potenciais veiculadores de microrganismos e sua infestação em ambiente hospitalar constitui um risco à saúde pública”.
Atualmente, segundo o estudo, as enterobactérias e a bactéria Staphylococcus coagulase negativa são os maiores responsáveis por infecções hospitalares.
“É grande a variedade de espécies encontradas. E esse fato pode ser explicado devido à grande versatilidade na exploração e capacidade de disseminação desses organismos, que se caracterizam por apresentar ampla distribuição geográfica”, acrescenta Mariko.
Nas últimas décadas, segundo a pesquisadora, as infecções por fungos oportunistas têm emergido como as grandes responsáveis pelo aumento dos casos de morbidade e mortalidade de pacientes imunodeprimidos, tendo como principal causa a Aspergillus spp.
De acordo com a professora, é possível associar as formigas aos fungos devido ao ambiente explorado por esses insetos, “onde coincidem as condições físico-químicas propícias para a proliferação desses microrganismos”.
“Essas condições de associação são muitas vezes criadas pelas formigas de forma a conseguir benefícios, oferecendo situação propícia para a proliferação de fungos de modo geral, devido à semelhança da biologia desses microrganismos”, diz.
O conhecimento e a constatação dessas associações, afirma, podem ser considerados um grande problema para a sociedade tendo em vista a grande capacidade de adaptação das formigas ao ambiente urbano, pois elas potencializam a capacidade de dispersão dos fungos.
“Tanto de forma mecânica, transportando partículas de ambientes contaminados para locais ou objetos não contaminados, como de forma biológica, atuando como um reservatório de fungos patogênicos ao homem”, explica Mariko.
Segundo o estudo, levantamentos realizados em 12 hospitais do Estado de São Paulo revelam infestação por formigas, apresentando maior índice nos berçários e nas unidades de terapia intensiva (UTI). Os resultados apontaram que 16,5% das formigas coletadas apresentavam bactérias patogênicas.
De acordo com a professora, as formigas possuem capacidade de se deslocar rapidamente e normalmente percorrem extensas áreas. “Além de constituir vetores de microrganismos em ambientes intra-hospitalares, elas agem também como importantes vias de dispersão de resistência a drogas nesses ambientes.”
Para ler o artigo Formigas como veiculadoras de microorganismos em ambiente hospitalar, de Rogério dos Santos Pereira e Mariko Ueno, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.- Se Tião fosse eleito e conseguisse virar o Senado pelo avesso, o PT ganharia mais um forte aspirante à sucessão de Lula - admitiu ontem à noite um senador do PSDB em telefonema trocado com um senador do DEM. O outro aspirante é a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil da presidência da República.
Estava nos planos de Tião, por exemplo, uma auditoria rigorosa no uso pelos senadores da verba destinada a custear despesas dos seus gabinetes. É espantosa a quantidades de notas fiscais com indícios de que são "frias" apresentadas a cada fim de mês para justificar todo tipo de gasto.
As despesas de gabinete passariam a ser divulgadas via internet.
Sobrariam poucos dos atuais funcionários graduados do Senado que ocupam cargos administrativos importantes. Tião estava disposto a trabalhar com caras novas.
O Conselho de Ética do Senado seria revitalizado. Hoje ele não serve para nada.
E, finalmente, Tião tentaria atualizar o Regimento Interno do Senado, uma espécie de Constituição interna que regula todos os procedimentos ali dentro.
Parte do que Tião imaginava patrocinar será objeto do discurso que fará na próxima segunda-feira no plenário do Senado pouco antes do início da votação para a escolha do novo presidente.
Sarney já está debruçado sobre seu discurso de posse.
Depois de se reunir no início da tarde desta quarta-feira (28) com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e com o líder no Senado, Arthur Virgílio (AM), o senador Tião Viana (PT-AC) afirmou à imprensa que aceita as reivindicações do PSDB para receber seus votos na disputa para a Presidência do Senado. Ele concordou que o PSDB fique com a 1ª Vice-Presidência da Casa e com as presidências das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
Viana disse concordar com os 12 pontos apresentados em documento pelo PSDB, que incluem manifestação contrária ao terceiro mandato para presidente da República, governadores e prefeitos e respeito às oposições por seu peso político e numérico.
Repórteres informaram a Tião Viana que o outro candidato à Presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP), havia mencionado, após reunião com os senadores peemedebistas, que seria desejável que Tião retirasse sua candidatura em prol da unidade da base aliada do governo. O petista afirmou:
- A eleição será realizada no dia 2 de fevereiro. Se Sarney acha que a base do governo no Senado deve ter candidatura única, ele pode retirar a dele. A minha candidatura representa a renovação do Senado.
Depois do encontro com Tião Viana, Arthur Virgílio e Sérgio Guerra informaram que iriam se encontrar com o senador José Sarney, onde apresentariam a lista com os 12 pontos, além de reivindicações em cargos na Mesa e nas comissões. A bancada do PSDB deve ter uma segunda reunião na tarde desta quarta-feira (28) para decidir quem receberá seus votos - o partido tem 13 senadores.
Compromisso
No início da noite, o senador Tião Viana (PSDB-AC) divulgou uma carta na qual se compromete a atender às reivindicações feitas pelo PSDB como condição para que tenha o apoio dos senadores tucanos a sua candidatura à Presidência da Casa.
No texto, Tião Viana, dizendo-se à vontade para garantir o cumprimento das exigências do PSDB, declara que os doze itens apresentados pelo partido são coincidentes com suas propostas de renovação do Poder Legislativo, defendidas em sua candidatura.
"Aos tucanos, como ao conjunto dos partidos representados no Congresso Nacional, ofereço uma candidatura construída à luz do dia e afirmada publicamente, valorizando a transparência e buscando a superação dos conchavos e da dissimulação que tanto compromete o exercício da política", diz ele na nota.
Veja a íntegra da carta de Tião Viana
NOTA DO BLOG: Ao decidir ir até o fim na disputa pela presidência do Senado, Tião Viana estará deixando claro que é um político que não abre mão de seus ideais e objetivos. Ponto para ele. Persistência, mesmo quando as coisas não parecem bem, costuma render frutos bem mais tarde. Precisamos de políticos que não se rendam ao establishment, aos grandes esquemas que tanto denigrem a classe política desse país. Abaixo a velha guarda da política brasileira!Agência FAPESP – Um estudo feito por um grupo de cientistas da Universidade de Münster, na Alemanha, verificou que uma dieta com menos calorias resultou na melhoria da memória. A pesquisa será publicada esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O trabalho foi feito em 50 pessoas com idade média de 60 anos e confirmou resultados de testes anteriores feitos em animais. Veronica Witte, do Departamento de Neurologia da universidade alemã, e colegas dividiram os participantes em três grupos, que foram acompanhados por três meses.
O primeiro teve reduzida a ingestão de calorias em 30%. O segundo grupo teve aumentado o consumo de ácidos graxos insaturados em 20%. O terceiro grupo, de controle, não teve alteração no padrão alimentar anterior.
Em experimentos anteriores feitos com ratos, os pesquisadores identificaram melhoria na memória dos animais que passaram por restrição calórica e aumento no consumo de ácidos graxos insaturados, como os encontrados em azeite e em peixes.
No estudo feito com humanos, o grupo de dieta com restrição calórica apresentou um aumento nas notas dos testes de memória dados pelos pesquisadores, enquanto os outros dois grupos não mostraram alterações.
Os pesquisadores verificaram no grupo que teve melhoria nos testes de memória diminuição nos níveis de insulina e nos marcadores de inflamação. Segundo eles, os resultados fornecem também um caminho para explorar o papel da insulina e da inflamação no declínio cognitivo em idosos.
O artigo Caloric restriction improves memory in elderly humans, Veronica Witte e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.Sou assinante da revista AutoEsporte da Editora Globo e, depois de 2-3 anos como fiel cliente, precisei usar o serviço de assinante para solicitar o reenvio de um exemplar que não foi entregue. Coisa boba, simples de fazer, eu pensei.
Primeiro tentei a página na internet para evitar falar com os atendentes, geralmente terceirizados que prestam serviços a um grande número empresas que vendem serviços ou produtos diretamente aos consumidores. Minha experiência com eles não é das melhores.
A página da central do assinante é até visualmente atrativa, mas não serve para muita coisa pois os links não funcionam. Você clica em 'Consultar ou alterar cadastro', 'Consultar prazo de entrega da revista' ou 'Suspender temporariamente a entrega da revista' e a página volta ao ponto de partida. A raiva fica maior porque o lema do serviço online é Rapidez e praticidade ao alcance do mouse!
Não tem jeito. Tem que falar com os atendentes.
No dia 27 de janeiro de 2009 tentei umas cinco vezes. De cara você tem que informar o CPF, se não souber o código de assinante. E depois que é atendido, tem que informar de novo, segundo a atendente 'por motivos de segurança". Se você digitar o código de assinante é a mesma coisa. Logo o atendente vai perguntar seu código de assinante novamente. E, para não perder a mania do 'por questões de segurança', o atendente vai tentar arrancar de você nome, endereço, e-mail, CPF, data de nascimento - será que perguntam pelo nome do pai e da mãe?
O mais incrível de toda a história de confirmar os dados é que a Editora Globo não tem, no meu caso e provavelmente da maioria dos seus assinantes, com exceção do nome completo, cpf e endereço, nenhuma outra informação adicional. Não sabe data de nascimento, telefone residencial, endereço comercial, nada disso. Digo isso com uma quase certeza porque para assinar uma revista - de qualquer empresa - você preenche um formulário com nome e endereço completo, e assinala a opção de pagamento: cartão ou boleto bancário. Nada mais.
Mesmo assim a atendente da Editora Globo, de nome Janaína, insistia:
- Tem que confirmar a data de nascimento?
Como ela iria confirmar uma informação que ela não dispõe? Pegadinha para colher informação, eu pensei.
Enfim. As atendentes da Editora Globo pedem tudo isso para que você possa fazer uma simples solicitação: que a empresa reenvie um exemplar que provavelmente foi extraviado pelo correio.
Resumo da história. Não consegui meu objetivo, mas fiquei pensando a razão da empresa agir assim com seus clientes. Das duas, uma. A Editora Globo aproveita as ligações dos assinantes para montar um tremendo banco de dados sobre eles - vide a saraivada de perguntas a que são submetidos. Se esse não for o caso, então a impressão que fica é que a maioria das pessoas que liga para lá vive passando trotes. Como se fossem perigosos bandidos que não perdem a oportunidade de usar artifícios para surrupiar um ou outro exemplar de alguns dos títulos da Editora. E por telefone!
Há que se ter cuidado ao usar o serviço de atendimento ao assinante da Editora Globo. Cuidados com seus dados pessoais. Confirme ao atendente apenas o que ele pode checar: nome completo, CPF e endereço completo.
O Jornal A GAZETA trás neste fim de semana matéria assinada pelo repórter Nelson Liano Jr. informando que o inventor de um aparelho chamado de 'redutor de combustível' quer construir uma fábrica do mesmo
Essa afirmação me deixou um pouco espantado porque todos sabemos que, sob o ponto de vista comercial, é irracional considerar o Acre como o melhor lugar para produzir e distribuir qualquer coisa para o Norte e Nordeste do país. Que tal o Brasil central, que fica a meio caminho das duas regiões?
Continuei lendo a matéria e fiquei de queixo caído ao descobrir que o tal redutor de combustível diminui o consumo em até 30%! O produto deve ser milagroso. E fui saber mais sobre os milagres do mesmo buscando no Google.
O resultado foi o que eu esperava. Não cumpre o que promete. Tirei a prova definitiva lendo a reportagem do teste do produto na revista Quatro Rodas, cujo título é o mesmo deste post: "cabo das tormentas". Vale a pena ler. Clique aqui.
É impressionante que nos dias atuais, onde a internet ampliou de forma dramática o acesso à informação, matérias como essa ainda tenham espaço em veículos de comunicação. Ao repórter bastaria uma rápida busca na web para saber se o resultado de sua matéria seria informativo ou não para os leitores do jornal.
E não adianta vir com a desculpa que publicou apenas o que lhe foi informado. Existe o risco dos consumidores que leram a reportagem se animarem em comprar o produto e, ao descobrir que o mesmo não funciona, se voltar contra quem fomentou ou os levou a gastar dinheiro a toa.
Imagem: originalmente publicada na reportagem da Revista Quatro rodas sobre o Q-meter-mix
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – Um estudo feito no Estado de São Paulo pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL) concluiu que um em cada quatro produtos comercializados em academias de ginástica como suplementos nutricionais para praticantes de atividade física tem substâncias de natureza esteroidal não declaradas nos rótulos.
O trabalho analisou 111 produtos comercializados na capital e no interior paulista, apreendidos pelos serviços de vigilância sanitária locais. As análises, realizadas por meio de técnica conhecida por screening por cromatografia em camada delgada, foram realizadas no Laboratório de Antibióticos e Hormônios do Instituto Adolfo Lutz, órgão vinculado à Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
Do total de 28 amostras (25,5%) que apresentaram substâncias esteroidais destinadas ao desenvolvimento de massa muscular, 7% tinham sais de testosterona em suas fórmulas. “A identificação dos sais indica que esses produtos contêm esteróides anabolizantes e estão sendo vendidos ilegalmente”, disse Maria Regina Walter Koschtschak, pesquisadora da Seção de Antibióticos do IAL que participou das análises, à Agência FAPESP.
“Em contrapartida, 18,5% dos suplementos analisados também apresentaram substâncias de natureza esteroidal, mas que não pudemos identificar com precisão devido à falta de padrões de comparação com outras substâncias puras.”
Esteróides anabolizantes são drogas fabricadas para substituir a testosterona, o hormônio masculino fabricado pelos testículos que ajuda no crescimento dos músculos (efeito anabólico) e no desenvolvimento das características sexuais masculinas (efeito androgênico).
“A importância do estudo está na demonstração dos riscos que muitos atletas no Brasil correm ao consumir substâncias desconhecidas, ainda mais se tratando de drogas perigosas que oferecem efeitos colaterais muito variados”, afirmou Maria Regina.
Segundo ela, duas portarias de 1998 da legislação brasileira regulamentam os suplementos fixando identidade e características mínimas de qualidade, excluindo os produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras substâncias consideradas como doping pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
O levantamento também apontou que 85,6% dos suplementos analisados não apresentavam informações de procedência e, das demais amostras, 5,4% eram nacionais e 9%, importadas. O trabalho mostrou ainda que a forma mais frequente de apresentação dos produtos foi a de cápsula, representando 41% do total de amostras analisadas, por apresentar uma maior facilidade na manipulação e incorporação de outras substâncias farmacologicamente ativas.
Consumo popular
De acordo com o trabalho, alguns dos fatores que contribuem para a explosão de consumo dessas substâncias são o apelo da publicidade, a prática do fisiculturismo e o culto exagerado ao corpo, que enfatiza o desenvolvimento muscular conhecido como vigorexia.
Além disso, a disponibilidade e o livre acesso pela internet aos suplementos nutricionais no comércio internacional e, no Brasil, o consumo nas academias de ginásticas sem orientação de profissionais de saúde resultaram na popularização do uso desses produtos por atletas profissionais e amadores.
“Como consequência da explosão do consumo dos alimentos para praticantes de atividade física e dos suplementos vitamínicos e minerais, estimativas mostram que o mercado mundial desses produtos movimenta cerca de US$ 46 bilhões por ano”, contou Maria Regina.
Os hormônios precursores de testosterona apresentam efeitos androgênicos e forte atividade anabólica. “Teoricamente, essas substâncias aumentam a produção de hormônios masculinos por meio do incremento da concentração de precursores exógenos de testosterona. De acordo com os regulamentos do COI, esses hormônios estão classificados na categoria de esteróides anabólicos proibidos”, explicou.
Outro estudo para a detecção de anabolizantes, coordenado pela Comissão Médica do COI, revelou que 94 das 634 amostras de suplementos nutricionais, provenientes de 215 fabricantes de 31 países, continham substâncias não declaradas que poderiam levar a um teste positivo de doping aos usuários desses suplementos.
De acordo com a pesquisadora do Instituto Adolfo Lutz, outro fator que influenciou o crescimento do consumo dos suplementos nutricionais foi a passagem do controle desses produtos, em 1994, nos Estados Unidos, do Food and Drug Administration (FDA) para o Dietary Supplement Health and Education (DSHEA).
“O DSHEA define os suplementos dietéticos como sendo aqueles que suprem as necessidades de um ou mais nutrientes, como vitaminas, minerais e enzimas. Além dessas substâncias, são permitidos extratos vegetais, aminoácidos, melatonina e precursores da testosterona, chamados de pró-hormônios, entre os quais a androsteniona, a dehidroepiandrosterona e o androstenediol”, disse Maria Regina.
A pesquisadora destaca que, quando ingeridas sem orientação médica, essas substâncias podem causar problemas como impotência sexual, desordens menstruais, insônia, dor de cabeça, acne, aumento dos níveis de colesterol, problemas cardíacos, crescimento indevido de pelos, aumento de agressividade, engrossamento da voz, aumento da pressão sanguínea e até infarto do miocárdio.Segundo um estudo que será publicado na próxima semana no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os tremores de terra e os alagamentos promoveram uma constante marcha de areia por sobre terras férteis, acabando com a permanência de um povo que habitava a costa do Peru e construiu as maiores estruturas das Américas até então.
“Era uma comunidade marítima e agrária que foi bem sucedida por mais de 2 mil anos e que, de repente, enfrentou uma grande mudança que fez com que perdessem tudo”, disse Mike Moseley, professor de antropologia na Universidade da Flórida e um dos autores do estudo.
Os habitantes do vale Supe, na costa central peruana, floresceram ao lado de uma planície desértica de modo notável. Eles pescaram com redes, irrigaram plantações de frutas e cultivaram algodão e uma grande variedade de vegetais, de acordo com evidências encontradas por Rudy Shadi Solís, diretor do Projeto Arqueológico Especial Caral-Supe e outro autor do artigo.
Segundo os pesquisadores, o povo Supe construiu templos piramidais de pedra extremamente grandes e elaborados, muito antes do surgimento das mais conhecidas pirâmides maias. “São monumentos enormes e impressionantes”, disse Moseley.
A maior pirâmide cujos vestígios foram encontrados pelo arqueólogos media 167 metros de lado e se elevava em uma série de degraus por quase 30 metros de altura. De acordo com o estudo, o fim da civilização foi motivado por um terremoto que atingiu 8 pontos na escala Richter, provavelmente seguido por outros menores – a região apresenta uma das maiores atividades sísmicas do mundo.
Os terremotos puseram abaixo as pirâmides e templos menores e foram seguidos por uma grande inundação. Mas os eventos foram apenas o início de uma série devastadora. Os terremotos desestabilizaram a formação de montanhas em torno do vale onde os Supe estavam, resultando em uma grande quantidade de terra e pedra que se espalhou pelo local.
Em seguida, as chuvas torrenciais promovidas pelo El Niño levaram os detritos para o oceano. Mas fortes correntes trouxeram de volta parte do material, dessa vez adicionado por areia, por todo o vale, acabando com as terras férteis que ali existiam.
Ventos fortes deslocaram grandes quantidades de areia em direção ao continente, que dificultaram ainda mais a vida dos habitantes, que por fim deixaram o local. Foi o fim da civilização Supe.
O artigo Environmental change and economic development in coastal Peru between 5,500 and 3,600 years ago, de Daniel Sandweiss e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.